Publicado em
22 de julho de 2015
“Seremos ainda cientistas se nos distanciarmos da multidão?”
Galileu Galilei
Denise Fraga e o elenco da peça Galileu
Galileu (Crédito: João Caldas)
Galileu (Crédito: João Caldas)
“Galileu Galilei” apresenta o drama do italiano que provou que a Terra girava em torno do Sol, mas foi obrigado a negar publicamente a sua descoberta para não ser queimado na fogueira da Santa Inquisição. Atitude considerada covarde por muitos, possibilitou que Galileu vivesse, ainda que exilado e tendo que renunciar a suas ideias, para terminar seu famoso livro “I Discorsi”, obra que revolucionou a ciência.
A biografia de Galileu Galilei, escrita pelo dramaturgo alemão Bertold Brecht, está em cartaz no Tuca – Teatro da Universidade Católica de São Paulo – que completa 50 anos. Protagonizada por Denise Fraga e dirigida por Cibele Forjaz, a peça retrata parte da vida do cientista e conta ainda com outros membros no elenco e música ao vivo.
Denise Fraga leu muitas biografias para viver o personagem. A atriz ressalta algumas qualidades que vê no legado do cientista: “ele escrevia em diálogos, como em teatro, de forma satírica, ele era muito sedutor. O que Galileu fez de fundamental também é que parou de escrever em latim e resolveu escrever em italiano, para as pessoas compreenderem, porque o latim limitava o conhecimento às elites”.
No áudio, Denise Fraga conta como amadureceu a ideia de dar vida a Galileu. Ressalta a atualidade do texto de Brecht e traça paralelos entre as personalidades do autor e do biografado. Brecht acrescentou um testamento ao texto da peça, em 1945, após a explosão da bomba atômica lançada em Hiroshima, no Japão. Nele aponta como a ciência, desprovida de razão, não tem sentido. Brecht afirma, na voz de Galileu/Denise: “Eu sustento que a única finalidade da ciência está em aliviar a canseira da existência humana. E se os cientistas, intimidados pela prepotência dos poderosos, acham que basta amontoar saber, por amor ao saber, a ciência pode ser transformada em aleijão, e as suas novas máquinas serão novas aflições, nada mais”.
Denise: “me sinto honrada e fortalecida por poder contar esta
riqueza de texto.” (Crédito: João Caldas)
riqueza de texto.” (Crédito: João Caldas)
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Crédito: as músicas utilizadas na edição do áudio foram extraídas da trilha sonora da peça, assinada por Lincoln Antônio e Théo Werneck.
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