Uma das principais notícias da educação da semana, sobre o recorde de reprovação no Ensino Médio no Rio Grande do Sul, foi abordada na abertura da palestra do empresário Gilberto Weisel, na 19º edição da Educar Educador.
Wiesel também apresentou o que ele acredita ser uma possível explicação para o cenário negativo no Estado sulista: o distanciamento entre o ensino e a motivação para estudar. Mas, logo indagou: “motivação de quem?” E questionou sobre quais alunos se fala.
O palestrante usou os questionamentos como pano de fundo para explicar, de maneira resumida, as principais características dos “baby boomers” e das gerações X, Y e Z. A chamada geração “baby boomers” se refere aos nascidos entre 1943 e 1960, em famílias com renda consolidada e padrão de vida mais estável. São consumidores pouco influenciáveis por marcas, têm preferência por qualidade à quantidade e por produtos duráveis, e apresentam firmeza e maturidade nas decisões. Para eles, segundo Wiesel, o preço não é visto como delimitador ao perseguir um desejo. Os “baby boomers” também utilizam experiências passadas como exemplo para consumo futuro.
A “geração X” é composta pelos nascidos entre 1960 e 1980 com perfil um pouco mais individualista sem, contudo, perda de convivência em grupo. De acordo com o palestrante, esse grupo tem pessoas mais maduras, que lutam por seus direitos e por liberdade. Por outro lado, nota-se aqui um respeito em menor grau à família do que em outras gerações, em contraponto a uma valorização de indivíduos do sexo oposto e ruptura com as gerações anteriores.
Na “geração Y” estão indivíduos nascidos entre 1980 e 2000. Os principais traços do perfil são a conectividade, busca por informação fácil e imediata, preferência por computadores a livros, emails a cartas. Os indivíduos dessa geração digitam em vez de escrever, passam, grande parte do tempo, conectados a redes de relacionamento, e têm o hábito de compartilhar informações; são multitarefas, estão sempre em busca de novas tecnologias e não são fiéis a marcas.
Por fim, a “geração Z” reúne os nascidos entre 1990 e 2009. Eles têm perfil altamente tecnológico e multitarefas em um mundo quase essencialmente virtual. Para esses indivíduos, prevalece a obsolescência (as coisas perdem valor rapidamente), falta de expressividade na comunicação verbal e baixa interação social. Especialistas divergem sobre as datas de início e fim das gerações Y e Z.
Depois de explicar as características de cada uma das gerações, Wiesel retomou a questão apresentada no início da palestra. Segundo ele, para lidar com alunos do Ensino Médio é preciso entender as novas demandas das gerações Y e Z, especificamente. Ele lista alguns desafios. “É preciso desenvolver novas competências, desafiar limites, aprender a aprender, aprender a mudar e aprender a fazer”. Para o empresário, “não são as gerações que apresentam problemas”. Segundo ele, “nós (educadores) é que somos a barreira das gerações”.
Para modificar o cenário positivamente, Wiesel reforçou a importância de se conhecer os motivadores das novas gerações – desafios, responsabilidades, reconhecimento, realização de sonhos. Ele também listou os “desmotivadores” – injustiça, mentira, falsidade. Para ele, há que sempre ter em mente o seguinte questionamento: “Que tipo de educador eu quero ser?”.
19ª Educar Educar, que acontece até dia 19 de maio em SP
Foto: Andreia Naomi