Conteúdos

– Processo histórico: surgimento dos movimentos sociais no Brasil
– O que são os movimentos sociais?
– As correntes teóricas existentes sobre a temática dos movimentos sociais
– As características e classificações dos movimentos sociais
– Os movimentos sociais do Brasil
– Problematizando os movimentos sociais

Objetivos

– Definir o conceito de movimento social
– Conhecer o processo de surgimento dos movimentos sociais
– Reconhecer as transformações sociais ocorridas após o surgimento dos movimentos sociais
– Compreender que os movimentos sociais são manifestações coletivas com estruturas e características próprias
– Identificar os tipos de movimentos sociais existentes
– Refletir sobre a identidade e os objetivos presentes nos movimentos sociais

Previsão para aplicação:
5 aulas (50 min/aula)

1ª Etapa: Contexto histórico

Surgimento dos movimentos sociais no Brasil

As lutas sociais no Brasil e no mundo refletem o contexto de ocorrência de grandes transformações socioeconômicas e que não respaldaram todos os setores da sociedade, principalmente os “minoritários”. Considera-se que o surgimento dos movimentos sociais se vincula as formas como os grupos sociais se organizaram e se organizam na busca de suas demandas e para superarem as formas de opressão do Estado, sejam elas políticas, sociais ou econômicas, atuando na construção de uma nova sociedade, mais justa e modificada (SCHERER-WARREN, 1989).

Os movimentos sociais no Brasil são datados desde a época do Império. Na década de 50, já era possível vislumbrar movimentos sociais rurais se constituindo para reivindicar melhorias nas condições de trabalho e distribuição de terras. Porém, foi somente a partir da década de 60, com o Golpe Militar, que os movimentos sociais ganharam destaque, quando intensificaram suas ações contra o regime militar e a favor dos direitos humanos. Existia nesse período uma população extremamente insatisfeita com as transformações que o regime militar vinha promovendo – econômica e socialmente – porém, como nesse período a censura era grande e não era permitida a organização social, os movimentos sociais atuavam na clandestinidade, pois quando descobertos, seus membros eram perseguidos, torturados e até mortos.

Já nas décadas de 80 e 90 começaram a surgir diferentes movimentos sociais, como os movimentos negros, feministas, pelas crianças, pelos deficientes físicos, de proteção aos indígenas, pelo meio ambiente, por terra e por moradia, e pelo direto dos LGBTQIAP+. Dos anos 2000 em diante, tem surgido inúmeros movimentos sociais em busca de políticas de inclusão, de acesso às garantias e direitos, como por exemplo à medicamentos, moradia, saúde, educação etc.

Introdução ao tema 

O que são movimentos sociais?

Os movimentos sociais surgem de ações combativas advindas de uma população que partilha de interesses comuns, podendo ser tanto uma iniciativa revolucionária, quanto um movimento pacífico. O conceito de movimentos sociais pode ser definido como a ação coletiva de um dado grupo da sociedade que se organiza com o objetivo de promover modificações sociais e políticas, dentro de um contexto específico. Assim, as definições clássicas sobre os movimentos sociais existentes na literatura destacam que para um “grupo” ou “organização” ser considerado um movimento social deveria conter algumas características básicas, como possuir uma identidade, ter um opositor e articular-se ou fundamentar-se num projeto de sociedade (TOURAINE, 1973).

Historicamente se observa que eles têm contribuído para organizar e conscientizar a sociedade; apresenta conjuntos de demandas via práticas de pressão/mobilização; têm uma certa continuidade e permanência. Eles não são apenas reativos, movidos só pelas necessidades (fome ou qualquer forma de opressão), pois podem surgir e se desenvolver também a partir de uma reflexão sobre sua própria experiência. Na atualidade, muitos deles apresentam um ideário civilizatório que coloca como horizonte a construção de uma sociedade democrática suas ações são pela sustentabilidade e não apenas autodesenvolvimento. Lutam por novas culturas políticas de inclusão, contra a exclusão. Questões como a diferença e a multiculturalidade têm sido incorporadas para a construção da própria identidade dos movimentos. (GOHN, 2013, p. 16).

Os movimentos sociais podem ter como foco os mais variados tipos de reivindicações, porém se convergem no sentido de terem um caráter educativo para seus protagonistas e para a sociedade. Na Constituição estão assegurados os direitos básicos e essenciais, mas ela não considera muitas das particularidades existentes em nossa sociedade, e com o intuito de alterar esta situação de exclusão, afloram os movimentos sociais e suas reivindicações. Deste modo, para ganhar visibilidade, os movimentos sociais realizam suas manifestações, que podem ser marchas, paradas, ocupações etc., que são entendidas como uma forma de comunicação simbólica com o restante da sociedade.

Seu instrumento de atuação para a conquista de seus objetivos é através das lutas políticas, sendo comum os movimentos sociais entrarem em conflito com o Estado, uma vez que seus objetivos estão fundados na alteração de partes estratégicas da estrutura do poder estatal. Sendo assim, outro aspecto fundamental que podemos destacar dos movimentos sociais é que eles são os principais responsáveis pela alteração das relações do Estado com a sociedade civil. Com a presença e forte pressão dos movimentos sociais, o Estado teve que se reformar para incorporar os setores mais excluídos socioeconomicamente e/ou de direitos, contribuindo para a melhoria do processo de inclusão social. Definindo-se assim, que o motor dos movimentos sociais são as inúmeras injustiças sociais que esses almejam findar.

De acordo com Gohn, poderíamos dizer ainda que os movimentos sociais são “ações sociais coletivas de caráter sócio-político e cultural que viabilizam distintas formas da população se organizar e expressar suas demandas” (GOHN, 2003, p. 13). Trata-se de um agir comunicativo onde as ações coletivas são discutidas dentro da esfera pública a partir das ações desses movimentos sociais.

Uma ação grupal para transformação (a práxis) voltada para a realização dos mesmos objetivos (o projeto), sob a orientação mais ou menos consciente de princípios valorativos comuns (a ideologia) e sob uma organização diretiva mais ou menos definida (a organização e sua direção). (SCHERER-WARREN, 1989, p. 20).

