A Zona Norte da cidade de Macapá, capital do estado do Amapá, é resultado do crescimento desordenado da cidade que dobrou de tamanho em, aproximadamente, 20 anos. Da forma que ocorreu, tal crescimento trouxe consigo inúmeros problemas sociais que não são de exclusividade desta cidade localizada sobre a linha imaginária do Equador. Neste contexto, tive a oportunidade de trabalhar com uma turma do programa Mulheres Mil. Este programa é provido pelo governo federal e implementado por diversas instituições no Brasil, inclusive no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (IFAP).

O referido programa tem o objetivo de capacitar mulheres em situação de vulnerabilidade social para que obtenham condições de (re)posicionarem-se no mercado de trabalho. Na turma de 2012, tive a oportunidade de atuar com o componente curricular Empreendedorismo e, considerando a realidade da turma, propus que desenvolvêssemos planos de negócios durante o componente curricular (maio a junho). Desde a primeira aula, foi possível perceber as possibilidades que estavam surgindo naquelas mentes. É verdade que muitas delas desempenham alguma atividade para complementar a renda familiar.

Assim, o ambiente estava propício a qualquer professor trabalhar e, claro, empolgar-se também. Então, a turma foi divida em grupos e cada grupo deveria elaborar um plano de negócios aplicado à realidade vivenciada pelo grupo. A cada aula era possível ver o brilho nos olhos de cada aluna e visualizar neste brilho a elevação da autoestima e coragem de realizarem algo que pudesse melhorar a vida de cada uma. Lanchonetes, loja de confecções, conserto de roupas, pouco importa as ideias que eram lapidadas a cada aula que se avançava no plano de negócios. Chegavam às 8 da manhã, escutavam atentamente a explicação e exemplificação da etapa a ser desenvolvida naquele dia e reuniam-se em grupo para dar continuidade aos projetos. Naquele momento, o que mais importava era o quanto aquela atividade estava encorajando aquelas pessoas. Após 10 encontros, fizemos as apresentações dos projetos no auditório para convidados e demais professores. Foi fantástico vivenciar apresentações empolgadas e cheias de esperança no olhar e no nervosismo de algumas por estarem pela primeira vez falando para uma plateia. Daquele momento, não sei como prosseguiram. Porém, tenho certeza que cada uma das alunas já estava com asas e coragem para voar. Frederico de Souza Amaro Junior – IFAP – Macapá-AP.

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