Na Escola Municipal num Povoado da Cidade de Maruim, localizado a 29 km de Aracaju, foi realizado em 2013 o Projeto "Literatura de Cordel em Sala de Aula" com cerca de 200 estudantes desde a Educação Infantil até o 5º ano do Ensino Fundamental. A atividade objetivou contribuir no processo de alfabetização e desenvolvimento da leitura sem perder de vista a importância do fortalecimento da identidade Cultural a partir da modalidade literária que mais identifica o povo nordestino que é a Literatura de Cordel. O Projeto dividiu-se nas etapas: Brincar, Conhecer, Rimar e Divulgar, alternando atividades por turma e "Encontros Coletivos". Na primeira etapa da atividade, estudantes puderam participar de atividades lúdicas previamente elaboradas que proporcionaram conhecimento sobre as principais técnicas do Cordel, com a rima, por exemplo. Na segunda, foi possível conhecer a História do Cordel a partir do relato dos próprios "Cordelistas". Durante a terceira fase, estudantes e professores/as produziram versos com os mais diversos temas. A derradeira etapa consistiu em visitar, na capital sergipana, locais onde são expostos os folhetos, onde os poetas se reúnem. Esta fase denominou-se "Divulgar" pelo fato de que a partir de tudo o que foi vivenciado durante o ano letivo, os/as estudantes e professores serão de fato, os divulgadores do que é a Literatura de Cordel Brasileira. É importante ressaltar que a prática pedagógica não consistiu exclusivamente na formação de poetas, algo que evidentemente não seria anulado. O Projeto Literatura de Cordel em Sala de Aula focou, além do que foi mencionado, na possibilidade de despertar o prazer pela leitura em meio a atividades culturais que historicamente acompanharam a literatura de herança Europeia. Cumpre relatar ainda, que o Projeto Literatura de Cordel em sala de aula proporcionou formação continuada aos/às profissionais do magistério sobre formas de trabalhar com o Cordel em sala de aula. Conhecida como a "Cartilha" do povo nordestino, o Cordel historicamente chegou onde não havia professor ou escola. Ocupou os espaços da leitura e da oralidade. Levou à tona, diversos debates, narrou o sertão nordestino e envolveu em seu universo mágico todos os que aprenderam a amar a literatura. Levar esta modalidade literária às salas de aula é também participação para minimizar indicies de distorção idade-série de estudantes; estimular a criatividade e perpetuar a tradição cultural. Izabel Cristina Santana do Nascimento.

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