Para Gohn, existe um projeto novo e emancipador por trás desses movimentos, que almeja uma sociedade democrática e sem injustiças sociais. Somente através da participação política que os movimentos sociais alcançam autonomia, este sendo um fator determinante para a emancipação social. Essa participação é que desenvolverá uma consciência crítica, sendo esse processo de formação de consciência a razão e o sentido do movimento social. É por intermédio de parte das ações dos movimentos sociais que ocorreram e vem ocorrendo o processo de democratização, relembrando que a própria redefinição de democracia emergiu através dos movimentos em luta (GOHN, 2003).

Os movimentos sociais são fenômenos históricos decorrentes de lutas sociais. Colocam atores específicos sob as luzes da ribalta e, períodos determinados. Com as mudanças estruturais e conjunturais da sociedade civil e política, eles se transformam. Como numa galáxia espacial, são estrelas que se acendem enquanto outras estão se apagando, depois de brilhar por muito tempo. São objetos de estudo permanente. Enquanto a humanidade não resolver seus problemas básicos de desigualdades sociais, opressão e exclusão, haverá lutas, haverá movimentos. E deverá haver teorias para explicá-los: esta é a nossa principal tarefa e responsabilidade, como intelectuais e cidadãos engajados na luta por transformações sociais em direção a uma sociedade mais justa e livre. (GONH, 1997, p. 20).

Portanto, devemos entender os movimentos sociais como sujeitos sociais coletivos onde os mesmos não devem ser pensados fora de seus contextos conjunturais e históricos.  Desta forma, segundo Touraine, são os movimentos sociais que possuem a capacidade de disseminar na sociedade novas formas de pensar e se organizar. Os movimentos sociais têm a função de organizar a ação coletiva e influenciam muitas vezes a história de nossa sociedade, “[…] defender os direitos do homem, assim como o direito à vida para os que estão ameaçados pela fome e pelo extermínio, e também o direito à livre expressão ou à livre escolha de um estilo e de uma história de vida pessoais”. (TOURAINE, 1998, p. 262)

Quais são as correntes teóricas sobre a temática dos movimentos sociais?

A corrente teórica histórico-estrutural é alimentada por autores como Gramsci, Rosa Luxemburgo, Lenin, Lefebvre, pode ser considerada a mais importante até os anos 1970, após esse período ocorreu um refluxo de estudos das temáticas relacionadas aos movimentos sociais, e teorias políticas relacionadas a essa corrente de pensamento. Ainda assim, há grandes intelectuais de esquerda que não romperam com essas teorias, tais como E. Hobsbawm, I. Mészáros, E. Sader, dentre outros.

A outra corrente teórica é a culturalista-identitária e é construída através de uma gama complexa de autores, onde encontramos o idealismo kantiano, o individualismo nietzschiano, a fenomenologia e as teorias da sociologia weberiana, o romantismo rousseauniano etc. Hegel, Bobbio, Giddens e até mesmo Foucault influenciaram nas produções teóricas dessa abordagem. “Esta corrente construiu a chamada novidade dos “novos movimentos sociais” ao destacar que as novas ações abriam espaços sociais e culturais, eram compostas por sujeitos e temáticas que não estavam na cena pública ou não tinham visibilidade, como mulheres, jovens, índios, negros etc.” (GOHN, 2012, p. 29) É importante destacar que os autores pertencentes a essa corrente de pensamento, ao desenvolverem suas teorias, deram ênfase em uma questão que anteriormente tinha pouca relevância no mundo acadêmico, a questão da identidade dos movimentos sociais, e, desta forma, lançaram severas críticas à forma como os defensores da corrente estrutural-ortodoxa analisavam os movimentos sociais apenas no âmbito economicista, deixando de lado, por exemplo, as ações coletivas e até mesmo outros sujeitos sociais relevantes para a concretude da análise histórica. Pode-se dizer que “[…] o grande saldo desta corrente foi apresentar ao mundo a capacidade dos movimentos sociais de produzir novos significados e novas formas de vida e ação social.” (GOHN, 2012, p. 30)

A terceira e última corrente que é destacada por Gohn (2012) denomina-se institucional/organizacional-comportamentalista, essa corrente tem suas raízes nas teorias liberais dos séculos XVII e XVIII, onde destacamos John Locke, J. S. Mill, Adam Smith; e também fincam suas raízes nas teorias utilitaristas, tendo como referência Radcliffle Brown, R. Merton e Parsons. Um dos autores que vale destacar desse período é Parsons, em virtude das teorias da ação social coletiva, que teve “[…] vários desdobramentos no campo da análise dos movimentos sociais concretos.” (GOHN, 2012, p. 30) “Nesta corrente, de certa forma, um movimento atingia seus objetivos quando se transformava numa organização institucionalizada. Na atualidade, a corrente institucional se expressa também no pragmatismo presentista como suporte de suas análises.” (GOHN, 2012, p. 30)

Contudo, nas décadas de 1970 e 1980 surgiram novas fontes de estudos relacionados aos movimentos sociais. Autores como J. A. Moisés (1982), Machado da Silva e Ribeiro (1985), Francisco de Oliveira (1972), Paul Singer e Vinícius C. Brant (1981), entre outros, foram de grande importância para o desenvolvimento teórico dos movimentos sociais (GOHN, 2012, p. 32). Mas, a partir dos anos de 1990 com a crise que passava à esquerda e as teorias marxistas no mundo, as correntes teóricas que foram se consolidando e se tornando cada vez mais hegemônicas,

[…] deixaram como saldo um certo abandono das teorias macroestruturais que enfatizavam a problemática das contradições sociais e viam nas lutas e nos movimentos em geral, e no operário/sindical em especial, um dos fatores de acirramento daquelas contradições. As referências passaram a ser não os sujeitos históricos predeterminados, com alguma vocação ou missão a desempenhar – como a categoria dos operários, por seu lugar na estrutura de produção, ou a categoria das classes populares, coletivo socialmente heterogêneo em termos da inserção no Mercado de trabalho, mas homogêneo em termos de demandas sociais, modo de vida e consumo restrito. As novas referências serão os pobres e os excluídos, apartados socialmente pela nova estruturação do mercado de trabalho […]. (GOHN, 2012, p. 35).

