O grande desafio para quem leciona é convencer que o que pretende ensinar é importante. Não só importante para quem vai aprender, mas primeiramente para si mesmo. E é esse sentimento que leva à busca de metodologias que tornem atraente o aprendizado, ainda mais em nossa sociedade tecnológica onde existem muitos atrativos para além da sala de aula.

Um impasse dentro das escolas é o uso do celular. Tem sido um campo de batalha. Permitir ou não? Quando e como usar? Como impedir que os alunos façam uso o tempo todo desse aparelhinho, que parece fazer parte do corpo dos adolescentes? Se não se pode vencê-los, una-se a ele! Essa é a máxima para situações que se desenham e não têm volta.

Nas aulas de Geografia, nas turmas do 7º ano, iniciamos o conteúdo sobre “formação do povo brasileiro”. Depois de todo estudo teórico, passamos para tarefas práticas. Cada aluno fez sua árvore genealógica buscando as etnias que fazem parte de sua ascendência.

O trabalho evoluiu para a identificação da existência de racismo dentro e fora da escola. Nessa etapa, os alunos partiram para o campo para entrevistarem pessoas da comunidade buscando identificar o que pensavam sobre o racismo, se existe ou não, e se, principalmente, já tinham sido vítima ou presenciado alguma atitude racista. Para tanto, utilizaram os seus inseparáveis celulares para realizarem suas entrevistas. Foi um momento muito gratificante ao verificar que 100% da turma se envolveu no trabalho, buscando familiares e pessoas de seu convívio que gentilmente cederam suas imagens e vozes.

Com esse material em mãos, fomos ao laboratório de informática para, então, fazermos a edição dos pequenos vídeos. Utilizamos o software livre Kdenlive, que é um editor de vídeos, para trabalharmos as entrevistas, acrescentando música, legenda e efeitos. Nessa etapa a troca de conhecimento foi fantástica! Os que dominavam a tecnologia ajudavam os demais colegas, promovendo um excelente trabalho colaborativo. Assim os vídeos foram concluídos e todos se sentiram gratificados em realizar a tarefa.

Enfim, foi uma experiência enriquecedora. Poder utilizar a tecnologia a favor do aprendizado e perceber o envolvimento dos alunos em todas as etapas do processo.