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O Informe NET Educação entrevista o coordenador pedagógico do Instituto Esporte e Educação, Fábio D’Ângelo; e o filósofo, escritor e doutor em educação, Mário Sérgio Cortella. Eles promovem o contraponto entre a prática esportiva que recai pura e simplesmente na competição e aquela em que prevalece o espírito de colaboração e cooperação.

Esta edição ainda apresenta o ponto de vista de Sergio Patrick, um dos representantes do Grupo Bandeirantes de Comunicação nas Olimpíadas de Londres. Ele relata o que observou sobre o espírito olímpico de alguns dos principais atletas dos jogos desse ano.

“O importante não é vencer, é participar”. Em época de Olimpíadas, esta frase costuma ser associada ao princípio dos jogos. Atribuída ao responsável pela fase moderna da competição – o francês Pierre de Frédy, que ficou conhecido como Barão de Coubertin –, na verdade, teria sido utilizada originalmente em sermão do bispo da Pensilvânia aos atletas que participariam das Olímpiadas de Londres, em 1908.

O estudioso dos jogos cooperativos (modalidades em que prevalecem a interação e o companheirismo), Fábio Brotto, ampliou este conceito ao defender que “se o importante é competir, fundamental é cooperar”.

Fábio D’Ângelo corrobora com essa filosofia, ao defender que a competição é saudável quando se tem “a possibilidade de competir com pessoas que tenham competências parecidas”. Caso contrário, estaremos diante de uma competição que tende a ser excludente.

A visão do esporte cooperativo está presente em algumas aldeias indígenas, apontadas como um bom exemplo para as escolas. Nelas, o jogo representa um espaço de convivência. É nesse contexto que encontramos o jogo de peteca, defendido pelo filósofo Mário Sérgio Cortella.

Em oposição a esportes em que um atleta se especializa em prejudicar o outro para obter a vitória, o educador afirma que o jogo de peteca é colaborativo, porque nele “a finalidade é brincar e fazer com que permaneça no ar a peteca o maior tempo possível, de maneira que a grande diversão é não deixar a peteca cair, literalmente”. Outro aspecto positivo desta prática nas escolas é o fato de que pode unir meninos e meninas na mesma brincadeira.

Admirador de Cortella, D’Ângelo cita o frescobol como outro símbolo de jogo cooperativo e pondera que a mesma filosofia deve ser levada a esportes tradicionais, como futebol e vôlei. Isto depende de o professor tratar a prática esportiva como uma construção coletiva.

Por outro lado, o professor condena situações em que a criança é especializada em algum esporte precocemente. O coordenador do Instituto Esporte e Educação defende que, quando isso acontece, rompemos a ideia do esporte e corremos o risco de desestimular a criança ou o jovem diante de uma situação de pressão e de rigidez inadequadas para essas fases da vida escolar. Outra crítica é destinada às escolas que, em nome de preparar seus alunos para o êxito no vestibular, simplesmente excluem a educação física do currículo. 

Links:
Instituto Esporte e Educação
Pensamentos de Mário Sérgio Cortella, no quadro Escola da Vida, conduzido pelo filósofo na Rádio CBN
Pensamento de Rubem Alves, que defende a ideia de que é brincando que se aprende, sobre as diferenças entre o frescobol e o tênis

Crédito da imagem: lewkmiller – iStock

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