18 de abril é o Dia Nacional da Literatura Infantil, em homenagem ao nascimento de Monteiro Lobato (1882). Para tratar do tema, o Instituto Claro esteve no espaço “A Casa Tombada”, na zona oeste de São Paulo (SP), em uma noite exclusivamente dedicada ao gênero.
Nossa equipe conversou com a coordenadora do curso de pós-graduação “O Livro para infância – processos de criação, circulação e mediação contemporâneos”, Cristiane Rogério e com importantes nomes do gênero, como o contador de histórias Giba Pedroza e os escritores Pedro Bandeira e Claudio Fragata.
Ainda no áudio, o produtor cultural e pesquisador na área de literatura infantil, Edimir Perrotti, afirma que o século 20 marcou o reconhecimento mundial dos autores brasileiros, principalmente a partir do alcance da obra de Lobato. No entanto, o momento atual é visto por ele com apreensão. “O Estado que tinha uma importância em estimular e fortalecer esse mercado começa a ficar ausente. Isto num país em que grande parte da população não tem dinheiro para adquirir livros”, lamenta.
Apesar da diminuição de políticas públicas de compras desse material, o que torna o acesso à literatura infantil mais restrito, há aspectos a serem celebrados. Entre eles, a professora Cristiane Rogério cita os avanços gráficos que dão novos contornos ao setor. “Hoje podemos fazer qualquer tipo de livro aqui no Brasil. Há desde um coletivo que faz as obras à mão até editoras preocupadas em tratar de assuntos diversos, como a situação dos refugiados, morte e perdas. O livro infantil se vale de texto, imagem e design que potencializam ainda mais as histórias contadas”, analisa.
Essa preocupação em tratar de temas que se propõem a entender a alma do ser humano, é, na visão de Pedro Bandeira, uma busca que deve ser constante nas narrativas para crianças. Um dos mais premiados autores de livros infantojuvenis no Brasil, ele defende que este é um dos fatores que mantém uma obra viva, mesmo diante de outras tecnologias e mudanças na sociedade. “Não existe nada atual nem moderno, só existem coisas eternas. Minha preocupação é cada vez mais entender a alma do ser humano e, principalmente, o ser humano em formação. O ser humano em projeto, que é a pessoa desde o nascimento até a idade adulta”, argumenta.
Créditos:
As músicas e áudios utilizados na edição do podcast, por ordem de entrada, são: “Sítio do Picapau Amarelo” (Gilberto Gil) e “A Lenda do Preguiçoso”, contada por Giba Pedroza. A música instrumental de fundo na abertura e encerramento do podcast é composta e tocada por Reynaldo Bessa.
Crédito da imagem: Wavebreakmedia – iStock