Porém, à medida que o mundo foi se globalizando, os movimentos sociais tiveram que se adaptar a essa nova conjuntura global. Assim, os movimentos passaram a pensar estratégias de agir no local, em seu cotidiano, mas ao mesmo tempo atingir no global, que a cada dia se faz mais presente. Um exemplo próximo que podemos pensar é da incorporação da bandeira dos orgânicos x transgênicos pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, “[…] foi a conjuntura histórica que levou a essa luta, à articulação espaço-tempo, vida cotidiana e movimento social” (GOHN, 2012, p. 40). Sobretudo, Gohn, tece uma crítica a esses movimentos globalizantes, alegando que falta a esses um aprofundamento nas produções teóricas, e enfatiza que muito do que se faz por parte desses movimentos são produções de slogans e ideologias e deixa-se de lado a produção teórica que é de fundamental importância para a solidificação desses movimentos enquanto movimentos que contribuem para uma prática emancipatória (GOHN, 2012).

Características dos Movimentos Sociais

A utilização corriqueira e sem fundamento do conceito “movimento social” faz com que a expressão esvazie seu poder explicativo. Deste modo, Touraine destaca que deve ser considerado como movimento social se de fato existi evidências muito particulares de ação coletiva, “[…] aquele tipo pelo qual uma categoria social, sempre particular, questiona uma forma de dominação social, simultaneamente particular e geral, invocando contra ela valores e orientações gerais da sociedade, que ela partilha com seu adversário, para privar este de legitimidade”. (TOURAINE, 2003, p. 113).

Os movimentos sociais possuem características comuns para organizarem suas formas de resistência, independente da classificação que lhe é atribuída ou a quem ele represente. Entretanto, é preciso que ocorra a junção de algumas características para que esses de fato sejam considerados um movimento social. Deste modo, Touraine utiliza-se de categorias nos termos da tipologia clássica para definir movimento social de acordo com três princípios, sendo eles a identidade do movimento, o adversário/oposição do movimento e a visão/modelo social do movimento.

O princípio da identidade do movimento pode ser definido como sendo a autodefinição do movimento, o que ele é e em nome de quais indivíduos se pronuncia como porta-voz para a sociedade. Assim, todo movimento social assume para si uma identidade que deve ser reconhecida pelo público em geral, e pelos seus participantes.

O princípio da oposição refere-se ao adversário propriamente dito, ou seja, o principal inimigo do movimento e declarado por ele. O movimento social só existe por defender valores, ou direitos não reconhecidos na totalidade da sociedade a qual pertence, pois se fosse reconhecido por ela, não haveria sentido a existência dos movimentos sociais.

A visão ou modelo social do movimento pode ser encontrada na literatura como sendo a meta societal, sendo esta o tipo de ordem ou organização social que o movimento almeja com suas ações.

Assim, os movimentos sociais são entendidos como portadores desses três princípios fundamentais: uma identidade, um adversário e um projeto (TOURAINE, 1998). Ou seja, possuem um projeto e uma ideologia – que pode ser tanto revolucionária como reformista – que faz com que as pessoas se identifiquem como pertencentes aquele movimento. De forma que, o projeto deve ser entendido como a junção da proposta e dos objetivos desse movimento, sendo a ideologia a responsável por trilhar os rumos que o movimento vislumbra, ou seja, a base de todo movimento. Eles também estão estruturados de formas hierárquicas no qual não existe um único líder e as atribuições são divididas por seis integrantes e sempre estão respaldados por ações coletivas, entre elas, marchas, passeatas, mobilizações em geral, que podem ser pacíficas ou não.

Classificação dos Movimentos Sociais

Os movimentos sociais podem ser classificados de acordo com a atuação e os projetos que defendem, subdividindo-se em:

Movimentos de classe: São aqueles ligados às classes sociais e que vão contra a ordem social estabelecida, buscando mudanças sociais para combater as desigualdades sociais.

Movimentos reivindicatórios: São aqueles que reivindicam em suas ações um posicionamento imediato para solução de questões de determinado grupo. Esses movimentos utilizam estrategicamente opinião pública e a pressão exercida por ela a seu favor para intensificar suas demandas às instituições cabíveis.

Movimentos políticos: São aqueles que têm como principal objetivo comover a população sobre a importância de sua participação na política, pois acreditam que esse é o caminho para se garantir as transformações estruturais que são necessárias para nossa sociedade.

Além desses movimentos sociais classificados acima, ainda temos as Organizações Não Governamentais (ONGs), que também se enquadram na classificação de movimentos sociais. Elas têm por objetivo promover mudanças, como também prestar assistência a demandas sociais específicas, de forma que podem atuar nas mais diversas áreas, como por exemplo, na educação, saúde, meio ambiente etc. Entretanto, independentemente de qual área o movimento social atue e a quem ele represente, sua ação será sempre no sentido de conquistar as mudanças políticas, sociais ou econômicas que respaldem seu projeto, ou também lutar pela permanência de direitos conquistados por aqueles que o movimento social representa.

Texto baseado nas sugestões de leitura elencadas em Materiais Relacionados.
O conteúdo presente neste texto pode ser trabalhado através de aulas expositivas.

2ª Etapa: Desdobramentos na atualidade

Quais são os movimentos sociais que mais se destacam no Brasil atualmente?

Juntamente com o nome dos movimentos sociais o(a) professor(a) encontrará algumas indicações de links, livros e materiais de aprofundamento sobre cada movimento social. Essas tabelas deverão ser entregues aos alunos na atividade que será desenvolvida na 3º etapa. Entretanto, nessa etapa, o(a) professor(a) deverá apenas apresentar quais são os movimentos sociais existentes no Brasil, pois o aprofundamento da especificidade de cada movimento social será realizado posteriormente.

