Ouça também em: Ouvir no Claro Música Ouvir no Spotify Ouvir no Google Podcasts Assina RSS de Podcasts
“O brincante é aquele que parte de ações generosas, 
tem um impacto positivo no outro. 
E isto é feito com muita competência. Uma excelência no fazer.”
(Rosane Almeida – fundadora do Instituto Brincante)
 
Rosane e Nóbrega: vocação para formar cidadãos brincantes 
(Crédito: Acervo Instituto Brincante)
 
Há mais de 20 anos, Rosane Almeida e Antonio Nóbrega fundaram o Instituto Brincante, com a proposta de compartilharem a filosofia e a prática da cultura popular brasileira. Atriz, dançarina e educadora, Rosane é a entrevistada dessa edição. De acordo com ela, as pessoas que formataram nossa cultura popular eram fruto da lógica da guerra: “então, o que as dignificava, o que as impelia a agir de outra forma era uma outra lógica, a da generosidade”.
 
O negro que era explorado fisicamente, o índio que passou a conviver com uma outra cultura e os portugueses que vinham ao Brasil degredados (afastados de sua terra natal, como castigo) juntaram suas culturas, criando uma mistura única de ritmos, melodias e danças. “Estas manifestações tinham por finalidade o desenvolvimento humano e a paz de espírito”, explica ela. Nessa lógica da generosidade, o ponto de partida daquilo que se tem para ganhar, mas sim para agradecer. Não é pensado o quanto se pode ter e sim no quanto dar. “Por isso, essa cultura permanece até hoje”, completa Rosane.
 
Veja também:
 
A partir dessa filosofia, o Instituto Brincante oferece oficinas, intervenções, shows, aulas-espetáculos e palestras. Entre as atividades para professores da rede pública de ensino, destaca-se “A Arte do Brincante para Educadores”. Gratuito e organizado em oito módulos, o curso é composto de diversas atividades lúdicas, que seguem a lição do famoso antropólogo Darcy Ribeiro: “o mais importante é inventar o Brasil que nós queremos”.
 
O instituto se dedica também a oferecer às crianças a partir de três anos atividades que integram o canto, a dança e a noção rítmica, além de histórias tradicionais da cultura brasileira. Segundo Rosane, “a experiência do Brincantinho visa levar para crianças esse universo do país que ela mora, porque na medida que você apresenta essa visão para os jovens, eles ficam quase que indignados por não terem tido a oportunidade de saber disso antes”. Entre as idealizadoras e professoras do Brincantinho está Flora Popovic, sobrinha da educadora Ana Maria Popovic.
 
     
Rosane (esq.) aplica seu olhar brincante na educação; um dos resultados: bonecas 
Abayomi, criadas por educadoras na oficina “Histórias de Brincar”
(Crédito: Acervo Instituto Brincante)
 
No áudio, Rosane defende a ideologia do instituto ao explicar porque arte e educação devem sempre caminhar juntas, fala sobre o uso das manifestações populares para ampliar o comprometimento com a evolução da consciência humana e define o que traduz como lógica da generosidade. 
 
Links:
– A agenda de cursos e eventos do Instituto Brincante pode ser acompanhada aqui
– Veja o trailer de “Brincante – o filme”, que esteve em cartaz recentemente nos cinemas
– Quem foi Ana Maria Popovic  
 
Créditos: as músicas utilizadas na matéria são extraídas de trabalhos de Antonio Nóbrega. Por ordem de entrada: “Vinde, Vinde, Moços e Velhos” (domínio público), “Loa de Abertura” (domínio público), “Abrição de Portas” (Domínio Público – Adaptação de Antonio Nóbrega e Wilson Freire), “Marcha da Folia” (Raul Moraes) e “Madeira que Cupim não Rói” (Capiba).
 


"Brincada" realizada no parque do Ibirapuera, em maio de
2012 
(Crédito: Acervo Instituto Brincante)

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments

Receba NossasNovidades

Receba NossasNovidades

Assine gratuitamente a nossa newsletter e receba todas as novidades sobre os projetos e ações do Instituto Claro.