No ano de 2011, a ideia de se trabalhar Capoeira surgiu de uma combinação de fatores que culminou nessa decisão. Além das orientações dadas por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais e da obrigatoriedade da Lei 10.639/03, somado ao interesse em “ampliar os horizontes” dos educandos, relativos à prática esportiva e a cultura do corpo e do movimento. Além disso, seria o Ano Internacional dos afrodescendentes, o objetivo desta iniciativa era fortalecer o compromisso político de erradicar a discriminação a descendentes de africanos e, também, promover o respeito à diversidade e heranças culturais. Portanto, uma ótima oportunidade para trabalhar a Capoeira como tema das aulas de Educação Física. A partir disso, foi elaborado um projeto para os educandos do 5º ano, do Colégio Onis, do município de Santos/SP sobre o ensino da Capoeira.

O projeto teve como objetivo rever as atitudes preconceituosas e ações discriminatórias na nossa sociedade a fim de erradicar tais situações relativas aos descendentes de africanos por meio do conhecimento da cultura afro-brasileira. Para isso foram realizadas diversas atividades, como por exemplo: uma roda de conversa que o assunto foi religião e tolerância, uma questão chave que desencadeou a conversa foi; Capoeira é ou tem a ver com religião? Após muita conversa, e por meio de exemplos que se exigia da articulação do pensar, como: do jogador de futebol ao entrar no campo de futebol se benze, assim como do surfista que antes de adentrar o mar também se benze. Os educandos compreenderam que a religião está na pessoa e não na modalidade esportiva. E que é preciso conhecimento para evitar o prejulgar.

Contudo, se no inicio do trimestre era comum ver risos ou chacotas daquele mais desengonçado devido ao sobrepeso ou estado de prontidão diferente da maioria, com o passar das aulas notou-se uma mudança gradual e progressiva nas relações entre os educandos por meio de atitudes e comportamentos solidários e afetuosos. Foi possível observar, também, a participação de todos na construção do varal pedagógico alusivo ao Dia da Abolição. A exposição oral foi facultativa, de maneira que os educandos que se sentiram confortáveis com a situação comentaram com propriedade o assunto. E por fim, tomaram ciência de como isso ocorria no período pós-abolição. Dessa forma, chegaram à conclusão que alguns preconceitos existentes na atualidade são oriundos deste período – e, que não fazem nenhum sentido.

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