– Movimento Ambientalista
Greenpeace; WWF
Documentário de Al Gore – Uma verdade inconveniente

– Movimento pela Terra
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) – http://www.mst.org.br/
Site Atlas da Questão Agrária Brasileira – A luta pela terra e sua conquista

Reportagem “Sociólogo diz que há guerra civil não assumida no campo” sobre os conflitos agrários no Brasil

Livro “Violência no campo. O latifúndio e a reforma agrária” de Júlio José Chiavenato.

Movimento Indígena
Movimento dos Estudantes Indígenas do Acre e Sul do Amazonas, Movimento dos Povos Indígenas do Vale do Juruá, Movimento dos Povos Indígenas do Vale do Juruá e Organização dos Povos Indígenas Huni Kuin do Alto Rio Purus.
Site da FUNAI

Movimento Popular Urbano
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MSTS);
Copa e Olimpíadas no Brasil. Blog para pesquisa – Atingidos pela Copa 2014 – BH 

Livro de Eder Sader, “Quando novos personagens entraram em cena”. Capítulos específicos: “A trajetória dos migrantes na cidade” e “O espaço público e os pedaços da cidade”.

Movimentos populares e a conquista do espaço urbano

Movimentos urbanos no Brasil Contemporâneo

– O Movimento Operário

O manifesto comunista, de Karl Marx e Friderick Engels;
O movimento operário no Brasil

– Movimento de igualdade racial

Instituto da Mulher Negra

Uneafro Brasil 

Movimento Negro Unificado

Quilombação

Blog do Movimento Negro Unificado

Joaquim Nabuco – Político, diplomata e líder abolicionista pernambucano

– Movimentos das populações LGBTQIAP+

Liga Brasileira de Lésbicas

Associação Nacional de Travestis (Antra)

Movimento LGBT –

Revisando o passado e construindo o presente: o movimento gay como espaço educativo

Blog Portugûes: Rede Ex Aequo (Associação de jovens lgbts)

Filme “Milk. A voz da igualdade”

– Movimento de igualdade de gênero

Movimento Mulheres em Luta

Movimento Mulheres Camponesas

Think Olga

A Federação Brasileira pelo Progresso Feminino

Cidadania: Uma discussão sob a perspectiva de gênero

Curta metragem – Acorda Raimundo, acorda!
PARTE 1 
PARTE 2

– Movimentos das pessoas com deficiência

APAE 

Associação Laramara

Movimento Superação

A pessoa com deficiência visual

Esses links estão disponíveis em: Cidadania em Movimentos4 movimentos sociais que valem a pena acompanhar. Acesso em: 01 de novembro de 2019.

Problematização: Crítica aos movimentos sociais

[…] Transformam-se as identidades políticas destes sujeitos – construídas em processos de lutas contra diferenciações e discriminações socioeconômicas – em políticas de identidades, pré-estruturada segundo modelos articulados pelas políticas públicas, arquitetados e controlados por secretarias de Estado, em parceria com organizações civis – tipo organizações não governamentais (ONGs), que desempenham o papel de mediadores. Criam-se, portanto, novos sujeitos sociopolíticos em cena, demarcados por laços de pertencimento territorial, étnico, de gênero etc., como partes de uma estrutura social amorfa e apolítica. A inversão da ordem dos termos: identidade política para política de identidade, muda radicalmente o sentido e o significado da ação social coletiva dos movimentos sociais […]. (GOHN, 2013, p. 21).

Busca-se sempre por parte do Estado a intermediação, as deliberações de comandos horizontalizados, na tentativa de obter um maior controle social. “A interação do estado por meio da ação de seus governos se faz mediante uma retórica que retira dos movimentos a ação propriamente dita […] Ela se transforma em execução de tarefas programadas, tarefas que serão monitoradas e avaliadas para que possam continuar a existir” (GOHN, 2013, p. 22).

Portanto, a possibilidade de uma emancipação através desses movimentos sociais fica comprometida, na medida em que os mesmos passam a ter uma “institucionalização” de suas ações coletivas que são controladas pelo próprio Estado. Ocorre aqui uma disputa sobre qual democracia será construída nesse processo, se no sentido emancipador ou integrador (GOHN, 2003). Desta forma, muitos movimentos sociais realizaram e vem realizando ações coletivas que retrocedem seu caráter emancipador para antigas formas de atuação clientelista do Estado, misturando a esfera e o papel que esses movimentos sociais deveriam exercer na sociedade com a esfera governamental.

Contudo, mesmo os movimentos sociais e suas ações se tornando cada vez mais objeto de estudo, ainda sim, permanecem algumas lacunas na literatura sobre a temática que passam a contribuirpara algumas divergências de posicionamento, na medida em que não se tem uma definição concreta. Algumas dessas lacunas na temática dizem respeito, por exemplo, ao que exatamente distingue as ações dos movimentos sociais de outras ações coletivas, ou de outras organizações sociais; como seria possível diferenciar os movimentos sociais que nascem e são fruto de um processo que tem como foco um projeto de sociedade e nasce assim, do seio da sociedade civil, de outros que se autodenominam movimentos; e principalmente, qual seria o papel hoje dos movimentos sociais frente à sociedade civil, mas principalmente frente ao Estado. São essas e outras questões que devemos nos deparar para avançarmos na discussão sobre os movimentos sociais e a realidade brasileira contemporânea (GOHN, 2013).

Textos baseados nas sugestões de leitura elencadas em Materiais Relacionados.

O conteúdo presente no item “Problematização: Crítica aos movimentos sociais” pode ser trabalhado através de aula expositiva, mas por se tratar de uma problematização atual, é importante que o (a) professor(a) esteja aberto a encontrar em sua didática espaços para o debate que esse tópico deve acalentar.

