Meu nome é André, sou professor de História e quero compartilhar uma história vivenciada com os alunos do EJA. Em uma noite de outubro, dando início a um projeto sobre as várias modalidades de "Desigualdade Social", comecei a explicar e propor algumas atividades para o desenvolvimento desta tarefa até que, aprofundando o assunto, comecei a exemplificar o tipo de Educação inadequada ou simplesmente, Educação ineficiente para uma grande proporção de pessoas. Além disso, compartilhei a minha experiência como profissional da Educação, enquanto meus pais não tiveram a oportunidade de estudar o ensino básico, ou melhor, mesmo sendo ambos analfabetos, abdicaram de seus interesses pessoais e assim, investiram todo o suor de um trabalho braçal e rural para que eu pudesse ingressar no meio acadêmico e então, conseguir um trabalho menos doloroso, comparado ao ofício de um lavrador.
Através desta troca de idéias e experiências vitais, eles sentiram-se ainda mais confiantes para realização da atividade, sobretudo, pela semelhança entre o próprio professor e eles mesmos, uma vez que o município contém aproximadamente doze mil habitantes, a economia é predominantemente primária, em torno do café, e a escolaridade é, em grande quantidade, regular, primária ou inexistente. Assim, pude perceber uma interessante relação entre o professor e os alunos, sobretudo, uma emocionante forma de trabalhar com cada um deles! Percebo que, em muitas situações, o que falta para estes e muitos outros alunos é um olhar mais compreensível e zelo, com objetivo de formar não apenas seres acadêmicos, mas também cidadãos conscientes de seus direitos e deveres, sobretudo, homens e mulheres para a pátria, fazendo o bem juntamente ao seu círculo social.