Conteúdos

– Produção artística de Lygia Clark

Objetivos

– Conhecer alguns trabalhos neoconcretos de Lygia Clark
– Explorar a série “Bichos”, de Lygia Clark
– Valorizar o patrimônio artístico nacional

Previsão para aplicação:
3 aulas (50 minutos/aula)

1ª Etapa: Início de conversa

Professor(a), você irá apresentar parte do trabalho neoconcreto de Lygia Clark. Mostre aos alunos um retrato dela e projete imagens das seguintes obras dessa artista:

Lygia Clark

Fonte: Artigo Bichos”, a obra viva de Lygia Clark

Casulo (1959)

Fonte: blog-ferramenta da disciplina Comunicação e Artes do 1o  período da Escola de Comunicação ECO/UFRJ

Bichos (1960)

Fonte: blog-ferramenta da disciplina Comunicação e Artes do 1o  período da Escola de Comunicação ECO/UFRJ

Trepantes (1964)

Fonte: Página de Lygia Clark, no site do MAC da USP

Se não conseguir projetar, divida a sala em grupos, faça reproduções dessas obras e distribua entre os grupos. Estimule os alunos a descreverem o que veem; questione quais materiais conseguem identificar de modo que percebam diferentes materialidades em cada uma das criações artísticas. Deixe os alunos explorarem as diferentes construções imagéticas e questione-os quanto à superfície e à interação que os objetos estimulam em seu apreciador.

2ª Etapa: Conhecendo aspectos da biografia de Lygia Clark

Professor(a), nesta etapa você apresentará aspectos da biografia de Lygia Clark para mostrar como ela vai modificando sua produção a partir das pesquisas e da exploração de diversos materiais. Ressalte que a mudança dos materiais utilizados pela artista se relaciona à própria concepção de Lygia a respeito da arte.

Sobre a biografia dessa artista, explique e peça para os alunos anotarem pontos principais.

Lygia Clark nasceu em Belo Horizonte, em 1920, e faleceu no Rio de Janeiro, em 1988. Iniciou seus estudos artísticos em 1947, no Rio de Janeiro, sob a orientação de Roberto Burle Marx (artista plástico que também exerceu função de arquiteto paisagista e Zélia Salgado (escritora, desenhista, pintora e professora). Em 1950, Clark viajou a Paris e dedicou-se à realização de estudos em telas: as escadas e os desenhos de seus filhos foram seus temas principais.

Voltou ao Brasil em 1952 e passou a explorar em seus trabalhos o espaço e a materialidade do ritmo, da mesma forma explorou outros espaços de pintura. Para ela, a arte já não se sustentava mais em seu suporte tradicional.

Em 1959, assinou o Manifesto Neoconcreto, juntamente com outros artistas e poetas, como Ferreira Gullar, e propôs a obra “Casulos”, primeiro objeto que demarca a fase neoconcreta da artista. Trata-se de um objeto feito em metal, que permite que o plano seja dobrado, assumindo uma busca da tridimensionalidade pelo plano, deixando-o mais próximo do próprio espaço do mundo.

Em 1960, Lygia criou a série “Bichos”, que são esculturas feitas em alumínio com dobradiças e que promovem a articulação das diferentes partes que compõem o seu “corpo”. Lygia Clark deixou de lado matérias duras, passou pelo metal flexível dos “Bichos” e chegou à borracha na obra “Trepantes” (1964).

Sua produção artística evidencia que ela e sua obra escapam de categorias definíveis. Nos anos seguintes, estabeleceu vínculos com a vida e passou a criar os “Objetos Sensoriais, 1966-1968”; com esses objetos utilizou materiais do cotidiano (água, conchas, borracha, sementes). Apresentou-se no MAM-RJ, em 1968, com uma instalação que permitia a passagem das pessoas por seu interior. Nesse mesmo ano, Lygia mudou-se para Paris. Propôs uma série de outras exposições nos anos seguintes, como “Roupa-Corpo-Roupa: O Eu e o Tu, 1967”, “Arquiteturas Biológicas, 1969″, “Rede de Elástico, 1974″, “Baba Antropofágica, 1973″ e “Relaxação, 1974″. Teve atuação e produção artística intensa até 1981, quando diminui paulatinamente o ritmo de suas atividades. Em 1983 publicou “Livro Obra” com textos de autoria própria e de estruturas manipuláveis; nesse estava contida a trajetória da obra de Lygia, desde as suas primeiras criações até o final de sua fase neoconcreta.

3ª Etapa: Explorando a série "Bichos"

Para explorar com mais ênfase a série “Bichos”, de Lygia Clark, projete uma fala da artista a respeito de sua produção: “É o nome que dei às minhas obras desse período, pois suas características são fundamentalmente orgânicas. Além disso, a charneira da união entre planos me fez lembrar uma espinha dorsal.” Enfatize as palavras “orgânicas” e “espinha dorsal” e associe as obras e as palavras à visualidade que elas ensejam e explique que esse era um dos sentidos do movimento neoconcreto: dar visualidade às obras.

Peça aos alunos que, em casa ou no laboratório de informática da escola, façam uma pesquisa sobre essa obra; oriente-os a investigarem quantas peças foram feitas, as dimensões, as cores e onde essas peças estão localizadas.

Na aula seguinte, questione a turma sobre os resultados das investigações e tente mostrar com outras imagens que há presença da visualidade, da lógica e da matemática nos objetos da série, e que esses elementos são característicos do movimento neoconcreto. Enfatize que a artista também propõe que haja interação e participação do expectador com a obra de arte, o que faz com que arte e vida se aproximem.

Nesses momentos, é importante questionar os alunos sobre a manipulação de peças e de quadros em museus. Aproveite para falar sobre as diferenças entre os tipos de materialidades e interações que são possíveis e permitidas de acordo com a intenção do artista.

Mostre que a geometria, as formas simples e a tridimensionalidade estão presentes em “Bichos” e que a proposta de Lygia era exercitar a criação da “linha orgânica” virtual que surgia com a aproximação ou até mesmo a sobreposição de formas.

Materiais Relacionados

Os links abaixo podem ser utilizados para conhecer a artista em questão e sua obra.

Site O Mundo de Lygia Clark

Artigo Bichos”, a obra viva de Lygia Clark

Página de Lygia Clark, no site do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da Universidade de São Paulo (USP)

Vídeo Bicho, 1960, do Itaú Cultural

Arquivos anexados

  1. Plano de aula – Lygia Clark

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