3ª Etapa: Sistematização das reflexões

Sugestão de atividade: seminários em grupo sobre movimentos sociais

1) Após se dividirem em grupos de 4 ou 5 alunos, deve-se solicitar que escolham um movimento social da lista elencada pelo(a)  professor(a). O(a) professor(a) deverá utilizar para essa atividade a lista de movimentos sociais e os links que dão acesso aos conteúdos sobre os movimentos sociais, atrelado a isso, o(a) professor(a) deverá disponibilizar um pequeno roteiro com a cópia do endereço de alguns sites para servir de material de apoio para os alunos. Esses materiais estão listados na 2º etapa.

2) Os alunos devem iniciar a realização da atividade em sala de aula, para obterem respaldo do(a) professor(a), em virtude das dúvidas que devem aparecer nesse primeiro momento. O(a) professor(a) deverá entregar aos grupos alguns recortes de jornais, revistas, ou até mesmo fotos, ou pequenos textos complementares sobre cada um dos movimentos;

3) As apresentações deverão contemplar:
– Contexto histórico de surgimento do movimento social em questão;
– A classificação do movimento social;
– A identidade do movimento social;
– Suas ações propositivas.

4) O(A) professor(a) irá solicitar que os alunos concluam a construção do seminário como atividade extra classe, orientando-os a realizarem pesquisas em jornais, revistas, e em outras mídias sociais sobre o movimentos social que lhe foi atribuído. Deve-se combinar também  com a classe a data da apresentação.

5) Para estimular a escrita e sistematização das idéias, o (a) professor(a) deverá solicitar que no dia da apresentação os alunos também entreguem um texto sistematizando seu seminário. Esse texto deve conter as informações mais relevantes na opinião dos alunos.

6) No dia da apresentação, o(a) professor(a) poderá finalizar a atividade com um debate crítico e comparativo entre os seminários que foram apresentados. Uma estratégica que se pode adotar é a de localizar os pontos de convergência e divergência existentes entre os movimentos sociais que foram apresentados, através de uma tabela de sistematização feita na lousa.

4ª Etapa: Exercícios de vestibular

Para um melhor aprendizado e compreensão dos conteúdos desenvolvidos nas aulas, recomenda-se que o(a) professor(a)  aplique algumas questões relacionadas a temática. Para melhor entendimento dos alunos, o(a) professor(a) deverá corrigir e comentar coletivamente as resoluções, aproveitando o momento para o esclarecimento de dúvidas.

1) (Unicentro) Os novos movimentos sociais são diferentes das ações coletivas de antes por eles politizarem a esfera privada e tornarem públicas as problemáticas das minorias sociais. Assim, dentre esses movimentos, destacam-se aqueles que:

a) envolvem negros, indígenas, sem-terra e sem-teto.
b) determinam a opinião pública sobre as questões ecológicas.
c) produzem discussões locais e regionais, não abarcando questões globais.
d) desenvolvem-se a partir do controle do Estado e dos partidos políticos.
e) realizam pressão política, apoiando contestação da política econômica, e lutam por melhores salários.

Resposta: C
Fonte: Exercícios sobre minorias – Mundo educação. Acesso em: 28 de outubro de 2019.

2) Entre os problemas sociais que afetam um grupo minoritário, o que pode ser entendido como de maior gravidade, ao nos voltarmos para o foco institucional, é:

a) a precária representação política, o que ocasiona negligência de direitos básicos que deveriam ser assegurados para todos os indivíduos em um Estado democrático.
b) a falta de leis rigorosas e explicitamente voltadas para atender as necessidades específicas de uma minoria.
c) a resistência em reconhecer a existência dos grupos minoritários por parte de nosso governo.
d) a falta de ONGs que se voltem para a resolução dos problemas que os grupos minoritários possuem.

Resposta: A
Fonte: Exercícios sobre minorias – Mundo educação. Acesso em: 28 de outubro de 2019.

3) Ao tratarmos dos problemas que afligem as minorias, a desigualdade social acaba sendo o ponto-chave de grande parte das reivindicações dos grupos minoritários. No entanto, não é correto afirmarmos que todo grupo minoritário se encontra em posição fragilizada no meio social. Por quê?

a) Porque o Estado se encarrega de suprir todas as necessidades das minorias.
b) Porque a ideia de minorias prejudicadas é uma mentira. Todas elas possuem grandes vantagens cedidas pelo governo.
c) Porque existem minorias elitizadas, que possuem grande poder econômico e grande influência no meio político.
d) Porque, em um governo democrático, como no caso do Brasil, a representação política é garantida de forma igual para todos os grupos sociais.

Resposta: C
Fonte: Exercícios sobre minorias – Mundo educação. Acesso em: 28 de outubro de 2019.

4) “Apesar do esforço governamental, ainda existem sérios problemas referentes ao atendimento das necessidades básicas dos grupos minoritários”. Essa afirmação faz referência aos programas do governo brasileiro que tentam remediar os problemas de grupos minoritários. Entre esses grupos, podemos destacar como minorias em situação precária:

a) os deficientes físicos, indígenas e políticos.
b) O Movimento dos Sem-Teto, os empresários e os deficientes físicos.
c) Os estudantes, indígenas e os quilombolas.
d) Os deficientes físicos, os indígenas e os quilombolas.

Resposta: D
Fonte: Exercícios sobre minorias – Mundo educação. Acesso em: 28 de outubro de 2019.

5) (ENEM/2015) “Não nos resta a menor dúvida de que a principal contribuição dos diferentes tipos de movimentos sociais brasileiros nos últimos vinte anos foi no plano da reconstrução do processo de democratização do país. E não se trata apenas da reconstrução do regime político, da retomada da democracia e do fim do Regime Militar. Trata-se da reconstrução ou construção de novos rumos para a cultura do país, do preenchimento de vazios na condução da luta pela redemocratização, constituindo-se como agentes interlocutores que dialogam diretamente com a população e com o Estado.” (Adaptado de: GOHN, M. G. M. Os sem-terras, ONGs e cidadania. São Paulo: Cortez, 2003).

