Os professores da rede pública de ensino da Bahia decidiram terminar na sexta-feira (3) a greve de 115 dias. A rotina de aulas é retomada a partir de segunda-feira, quando deverá ser organizado o calendário de reposição dos dias letivos perdidos.

A vice-coordenadora da APLB (sindicato dos trabalhadores em educação), Marilene Betros, disse que a categoria não está satisfeita com o reajuste salarial oferecido pelo governo do Estado, mas decidiu retornar ao trabalho em respeito a alunos e professores. "Compreendemos que é o momento de termos respeito aos nossos estudantes e colegas de trabalho, que não podem mais ser prejudicados", afirmou.

A categoria decidiu aceitar uma contraproposta feita pelo governo ontem. Foi ofertada a readmissão dos docentes demitidos durante a greve, a devolução dos salários suspensos, a retomada dos repasses sindicais e a retirada dos processos judiciais.

O governo só manteve a proposta salarial com 7% de aumento em novembro de 2012 e outros 7% em março de 2013, além do reajuste anual dados aos servidores (que oscila entre 6,5% e 11,5%). Os docentes queriam 22,22% ainda este ano.

Sem salário desde o início da greve, a pressão financeira já fazia com que muitos professores voltassem às salas de aula. Na quinta-feira, a Secretaria de Educação informou que 93% das 1.411 unidades que compõem a rede estavam funcionando.

No Colégio Central, um dos mais tradicionais de Salvador, as aulas recomeçaram na quinta-feira (2), com cerca de 40% do efetivo de alunos e professores, segundo o diretor Cléber Azevedo. "Os professores não aguentavam mais a greve. Estavam aflitos e decepcionados porque o governo não sinalizava com propostas às reivindicações", disse.

Para parte dos alunos, o clima é de satisfação pelo retorno às aulas e de preocupação com os impactos da greve, que serão sentidos até 2013. A estudante do segundo ano do ensino médio Milena Santana, 17, diz que sente-se "prejudicada e inferior a quem está estudando".

Ela diz acreditar que não há como recuperar o conteúdo perdido em 115 dias de greve sem prejudicar o próximo ano letivo. "Como vou começar meu terceiro ano e ainda terminar o conteúdo do ano anterior?", questiona.

Em nota, a Secretaria da Educação classificou como "muito positiva" a suspensão da greve e solicitou que diretores se unam ao colegiado de cada unidade de ensino para ajustar o calendário de reposição. Ao longo do semestre, as aulas serão repostas aos sábados. Janeiro e fevereiro de 2013 também devem ser utilizados para reposição.

 

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