Valorizar o diálogo e os saberes populares nas práticas educativas está no centro da educação popular pensada pelo patrono da educação brasileira, Paulo Freire. Idealizado, inicialmente, para a educação não-formal, esse movimento pedagógico, político e filosófico também pode inspirar os trabalhos e as reflexões que acontecem no interior das redes públicas de ensino de todo o Brasil, trazendo benefícios para a escola e seus alunos.
Isso porque a educação popular entende a cultura do aluno e das comunidades escolares como fundamentais para a construção de novos saberes junto aos professores e demais educadores da escola, configurando um processo que é coletivo e bastante democrático. Ela também se opõe à educação bancária — criticada por Paulo Freire—, que entendia cada estudante como um indivíduo vazio a quem só compete receber conhecimentos “depositados” pelos professores.
A seguir, conheça cinco livros que aprofundam os benefícios e os desafios da educação popular quando introduzida na escola pública, seja compartilhando experiências práticas ou refletindo sobre o pensamento freiriano sobre o tema.
Educação popular freireana em escola pública: práticas com projetos educativos
Ivanilde Apoluceno Oliveira e Maria de Jesus Lopes da Silva, Editora CRV, 2016
O livro relata uma experiência iniciada em 2009 em uma escola pública do bairro da Marambaia, em Belém (PA). A instituição tinha estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental com dificuldades de leitura e escrita, além de problemas sociais, econômicos e casos de distorção idade-série. Ao narrar a trajetória da aplicação dos princípios freirianos no ambiente escolar, os autores enfocam não apenas os avanços na aprendizagem dos alunos, mas também compartilham os limites de um trabalho educativo popular realizado na rede pública.
Educação não-formal e educação popular: Para uma pedagogia do diálogo
Lola Cendales, Edições Loyola, 2006
A obra discute as possíveis relações da educação popular na prática da educação não-formal. Para isso, os capítulos enfocam como deve ser um projeto de educação fora do ambiente escolar e a importância do diálogo nesse processo. Para completar, apresenta exemplos de planejamento e de intervenções práticas.
Educação popular uma formação libertadora
Gisele Carneiro, Editora InterSaberes, 2020
A autora propõe a educação popular como alternativa para romper com um sistema de formação sem significado para os alunos e descomprometido em formar indivíduos críticos e sensíveis às injustiças sociais. Ela a defende como instrumento para promover uma educação que considere a individualidade dos estudantes e que avance em desenvolver, junto a eles, a ética e a importância de um bem-estar social que seja coletivo.
Cultura popular: Gestos de ensinar e aprender
Jadir de Morais Pessoa, Editora Vozes, 2018
A obra discute como a cultura popular pode ser incorporada no campo da educação, atuando a favor ou em oposição à escola. São destacadas a transmissão oral de costumes, as escritas regionalistas, as músicas do folclore nacional, os modos de vida de cada povo, entre outros.
Educação popular: Lugar de construção social coletiva
Mejía J. Marco Raúl e Maria da Gloria Gohn (org.), Editora Vozes, 2013
A obra apresenta a educação popular como uma área que incorpora novos espaços e referenciais teóricos para promover o conhecimento, constituindo-se, assim como uma experiência que é coletiva.
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