No processo da redemocratização brasileira, os novos movimentos sociais contribuíram para,

a) diminuir a legitimidade dos novos partidos políticos então criados.
b) tornar a democracia um valor social que ultrapassa os momentos eleitorais.
c) difundir a democracia representativa como objetivo fundamental da luta política.
d) ampliar as disputas pela hegemonia das entidades de trabalhadores com os sindicatos.
e) fragmentar as lutas políticas dos diversos atores sociais frente ao Estado.

Resposta: B
Fonte: Movimentos Sociais – Quero Bolsa. Acesso em: 28 de outubro de 2019.

6) (UERJ/2016) “As comunidades quilombolas, que são predominantemente constituídas por população negra, se autodefinem a partir das relações com a terra, do parentesco, do território, da ancestralidade, das tradições e das práticas culturais próprias. Estima-se que em todo o país existam mais de três mil comunidades quilombolas. O Decreto Federal nº 4.887, de 20 de novembro de 2003, regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos.” (Adaptado de incra.gov.br)

A demarcação de terras de comunidades quilombolas é fato recente nas práticas governamentais brasileiras.

Um dos principais objetivos dessa política pública é viabilizar a promoção de:

a) aceleração da reforma agrária.
b) reparação de grupos excluídos.
c) absorção de trabalhadores urbanos.
d) reconhecimento da diversidade étnica.

Resposta: B
Fonte: Movimentos Sociais – Quero Bolsa. Acesso em: 28 de outubro de 2019.

7) (Unimontes 2012)  À medida que, a partir dos anos 70, amplia-se uma cultura democrática no Brasil, que os movimentos sociais, junto com outros setores democráticos, vão .arrombando as portas da ditadura., o Estado torna-se lentamente permeável à participação de novos atores sociais. O Estado brasileiro, tradicionalmente privatizado pelos seus vínculos com grupos oligárquicos, vai lentamente cedendo espaço, tornando-se mais permeável a uma sociedade civil que se organiza, que se articula, que constitui espaços públicos nos quais reivindica opinar e interferir sobre a política, sobre a gestão do destino comum da sociedade. A radicalização da democracia não significa apenas a construção de um regime político democrático, mas também a democratização da sociedade e a construção de uma cultura democrática. Esse é ainda um desafio. (Adaptado de CARVALHO, Maria do C.A.A. Participação social no Brasil hoje. Disponível em <http://www.polis.org.br/obras/arquivo_169.pdf> Acesso em: maio de 2011.

Considerando o texto e essa conjuntura, analise as afirmativas, tendo em vista o significado da participação social:

I. Participar da gestão dos interesses coletivos significa participar do governo da sociedade, disputar espaço no Estado e no mercado, nos espaços de definição e execução das políticas públicas.

II. Os movimentos sociais têm, apesar das limitações e precariedades, construído contrapartidas que colocam num outro patamar de dignidade e respeito setores excluídos da sociedade, rompendo as fronteiras dos espaços onde têm sido confinados.

III. Ampliar a tolerância, o respeito democrático pelo diferente, eliminar as segregações raciais, de gênero, de opção sexual, entre outras, é o resultado da incidência de práticas participativas que constroem e modificam os valores sociais.

IV. Participar significa questionar o monopólio do Estado como gestor da coisa pública, construir espaços públicos não estatais, abrir caminhos para o aprendizado da negociação democrática e afirmar a importância do controle social sobre o Estado.

Estão corretas as afirmativas:

a) II, III e IV, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) I, II, III e IV.

Resposta: A
Fonte: Os Movimentos Sociais – Sociologia na ponta da Língua. Acesso em: 28 de outubro de 2019.

8) (Uncisal 2012) Como valor universal, os direitos humanos justificam ações políticas e intervenções militares internacionais e, paradoxalmente, influenciam movimentos sociais de dimensão universal ou regional e local. Os movimentos sociais produzem conflitos, ampliam os espaços de participação e procuram novas formas de organização social. (Sólon Eduardo Viola. Movimentos Sociais e Direito – adaptado)

Com referência aos novos movimentos sociais, qual opção se apresenta como incorreta?

a) As questões ambientais se inserem efetivamente no conjunto de temas abordados pelos novos movimentos sociais, assim como questões relativas à situação das mulheres, os direitos dos homossexuais e as questões étnicas e raciais.
b) Os novos movimentos sociais refletem a complexidade das relações existentes no mundo globalizado, considerando as diversidades e evitando assumir posições políticas contestatórias e/ou polêmicas.
c) Os atuais movimentos sociais lutam por uma cidadania universal por meio da extensão dos direitos de cidadania a todos os indivíduos que compõem a sociedade.
d) A busca de reconhecimento identitário é uma das marcas mais visíveis dos novos movimentos sociais.
e) Os avanços tecnológicos e o barateamento dos meios de transporte potencializam as ações dos movimentos sociais. As redes sociais ampliaram os fóruns de discussão, unindo ativistas de vários segmentos com ideias semelhantes e tornando mais visível a conexão entre os problemas locais e suas fontes globais.

Resposta: B
Fonte: Os Movimentos Sociais – Sociologia na ponta da Língua. Acesso em: 28 de outubro de 2019.

9) (Unicentro 2012)  A vida política não acontece apenas dentro do esquema ortodoxo dos partidos políticos, da votação e da representação em organismos legislativos e governamentais. O que geralmente ocorre é que alguns grupos percebem que esse esquema impossibilita a concretização de seus objetivos ou ideais, ou mesmo os bloqueia efetivamente. […] Às vezes, a mudança política e social só pode ser realizada recorrendo-se a formas não ortodoxas de ação política. GIDDENS, A. Sociologia. 4. ed. Tradução Sandra Regina Netz. Porto Alegre: Artmed, 2008.

Há um tipo comum de atividade política não ortodoxa, que busca promover um interesse comum ou assegurar uma meta comum através de ações fora das esferas institucionais, que se chama de

a) interação social.
b) mobilidade lateral.
c) movimento social.
d) princípio preventivo.
e) movimento de acomodação urbana.

Resposta: C
Fonte: Os Movimentos Sociais – Sociologia na ponta da Língua. Acesso em: 28 de outubro de 2019.

