Facebookistão é o termo que o professor Luli Radfahrer, especialista em Comunicação Digital e Redes Interativas e livre-docente da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP), utiliza para se referir à rede social mais popular do Brasil.
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Para ele, “o Facebook estimula a segregação, a visão parcial do mundo, a filtragem de conteúdo, de tal forma que o indivíduo começa a ver realmente um mundo muito restrito. A estrutura de política fechada, de limitação de comunicação é muito parecida com a de alguns dos piores regimes totalitários, camuflados na forma de aparentes democracias”, pontua. A rede social já conta com mais de 1,6 bilhão de usuários no mundo todo.
Luli é um dos mais ferrenhos críticos desse domínio, mas consegue ver caminhos interessantes a serem explorados pelos professores. De acordo com ele, a dinâmica da rede social pode, por exemplo, promover o exercício de se pensar pelo lado oposto. Colocar-se no lugar daqueles que defendem uma ideia contrária pode ser um bom exercício, num contexto em que as redes sociais tendem a apresentar pensamentos parecidos com os que a pessoa já tem, contribuindo para menos receptividade de ideias diferentes.
Luli lembra ainda que só será possível um ambiente democrático na web se houver um aprendizado para lidar com essa maior liberdade de expressão e, ao mesmo tempo, respeitando a diversidade de opiniões.
LINKS
– Em outro artigo, “O Domínio do
Facebookistão”, Luli também trata o tema
– A pesquisa da agência
Quartz traz o ranking dos países que mais consomem
notícias por meio do Facebook
Créditos: as músicas utilizadas nesta edição, em ordem de entrada, são: “1965” (Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonfá), da Legião Urbana, “Televisão” (Marcelo Fromes/Tony Belotto/Arnaldo Antunes), dos Titãs e “Pensamento” (Da Gamma), Cidade Negra.
Luli Radfahrer é especialista em Comunicação Digital
e Redes Interativas (Crédito: Dani Gurgel)