Ideologia política ultranacionalista e autoritária, o fascismo retoma imagens que ainda assombram a humanidade, sendo associado ao período entre as duas guerras mundiais, violência e genocídios. Em um momento de ascensão da extrema direita no mundo, o termo foi resgatado e passou a ser observado com maior cuidado por cientistas políticos e intelectuais.
Para entender melhor como essas estruturas políticas dos tempos presentes se relacionam com o fascismo histórico, selecionamos quatro livros que analisam as semelhanças e diferenças entre os dois fenômenos. Em comum, as obras propõem um olhar para o passado para entender os desafios dos dias de hoje.
Uma breve história das mentiras fascistas
Federico Finchelstein, Editora Vestígio, 2020
A obra explica as características do fascismo no passado da Itália e Alemanha para ajudar a entender o perigo dos movimentos de extrema direita espalhados hoje por todo o mundo. Descreve como as mentiras usadas pelos fascistas nesses dois países durante o início do século XX se apoiavam na distorção da realidade para expandirem seu poder e controle.
Conservadorismos, fascismos e fundamentalismos: análises conjunturais
Ronaldo de Almeida e Rodrigo Toniol, Editora da Unicamp, 2018
Conservadorismo e fascismo são temas presentes nas discussões políticas e na mídia do Brasil atual. O livro se dedica a refletir sobre eles dentro de um contexto nacional e internacional. Também se propõe a explicar os motivos pelos quais as atitudes do ex-presidente estadunidense Donald Trump, por exemplo, poderiam ser consideradas de caráter fascista.
Fascismo à brasileira
Pedro Doria, Editora Planeta, 2020
Pedro Doria é jornalista com passagens como editor-chefe de digital do Estado de São Paulo e editor-executivo de O Globo. Para entender a extrema direita brasileira e sua relação com o fascismo, ele resgata o integralismo liderado pelo deputado e jornalista Plínio Salgado, maior movimento fascista fora da Europa entre os anos 1920 e 1940. “Era uma organização nacionalista, autoritária e tradicionalista. Plínio era anticomunista e defendia as ideias do fascismo, entre elas a defesa de uma identidade nacional e a crença de que a salvação da pátria exigia tanto a obediência a um ‘salvador da pátria’ como a destruição dos inimigos internos”, explica a sinopse da obra.
As novas faces do fascismo
Enzo Traverso, Editora Âyiné, 2021
O livro do intelectual italiano enfatiza as diferenças entre o fascismo histórico com o movimento de extrema direita vivenciado nos dias de hoje. Na obra, ele defende o uso do termo pós-fascismo, um fenômeno híbrido, que não passa pela reprodução do antigo fascismo, nem por algo totalmente diferente.
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