10) (Unicentro 2011) Os novos movimentos sociais são diferentes das ações coletivas de antes, por eles politizarem a esfera privada e tornarem públicas as problemáticas das minorias sociais. Assim, dentre esses movimentos, destacam-se aqueles que

a) envolvem negros, indígenas, sem-terra e sem-teto.
b) determinam a opinião pública sobre as questões ecológicas.
c) produzem discussões locais e regionais, não abarcando questões globais.
d) se desenvolvem a partir do controle do Estado e dos partidos políticos.
e) realizam pressão política, apoiando contestação da política econômica, e lutam por melhores salários.

Resposta: A
Fonte: Os Movimentos Sociais – Sociologia na ponta da Língua. Acesso em: 28 de outubro de 2019.

11) (Uema 2011) No Brasil, segundo Juliana Tavares (In: Revista Sociologia. São Paulo: Escala, ano 1, nº 3, 2007), o custo do fracasso das mobilizações sociais e as tentativas de mudanças sociais evidenciam a questão do desemprego, da violência institucional e do agravamento no processo de marginalização. Nesse contexto, o povo convive e se acomoda pacificamente com a miséria cotidiana, sem perspectiva de mudança. A partir desse raciocínio, identifique os conceitos sociológicos relacionados a movimentos sociais no Brasil.

a) Cidadania; indústria cultural; identidade; individualismo; resistência social.
b) Participação política; violência; desmobilização; alienação; individualismo.
c) Ideologia; participação política; cidadania; identidade; projeto político.
d) Identidade; comportamento de massa; propriedade; cidadania; alienação.
e) Projeto político; cidadania; propriedade; alienação; identidade.

Resposta: C
Fonte: Os Movimentos Sociais – Sociologia na ponta da Língua. Acesso em: 28 de outubro de 2019.

12) (Unioeste 2011) Os conflitos sociais gerados durante o desenvolvimento do capitalismo promoveram o nascimento de um conjunto de movimentos sociais ao longo da história contemporânea. No intuito de problematizar e transformar a realidade vivida movimentos de trabalhadores da cidade e do campo surgiram no mundo todo, exigindo respostas às dificuldades existentes e melhorias nas condições de vida da população. Contudo, tais movimentos sofreram muitas modificações nas últimas décadas. Sobre isso é incorreto afirmar que

a) com o fortalecimento da democracia e da participação popular nas eleições representativas os movimentos sociais perderam importância, pois é o voto o único e o verdadeiro canal de participação política da população.
b) o fim do bloco soviético e a crise nos partidos de esquerda promoveram um refluxo ideológico nos movimentos sociais, que gradativamente abandonaram a perspectiva revolucionaria em defesa da colaboração com o Estado e com as elites dirigentes.
c) o fortalecimento de outros canais de reivindicação, como a televisão e a internet, enfraqueceu umas das funções primordiais dos movimentos sociais, que era de deixar público as necessidades de comunidades especificas.
d) embora existam inúmeros movimentos sociais no Brasil, o Movimento Sem Terra continua a ser o mais significativo, devido ao número de pessoas que representa e as suas formas de luta.
e) no mundo contemporâneo, as organizações não governamentais vêm dividindo espaço com os movimentos sociais nos processos de divulgação dos diferentes problemas sociais e também na representação popular.

Resposta: A
Fonte: Os Movimentos Sociais – Sociologia na ponta da Língua. Acesso em: 28 de outubro de 2019.

13) (Unicentro 2010) Os movimentos sociais estão presentes em todas as sociedades, devendo ser compreendidos como um fenômeno inerente aos processos de mudança. No Brasil, “os movimentos sociais que ocorreram ao longo de mais de cem anos de República, quer sejam aqueles centrados na luta pela terra, quer sejam aqueles voltados às relações de trabalho, quer sejam, ainda, aqueles voltados à melhoria das condições de vida na cidade, como os movimentos por transportes, habitação, saúde etc., foram todos marcados pelas lutas para conquistar direitos de cidadania.” (Tomazi, Nelson Dácio (coordenador). Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 2000, p.253).

Tendo em vista o amplo espectro que recobre os movimentos sociais e a questão da cidadania, assinale a alternativa incorreta.

a) Na primeira metade dos anos 70, em meio à repressão policial e à euforia do “Milagre Brasileiro” a sociedade civil, através dos setores populares, iniciou uma série de movimentos sociais voltados para as necessidades urbanas (transporte, saúde, habitação, creches etc.).
b) Entre os vários movimentos surgidos, na metade dos anos 70, alguns chamaram a atenção pelas características violentas que assumiram como é o caso do Movimento de Quebra-Quebras de Trens Suburbanos em São Paulo e no Rio de Janeiro.
c) O Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra que teve início ainda na Primeira República, com a volta do estado de direito e da legalidade da luta pela Reforma Agrária, é de longe um dos movimentos sociais mais atuantes da História brasileira.
d) Nos ano 80, destacam-se os movimentos de massa, em especial o movimento por eleições diretas para a presidência da República – as Diretas-Já (1984-1985) -, que dinamizaram a vida político-partidária do país ao mobilizar multidões em passeatas e comícios.
e) Em nome do estabelecimento da ética na política, no início dos anos 90, o movimento dos “caras-pintadas” foi, em meio às intensas mobilizações da sociedade civil, decisivo para a deposição do então presidente da República, Fernando Collor de Mello.

Resposta: C
Fonte: Os Movimentos Sociais – Sociologia na ponta da Língua. Acesso em: 28 de outubro de 2019.

14) (Uel 2005)  “Era a manhã ensolarada do dia 1º de maio de 1980, e as pessoas que haviam chegado ao centro de São Bernardo do Campo para a comemoração da data se depararam com a cidade ocupada por 8 mil policiais armados, com ordens de impedir qualquer concentração. Já desde as primeiras horas daquele dia as vias de acesso estavam bloqueadas por comandos policiais que vistoriavam ônibus, caminhões e automóveis […]. Pela manhã, enquanto um helicóptero sobrevoava os locais previstos para as manifestações, carros de assalto e brucutus exibiam a disposição repressiva das forças da ordem” (SADER, Eder. Quando novos personagens entram em cena. São Paulo: Paz e Terra, 1995. p. 27.)

