Será que séries de TV podem ir além do entretenimento e entrar nas salas de aula? A professora de química Vânia Valéria Valente, fã da popular série policial “CSI”, garante que sim. Ela levou os episódios para três classes do 3º ano do Ensino Médio do colégio Beatíssima Virgem Maria e propôs a seguinte atividade aos alunos: criar um crime, desvendá-lo com seus conhecimentos em química, física e biologia, filmar e apresentar um episódio próprio com a mesma proposta da série.

“O objetivo do projeto era a interdisciplinaridade. Queria que os alunos percebessem que, apesar de estudar as matérias separadamente, na vida elas estão integradas, uma depende da outra”, explica Vânia. O professor de redação ajudou os alunos com o roteiro, enquanto os de física e biologia trabalharam nos laboratórios para ensinar como deveriam resolver o mistério do crime. Outros educadores auxiliaram em pontos específicos e cederam aulas para a realização das gravações. Vânia participou de todas as etapas do projeto.

Os alunos utilizaram as filmadoras e máquinas fotográficas próprias, atuaram, editaram, gravaram o conteúdo em DVDs e publicaram na internet. “Eles filmaram inúmeras vezes as mesmas cenas, observaram a luz e escolheram os lugares, fizeram o trabalho completo”, conta Vânia. Ao final, a atividade superou as expectativas e os alunos apresentaram seus trabalhos em sessões para o resto da escola.

A professora acredita que, além de a temática do “CSI” ser um atrativo, as tecnologias utilizadas durante as gravações foram outro aspecto favorável ao engajamento dos alunos: “São tecnologias que o adolescente adora e tem domínio, e os professores que as utilizam ajudam a motivá-lo no aprendizado”.

Sobre o trabalho interdisciplinar, ela defende que basta a equipe de professores estar unida e acreditar em um único projeto. “Ainda existe, na educação, muita relutância pelo trabalho interdisciplinar, pois é realmente mais difícil”, comenta. Ainda neste ano, o projeto deve ser aplicado novamente para outras turmas.