Na última semana aconteceu o 7º Congresso GIFE, que teve como tema as novas fronteiras do Investimento Social Privado. Uma das palestras do evento, que reuniu representantes de empresas e institutos empresariais, abordou as novas formas do investimento social na educação.

Para o início do debate, Priscila Cruz, diretora executiva do Todos pela Educação, apresentou um status do projeto, que visa garantir às crianças e jovens do Brasil direito à Educação Básica de qualidade. “De 2000 a 2010 houve um aumento de 8% de crianças e jovens na escola e um melhor desempenho na disciplina de Português”, mostrou Priscila.

Com base nos dados apresentados, os representantes da Fundação Victor Civita, Gerdau, Fundação Bradesco, Fundação Roberto Marinho, Fundação Itaú Social, FGV, Todos pela Educação e Instituto Inspirare, listaram alguns desafios que ainda precisam ser enfrentados para a melhoria da educação no país. “Precisamos entender melhor o que se espera de um professor e o que o aluno precisa aprender, para saber como contribuir”, comentou Denise Aguiar, da Fundação Bradesco.

Os desafios identificados foram: a formação dos educadores, a clareza nas políticas públicas e a sinergia entre os investidores.
Para os palestrantes, é necessário unir forças para melhorar a educação no país, pois segundo pesquisa GIFE, 82% dos associados trabalham com o tema, sendo 59% projetos próprios.

“Esta sinergia reforça não só o compromisso com acesso à educação, mas também com a qualidade de ensino no Brasil”, ressaltou Isabel Santana, da Fundação Itaú Social.

O 7º Congresso GIFE
Mais de mil lideranças de governos, sociedade civil organizada, academia e investidores sociais, 115 palestrantes e 60 mesas, paralelas e oficiais, marcaram o 7º Congresso GIFE, realizado entre os dias 26 e 30 de março, no Sheraton, em São Paulo. A interatividade das atividades foi o grande destaque desta edição do maior encontro sobre investimento social do Brasil.
 
A plenária de abertura em formato de arena, que contou com a participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do ministro Gilberto Carvalho, e o espaço Open Space, deram a oportunidade dos convidados participarem do debate. No “espaço aberto” os participantes puderam construir a agenda do encontro liderando pequenos grupos de discussão.
 
Sob o tema “Novas fronteiras do Investimento Social”, o Congresso mostrou que o investimento social precisa, cada vez mais, de uma interlocução mais ampla com outros setores e experiências, articulando as dimensões de relacionamento e conhecimento. “Trata-se de uma nova etapa para o GIFE, em que múltiplos olhares e demandas tencionam as práticas de investimento quanto ao seu planejamento, alcance, legitimidade, impacto, conteúdo e articulação com outros setores”, disse Denise Aguiar, presidente do Conselho de Governança do GIFE.
 
Segunda ela, o tema proposto centraliza essa preocupação atual e reflete novos tópicos para os desafios futuros. “Exemplos disso são os movimentos para cidades sustentáveis, a Rio+20, o crescimento dos negócios sociais, investimentos na Amazônia e o legado social que esperamos que tragam os grandes eventos esportivos nos próximos anos”, completou ela.

Para encerrar as atividades do 7º Congresso, foi promovida uma plenária final na tarde da sexta-feira (30), com o objetivo de fomentar o diálogo entre três instituições distintas, mas que de forma vigorosa, fazem-se presentes na linha de apoio e intervenção dos processos privados voltados ao desenvolvimento social sustentável. Na mesa, Fernando Rossetti, secretário-geral do GIFE (investimento social), Paulo Itacarambi, vice-presidente executivo do Instituto Ethos (responsabilidade social de empresas), e Marina Grossi, presidente do CEBDS (Centro Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável). Na mediação, Ana Toni, do conselho do Greenpeace Internacional e representante da Fundação Carlos Chagas.
 
O diálogo entre os representantes colocou em pauta uma estrutura conceitual esclarecedora que, na mesma medida, pontuou diferenças de abordagens e apontou possibilidades palpáveis de congruências e complementaridades. Após apresentação sobre cada entidade, os três representantes iniciaram um debate que salientou, mais do que divergências, a certeza de que organizações desta ordem – apesar de suas distintas abordagens – têm como se articular na criação de agendas ainda mais amplas para a promoção do desenvolvimento.
 
“Nenhum tipo de rivalidade aqui faz sentido. Sem dúvida o melhor que temos a fazer é promover ainda mais diálogos como este e trabalharmos cada vez mais de maneira articulada” apontou Marina Grossi. O desejo de mudança e transformação e as responsabilidades diante das novas perspectivas – trazidas por eventos como o Rio+20 – permearam as exposições das três entidades.
 

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