projeto do ensino religioso sobre a morte.
 

O presente relato foi desenvolvido com alunos do quarto ano do ensino fundamental I em novembro de 2013, em uma escola municipal da periferia de uma cidade metropolitana de Curitiba.O assunto foi desenvolvido durante duas aulas na disciplina de Ensino Religioso. Este tema é recorrente nas aulas de Ensino Religioso mesmo quando o assunto das aulas é outro, devido à curiosidade que os alunos tem sobre o tema. Primeiro fizemos uma conversa inicial sobre as concepções de morte de algumas religiões. Iniciamos pelas Igrejas cristãs, porque é a matriz religiosa da maioria dos alunos. Eu li a poesia “Dona Ossos”, depois os alunos desenharam como imaginam a Morte.

Em seguida conversamos sobre as concepções de além morte: a ideia de ressurreição, reencarnação e o nada, em que a morte é o fim de tudo. Também foi apresentado o conceito de ancestralidade que é a crença de algumas religiões de matriz africana e também dos indígenas. Na sequencia, nosso assunto foi o Dia de Finados. A maioria dos alunos tem medo de ir ao cemitério porque acreditam que os mortos vão levantar do túmulo. Eu esclareci que isto não irá acontecer, inclusive a maioria das crianças crê que o espírito da pessoa nem está mais lá junto do corpo. O clima que prevalece em nossa cultura é o de tristeza e contrição neste dia.

Em busca da ampliação do olhar sobre este tema, apresentei a festa dos Muertos do México, na qual o dia de finados é sinônimo de festa, bem ao contrário do nosso costume. Foi esclarecido que este costume vem do fato que os mexicanos acreditam na continuidade da vida após a morte na forma de ancestralidade, então não há motivos para tristeza, saudade sim, mas se os espíritos dos entes queridos podem nos visitar neste dia, então nada de lamentações. Confeccionamos máscaras de caveiras mexicanas que ficaram bem coloridas e alegres, afinal elas são símbolos de uma festa de reencontro, de amor entre vivos e mortos.

Depois de prontas, os alunos dançaram a música “Rock das caveiras” usando as máscaras. Foi um momento de descontração já que este tema provoca muito interesse nas crianças, mas eles não podem falar com suas famílias porque as pessoas pensam que eles por serem pequenos não compreendem, e finalmente eles tiveram a oportunidade na escola de perguntar e argumentar a respeito de um tema que é um assunto tabu em nossa sociedade, mas o nosso destino inevitável. Professora Silvana Maria de Lara. Escola Irmã Dulce.São José dos Pinhais-Paraná.

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