Conteúdos

*Adequação de conceitos:

Escravizado x Escravo: O termo “escravizado” remete a uma situação imposta por outrem, enquanto o termo “escravo” apresenta o sentido de fazer referência a uma condição natural, que não resulta da ação (ou omissão) de alguém. Usar o termo “escravos” significa considerar que aquele grupo de pessoas está naquela condição de maneira natural, enquanto o termo “escravizado” nos dá a dimensão de uma condição compulsória. Por exemplo, nós somos humanos, e não humanizados, é a nossa condição natural. Entretanto, um animal que é treinado para fazer coisas típicas de um ser humano é humanizado, ou seja, foi colocado em uma condição de comportamento forçada. Portanto, “escravizado” é o termo correto a ser utilizado.

Escravidão x Escravismo: O termo “escravidão” refere-se ao ato de tornar o outro escravizado, enquanto “escravismo” diz respeito ao sistema socioeconômico de exploração do trabalho de um grupo social ou humano sem pagamento. Por isso, para referir-se ao que ocorreu no Brasil: a instalação de um sistema escravista, que estruturava a sociedade social, política e economicamente, o termo correto é “escravismo”.

 

– Conceitos de trabalho, atividade econômica, êxodo rural, migração, escravidão, história, sociedade, leis trabalhistas
– Trabalho escravo e trabalho análogo à escravidão

Objetivos

– Compreender o significado do conceito de trabalho escravo no mundo contemporâneo.

– Conhecer as características do trabalho análogo à escravidão atual.

– Comparar as condições de trabalho escravo no Brasil e no mundo em diferentes períodos históricos.

– Ler e interpretar textos informativos, imagens, mapas temáticos, gráficos e tabelas relacionados ao mundo do trabalho e, sobretudo, ao trabalho escravo no Brasil e no mundo.

– Pesquisar informações acerca das condições de trabalho em países como Brasil, Mauritânia, Vietnã, Paquistão, China, Índia, Camboja, Coréia do Norte, entre outros.

– Elaborar um minidocumentário com o tema Trabalho Escravo Contemporâneo no Mundo.

1ª Etapa: Sensibilizando para o tema

Antes de iniciar, consulte os links sugeridos na área Para Organizar o seu Trabalho e Saber Mais

Inicie a aula apresentando à turma uma questão problematizadora: Existe escravidão no século XXI? Como seria essa escravidão no mundo contemporâneo? Organize a turma em pequenos grupos para discutir e, se possível, responder por escrito (em esquema, em lista explicativa, em um parágrafo pequeno) à questão proposta.

A partir da discussão, apresente a reportagem (em texto escrito ou em vídeo) realizada pela GloboNews, citada no item 7 da Seção Para Organizar o seu Trabalho e Saber Mais, a respeito da escravidão no mundo contemporâneo. Se o professor optar pelo texto jornalístico, a organização da turma em duplas ou trios para estudo em rodas de leitura compartilhada pode ser uma boa estratégia. No caso do vídeo, sugerimos que depois de assistirem à reportagem, os alunos se organizem em pequenos grupos para discutir o conteúdo apresentado.

Cada grupo deverá identificar no material estudado:

1. os fatores que contribuem para a ocorrência do trabalho escravo contemporâneo;

2. os países que lideram o ranking do trabalho escravo no mundo;

3. ações do governo brasileiro para erradicar o trabalho escravo no País.

Cada grupo apresentará os resultados da discussão realizada.

2ª Etapa: Conceituando trabalho escravo contemporâneo

Após o contato inicial dos alunos com o tema, ocorrerá o estudo da cartilha elaborada pelo Projeto Escravo Nem Pensar (ver item 1 da Seção Para Organizar o seu Trabalho e Saber Mais). Reunidos em grupos formados com três a quatro integrantes, a turma trabalhará no laboratório de informática.

A ideia é que cada grupo estude e sistematize os conteúdos da cartilha, destacando as descobertas e as informações que chamaram a atenção dos estudantes. Cada grupo deverá montar um slide (no power point ou no canva) de modo a expressar as características do trabalho escravo contemporâneo. Nesse slide, cada grupo deverá usar de esquemas, imagens, dados estatísticos e informações factuais relacionadas ao tema, apresentadas na cartilha estudada.

Em seguida, os grupos apresentarão o resultado da pesquisa à turma.

3ª Etapa: Conhecendo os tipos de trabalho análogo à escravidão

Para aprofundar os conhecimentos dos estudantes, ainda reunidos em duplas ou trios, a turma conhecerá as atividades produtivas que estão vinculadas às condições de trabalho escravo. O professor deverá indicar como referências iniciais de pesquisa os links da Seção Para Organizar o seu Trabalho e Saber Mais e, depois, se necessário, orientar a turma na busca de informações complementares.

Cada grupo pesquisará um tipo de atividade produtiva vinculada ao trabalho análogo à escravidão, buscando as relações entre essas condições de trabalho, as condições socioeconômicas, o tráfico de pessoas, as migrações no mundo contemporâneo, entre outros aspectos capazes de sustentar e tornar mais ampla e complexa a atividade de pesquisa.

