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“Eu vejo várias crianças que brincam com bonecas, fazem 

novelinha com Barbie no Youtube, e tem lá milhares de 
assinantes. E os pais às vezes nem sabem. Acham 
que está brincando com Barbie e o celular.”
(Fernanda Café, quem mantém um programa 
de culinária com o filho de seis anos no Youtube) 
 
 
 
 
Crianças reunidas em “encontrinho” promovido por empresa, no
Rio de Janeiro (Crédito: site “Nice for Kids”)
 
“Oi pessoal! Meu nome é Julia, tenho dez anos. Como quase todas as meninas da minha idade, adoro maquiagem, viagens e brincar de bonecas”. É assim que uma das jovens “youtubers” se apresenta à sua legião de fãs. Julia Silva estreou cedo na web. Com seis anos, ela usava o YouTube para postar vídeos destinados à família que morava longe. Hoje, em seu canal, é seguida por mais de 1 milhão de pessoas. Julia é precursora do movimento que tem atraído crianças e adolescentes.
 
 
Em 2015, na lista dos presentes de Natal pedidos pelas crianças, ao lado dos brinquedos e dos videogames, já apareceram a câmera de boa resolução e o tripé, equipamento mínimo para que qualquer um possa se tornar um “youtuber”
 
O portal NET Educação coloca em pauta esse tema e conversa com especialistas sobre o universo de pais e filhos que buscam os cliques nas redes sociais. O que é o movimento e como ele impacta a vida das crianças? 
 
Para o engenheiro de software Marcos Charalabopoulos, a geração de pequenos “youtubers” “já está sendo acompanhada pelos pais e também por agentes e empresas que investem na carreira do ‘youtuber’, desde o nascimento do canal até a evolução que ele alcança”. Um exemplo dessa ação empresarial são os chamados “encontrinhos”, patrocinados por uma grande rede de lojas de brinquedos, que  reúnem as celebridades mirins. 
 
A pedagoga Cláudia Regina Marques de Oliveira ressalta que os pais e a escola devem estar atentos àqueles que se frustram por não terem curtidas nos conteúdos que publicam. “No momento em que essas crianças não têm essas curtidas ou alguém faz uma ressalva sobre aquele comportamento, a criança se frustra”.  É importante compreender  as relações e as  necessidades de uma criança quando ela pensa “Eu sou valorizado pelas curtidas que eu tenho”.
 
A experiência com canais de games e a formação em Direito deram ao “youtuber” Hagazo condições para oferecer o curso “Como criar o canal no YouTube”. Ele comenta que é procurado por crianças interessadas em se tornar “youtubers” e alcançar a fama rapidamente, algumas não têm mais do que seis anos. Mas ele lembra que ser “youtuber” dá trabalho: envolve “pesquisa, preparação, horas pra gravar, pra editar, a pré-produção, a pós-produção e a questão de lidar com seu canal fora do vídeo”. Hagazo vê nesse interesse uma possibilidade de conexão com a escola. “Não pode ser só uma busca de fama. A gente precisa pensar no conteúdo, nas consequências e, principalmente, precisa de preparo”, avalia.
 
Com décadas de experiência em sala de aula, Cláudia também vê oportunidades quando o desejo da criança é bem orientado. Ela destaca alguns canais em que crianças falam sobre assuntos importantes. Um bom exemplo de “youtuber mirim” que sai do lugar comum é o de PH Côrtes, de 13 anos. Ele estreou o canal Meus Heróis Negros Brasileiros em 2015, no Dia da Consciência Negra. A ideia nasceu depois que o garoto assistiu à peça “O Topo da Montanha”, com Lázaro Ramos e Taís Araújo, que narra os últimos momentos de Martin Luther King. 
 
LINKS:
– Hagazo oferece um curso na plataforma Beved, mas também oferece uma introdução sobre como criar um canal no Youtube em seu site Criadores de Conteúdo
 
– Na Campus Party 2015, um dos encontros teve como tema “Meu Filho quer ser Youtuber: e agora?”. Você pode acessar o vídeo aqui: http://bit.ly/1Ppulib
 
Meus Heróis Negros Brasileiros, um canal que vale ser visto
 
– Conheça o blog de Júlia Silva, uma criança que começou fazendo vídeos para enviar à família que morava longe
 
Créditos: no áudio, as músicas utilizadas, por ordem de entrada, são: “Estudar pra quê?” (John Ulhôa), com Pato Fu, “Light The Torch” de Silent Partner, “Sugar Zone” de Silent Partner e “Meus Heróis”, com Fábio Brazza.  
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