Fazer da pichação um coletivo de arte e mobilizar alunos para que cuidem da escola como patrimônio são algumas iniciativas do Movimento Social e Cultural Cores do Amanhã, localizado na Comunidade do Totó, em Recife (PE). A coordenadora da instituição, Jouse Barata de Queiroz, conversou com o NET Educação e contou como uniu a arte urbana à educação, visando sempre o trabalho em conjunto.
NET Educação – Como funciona o trabalho do Movimento nas escolas?
Jouse de Queiroz – Por conta do nosso trabalho desenvolvido nas comunidades de Recife, com foco no grafite, as escolas passaram a nos procurar para sanar o problema da pichação. E passamos a oferecer oficinas de hip hop e grafite, com o foco em mostrar para esses jovens outras formas de se expressarem, passando mensagens por meio da arte. Nossos grafiteiros também vieram da pichação. Hoje, eles têm outra visão, que é a de utilizar o grafite como arte.
NET Educação – Qual a metodologia utilizada para envolver estes alunos?
Jouse – Fazemos uma palestra de algum tema ligado à comunidade (arte, cultura urbana, direitos humanos, etc), visando o trabalho em conjunto, a troca de conhecimento e a importância de cuidar da escola. Na sequencia, começamos a realizar o painel do grafite, onde o aluno tem a liberdade de se expressar naquele espaço. E essa produção coletiva livre, faz com que os participantes sintam orgulho do que estão fazendo, o que acaba virando um patrimônio deles.
Quadro “Dá Certo” com o Movimento Cultural Cores do Amanhã
Jouse – Sim, porque é uma forma diferente de educar, baseada sempre na troca de conhecimento e em atividades criativas que ocupem o tempo ocioso das crianças e adolescentes. E essa metodologia reforça que não estamos aqui só para ensinar, temos muito a aprender com esses jovens.
NET Educação – Como surgiu o Movimento Social Cultural Cores do Amanhã?
Cores na Escola Pintor Lauro Villares