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Existe conexão entre um smartphone e um giz? O que liga essas tecnologias aos elementos químicos de uma tabela periódica? As respostas estão na entrevista concedida pelo professor titular do Instituto de Química e coordenador do Núcleo de Apoio à Nanotecnologia e Nanociências da Universidade de São Paulo (USP), Henrique Eisi Toma. O assunto ganha ainda mais relevância neste ano de 2019, em que as Nações Unidas comemoram um século e meio da descoberta desse sistema periódico pelo russo Dmitri Mendeleev, que aconteceu em 1869.

“A tabela periódica está para a ciência como o alfabeto para a comunicação. Os elementos equivalem às letras, que, combinados, formam o ‘abecedário’ da química. Shakespeare soube usar as palavras de maneira única. O químico também tem de combinar elementos para revelar aquilo que não está aparente”, filosofa o entrevistado.

É o que Toma faz no podcast, ao apresentar exemplos para que docentes se apropriem de dois objetos que estão ao alcance das mãos tornando uma aula sobre a tabela periódica mais atraente: o celular e o giz.

O professor explica que um smartphone tem em torno de 20 elementos, mas aponta que, se for feita uma análise minuciosa, estarão lá todos os elementos da tabela periódica, em menor ou maior quantidade. “As terras raras, por exemplo, conseguem transformar luz em impulsos. Toda a parte da internet depende desses elementos, porque amplificam o sinal”.

Professor Henrique Toma durante entrevista ao Instituto Claro (crédito: Marcelo Abud)

 

No áudio ele relaciona alguns componentes que estão na tela, na bateria, no processador e em outros itens de um celular e que representam de que forma evoluções tecnológicas estão ligadas aos elementos químicos e ao avanço da nanociência. “O adolescente vai ter curiosidade de saber o que é uma bateria, como a energia é armazenada, como o impulso elétrico é transformado em impulso ótico e de que forma se consegue gerar eletricidade a partir da luz”, garante.

Ainda no podcast, o professor explica que o descarte do lixo eletrônico pode resultar em prejuízos inestimáveis ao meio ambiente ou em dividendos para o país, de acordo com o que é feito no processo. “Hoje o celular está no nosso bolso, mas amanhã estará no lixo e vai gerar montanhas de celulares cheias de resíduos eletrônicos. A China pega de volta todos os descartes para reprocessar e produzir novos aparelhos, gerando economia e preservando a natureza”.

Outro objeto citado pelo professor que ajuda no estudo dos elementos químicos é o giz. Ele relaciona as substâncias que são encontradas nesse objeto tão presente no dia a dia de alunos e professores.

Convite

O professor Henrique Toma recepciona escolas em visitas e conta histórias relacionadas aos elementos químicos, com o apoio de uma enorme tabela periódica que fica na entrada do Instituto de Química da USP. Os agendamentos podem ser feitos pelo e-mail henetoma@iq.usp.br ou pelo telefone: (11) 3091-3887.

Para complementar:

Confira, abaixo, a tabela periódica que o Instituto Claro desenvolveu para os professores utilizarem em sala de aula (clique na imagem para ampliar):

Créditos:

A música utilizada na edição do áudio é “Cérebro eletrônico” (Gilberto Gil), com Marisa Monte. A trilha de fundo é de autoria de Reynaldo Bessa.

Crédito da imagem: Apiruk – iStock

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