Com base nos conhecimentos sobre a história recente do Brasil, é correto afirmar que, nesse episódio, o autor se refere ao:
a) Movimento estudantil, que lutava contra a reforma universitária de perfil privatista, implantada pelo governo João Figueiredo.
b) Movimento operário, que lutava contra a ditadura militar, contra o arrocho salarial e pela democratização do país.
c) Movimento das panelas vazias, que, apesar de o país já se encontrar plenamente democratizado, restringia sua luta à reposição das perdas salariais devido ao arrocho imposto na década anterior pelo regime militar.
d) Movimento dos desempregados, constituído no processo de abertura política, e que sustentava a bandeira do pleno emprego.
e) Movimento camponês, que, embora se constituísse numa força política emergente dos escombros do regime militar, mostrava grande capacidade de mobilização das classes médias urbanas.

Resposta: B
Fonte: Os Movimentos Sociais – Sociologia na ponta da Língua. Acesso em: 28 de outubro de 2019.

15) (UEMA 2017) A batalha pelos direitos sociais e os movimentos dos jovens pelo Brasil ainda é notícia na grande mídia.

Leia o fragmento publicado na mídia brasileira.

[…] Após mais de seis meses segurando os preços das tarifas, os governos estaduais e municipais, de forma organizada e abrupta, resolveram repassar à população um valor de reajuste de tarifa de transporte público abaixo da inflação do último ano, e o fizeram com o argumento da defasagem contratual e da necessidade de equilibrar os contratos e tudo pela ordem e pela função econômica do Estado. […] Em casos como os dos Municípios de São Paulo e Rio de Janeiro, os governos se posicionaram pela intransigência quanto às reivindicações pelas reduções das tarifas e então, OS JOVENS FORAM ÀS RUAS. É certo que todo o debate social em torno do reajuste da tarifa do transporte público não passa somente pelos centavos de reajustes, passa antes por ser um GRITO REPRIMIDO de uma sociedade que há tempos não sabe o que é ir às ruas para pleitear dignidade, justiça social, lutar pelos direitos mínimos e sociais. Este grito social de desespero por uma vida melhor e participativa na vida política (do País, dos Estados e dos Municípios) está representado pela juventude que se organiza por meio das redes sociais da internet e que começou a se movimentar independente de uma liderança. O Estado não permitiu que as manifestações ocorressem de forma pacífica e voluntária, uma vez que utilizou e ainda usa a repressão policial de forma desmedida, […] SILVA, Aarão Miranda da. Jus.com.br/artigos/24742. (Adaptado)

O Estado, ao se posicionar contrário aos direitos dos cidadãos, por exigirem mudanças nas políticas vigentes, reprimindo toda e qualquer manifestação que busca uma nova agenda política, é considerado

a) ateísta.
b) ditatorial.
c) de esquerda.
d) comunista.
e) crítico.

Resposta: B
Fonte: Questões de Sociologia – Movimentos Sociais – Estuda.com. Acesso em: 28 de outubro de 2019.

Materiais Relacionados

O(A) professor(a) poderá recordar os conceitos fundamentais dessa aula através dos seguintes sites e obras:

1) Nos sites “Brasil Escola” e “Mundo Educação”, o(a) professor(a) encontrará alguns textos que permeiam a temática dos movimentos sociais.

RIBEIRO, Paulo Silvino. “Movimentos sociais: breve definição”; Brasil Escola. Acesso em: 28 de outubro de 2019.

PINTO, Tales dos Santos. “Protestos contra o aumento das tarifas, uma nova ação política?”; Brasil Escola. Acesso em: 28 de outubro de 2019.

RODRIGUES, Lucas de Oliveira. “Movimentos sociais”. Acesso em: 29 de outubro de 2019.

MEDEIROS, A. M. Os Movimentos Sociais. Acesso em: 29 de outubro de 2019.

2) No site “Infoescola” é possível retomar o conceito de Movimentos Sociais utilizado por Scherer-Warren, Gohn e Medeiros. Acesso em: 29 de outubro de 2019.

3) O(A) professor(a) encontrará também materiais para o aprofundamento dos conteúdos através das seguintes obras:

SCHERER-WARREN, I. Movimentos sociais: um ensaio de interpretação sociológica. 3. ed. Florianópolis: UFSC, 1989.

______. Redes de movimentos sociais. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2005.

______. Movimentos sociais no Brasil contemporâneo. História: Debates e Tendências, vol. 7, n. 1, p. 9-21, jan./jun. 2008.

GOHN, M. G. Movimentos Sociais na Contemporaneidade. Revista Brasileira de Educação, Minas Gerais, v. 16, n. 47, p. 333-351, maio/ago. 2011.. Acesso em: 29 de outubro de 2019.

______. Sociologia dos Movimentos Sociais. São Paulo: Cortez, 2013.

______. Movimentos sociais no início do século XXI: antigos e novos atores sociais. Petrópolis/RJ: Vozes, 2003.

______. Novas teorias dos movimentos sociais. São Paulo, Loyola, 2012.

______. Teorias dos Movimentos Sociais: Paradigmas Clássicos e Contemporâneos. São Paulo: Edições Loyola. 1997.

TOURAINE, A.  Production de la Société. Paris: Seuil, 1973.

______. Poderemos viver juntos? Iguais e diferentes. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

______. Crítica da modernidade. Petrópolis: Vozes, 1998.

4) O(A) professor(a) poderá aprofundar os temas relacionados aos movimentos sociais através dos vídeos elencados abaixo:

Os Movimentos Sociais. Acesso em: 28 de outubro de 2019.

Características estruturais dos Movimentos Sociais. Acesso em: 28 de outubro de 2019.

Arquivos anexados

  1. Plano de aula – O que são movimentos sociais?

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