Os temas de pesquisa podem ser agrupados em dois segmentos:

Na pesquisa, cada grupo levantará as seguintes informações:

a. Como essa modalidade de trabalho escravo ocorre?

b. Onde ela acontece (no Brasil e, se possível, em outros países)?

c. Por que essa atividade é classificada como trabalho escravo?

d. Quais as relações entre essa atividade e o tráfico de pessoas ou as migrações?

e. De onde vêm as pessoas que se submetem a essas condições de trabalho?

f. Há políticas públicas de combate a essas condições de trabalho? Quais são essas ações?

g. Diferentes pontos de vista sobre o tema: defensores e críticos.

Cada grupo produzirá um texto argumentativo a partir das informações pesquisadas. Esse texto será usado na próxima etapa deste plano de aula.

Todos os grupos deverão ter conhecimento dos textos produzidos na turma. Sugerimos que o professor utilize uma plataforma colaborativa como o Google Drive para compartilhar os textos, de modo que todos os estudantes conheçam os resultados das pesquisas realizadas e consigam se preparar para a etapa seguinte.

4ª Etapa: Debate

O professor distribuirá papéis diferentes para cada um dos alunos, previamente:

• Um aluno deverá fazer o papel de um trabalhador submetido às condições de trabalho escravo;

• Um aluno fará o papel do empregador;

• Um aluno será o representante do Ministério Público do Trabalho;

• Um aluno será um ativista dos direitos humanos;

• Um aluno será o mediador do debate.

Os demais alunos poderão ter funções diversas, como filmar o debate, fotografar, fazer perguntas (com direito a réplicas e tréplicas, se for possível). Além disso, serão a plateia, que deve respeitar os turnos de fala, manifestar-se somente quando permitido, seguir as regras estabelecidas para o debate.

É muito importante que as regras sejam compartilhadas antes que o debate seja iniciado. As regras, sempre que possível, devem surgir do engajamento da turma na atividade. Se isso não for possível, o professor poderá estabelecer as regras e apresentá-las à turma.

Para que o debate ocorra de maneira organizada, o mediador distribui as falas e avisa sobre os tempos de exposição. O debate deve ter uma questão problema proposta a partir do percurso realizado pela turma.

Ao final do debate, a turma deverá indicar qual dos representantes teve o discurso mais coerente dentro do papel desempenhado, destacando as contradições e os aspectos que merecem destaque na atuação de cada colega.

5ª Etapa: Avaliação da aprendizagem

Na etapa final, o professor pedirá aos alunos para que escrevam sobre o que aprenderam em um mapa conceitual com o tema Trabalho Escravo no Mundo Contemporâneo. Depois, ele mediará uma roda de conversa com a turma, onde cada aluno apresentará o que aprendeu ao longo do processo.

Os mapas conceituais podem ser expostos no mural da sala de aula ou a turma poderá finalizar o estudo desse tema construindo um mapa conceitual ou um esquema coletivo.

Atualizado em 21/11/2022, às 15h20

Materiais Relacionados

1) O site “Escravo nem Pensar”, projeto de denúncia e combate ao trabalho escravo no Brasil, disponibiliza muitos materiais relacionados ao tema. Vale conhecer a fundo o projeto e utilizar os textos e os vídeos que o projeto disponibiliza. Selecionamos os seguintes links para auxiliar o trabalho do professor: http://bit.ly/2gmhhTO, que conceitua e caracteriza o que o governo federal brasileiro classifica como trabalho escravo e os tipos de escravidão contemporânea; http://bit.ly/2hYTc2Q, fascículo que trata do trabalho escravo nas cidades e http://bit.ly/2iYUi07, que aborda as relações entre as condições de trabalho, violação aos direitos humanos e os problemas ambientais. Além disso, cabe a leitura e a discussão de todo o livro digital do projeto, que é voltado para o público escolar. Ele pode ser encontrado.

2) Em 2014 o Congresso Nacional votou a PEC do trabalho escravo e a ONG Repórter Brasil fez uma reportagem especial sobre o tema. Ela está disponível. Há também um texto no formato perguntas e respostas, disponível.

3) Em Carta Educação, há uma reportagem interessante sobre as características do trabalho análogo à escravidão na contemporaneidade. O professor poderá encontra-la;

4) Para um aprofundamento teórico do professor, sugerimos o artigo “Mapeamento do trabalho escravo contemporâneo no Brasil: dinâmicas recentes”, disponível. Publicado em 2014 por um grupo de pesquisadores das áreas de Geografia Econômica, o texto aborda as contradições inerentes ao campo brasileiro e às condições de trabalho no campo.

5) A Organização Internacional do Trabalho disponibilizou um relatório do trabalho escravo no Brasil atualmente. Disponível.

6) O Nexo Jornal traz uma reportagem sobre as contradições entre as políticas públicas de combate ao trabalho escravo e as punições a essas condições de trabalho no Brasil. Esse texto pode ser encontrado;

7) No mesmo sentido, a GloboNews disponibilizou conteúdos em reportagem escrita e em vídeos a respeito do trabalho escravo contemporâneo. Acesse.

 

Arquivos anexados

  1. Trabalho escravo contemporâneo

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