O desenhista, jornalista, dramaturgo e escritor Millôr Fernandes morreu na noite de terça-feira (27), aos 87 anos, em sua casa no Rio. De acordo com a família, ele sofreu falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca.
Em novembro de 2011, Millôr Fernandes recebeu alta depois de quase cinco meses internado na Casa de Saúde São José, situada em Botafogo, zona sul do Rio –em fevereiro do ano passado, ele sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) isquêmico.
Millôr, cujo nome de registro é Milton Fernandes, nasceu no Rio em 27 de maio de 1924, segundo sua carteira de identidade, mas a data pode não estar correta, segundo contava o próprio escritor. O pai morreu quando ele tinha um ano e a mãe, quando ele tinha dez anos.
Com apenas 14 anos, começou a trabalhar como jornalista. Aos 19, foi contratado pela revista "O Cruzeiro". No período em que ficou na publicação, as vendas subiram de 11 mil exemplares para 750 mil.
Millôr fez sua primeira exposição de desenhos em 1957, no Museu de Arte Moderna. Foi um dos criadores do "O Pif-Paf". Apesar de ter durado apenas oito edições, o jornal é considerado o início da imprensa alternativa no Brasil.
Millôr foi ainda um dos colaboradores de "O Pasquim", reconhecido por seu papel de oposição ao regime militar.
Além disso, foi uma das primeiras personalidades brasileiras a ter espaço na internet, inaugurando seu site, que segue no ar até hoje, no ano 2000.
O escritor também traduziu várias peças de Shakespeare, que se tornaram referência no meio teatral.
Millôr foi colaborador da revista "Veja" e de vários jornais, entre eles, "O Globo" e "O Estado de São Paulo".
Avesso a entrevistas, o escritor não costumava falar sobre seus trabalhos com jornalistas.
Foto: Ricardo Moraes/Folhapress