Conteúdos

– Novo acordo ortográfico da língua portuguesa: alfabeto, emprego do hífen e uso do trema

Objetivos

– Apresentar um breve histórico sobre o acordo ortográfico da língua portuguesa
– Conhecer algumas das novas regras
– Praticar a norma culta

1ª Etapa: Início de Conversa – História do acordo ortográfico da língua portuguesa

É fundamental levantar a reflexão, juntamente com os alunos, de que a língua é algo vivo e está em constante mudança. Sendo assim, o objetivo desse plano de aula é atualizar o estudante quanto ao novo acordo ortográfico da língua portuguesa.

Em um encontro de sete países falantes da língua portuguesa (Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe), promovido pelo então presidente do Brasil José Sarney, em 1986, foi apresentado um memorando propondo o acordo ortográfico da língua portuguesa. Efetivamente elaborado e assinado em 1990, o acordo teve como objetivo criar uma ortografia unificada, usada por todos os países falantes da língua portuguesa.

Os países mencionados acima assinaram o acordo em 1990. Em 2004, o Timor-Leste aderiu ao documento, após ter se tornado independente.

Contudo, para que as novas normas entrassem em vigor, foi necessário aprová-las em todos os Estados, que realizaram debates a respeito do assunto nos países envolvidos, desde a proposta até a sua efetivação. No Brasil, a utilização das novas normas tornou-se obrigatória em 2016.

Para melhor compreensão, segue o mapa da localização geográfica dos países que assinaram o Acordo1:

Disponível em http://luisalessa.blogspot.com.br/2012/03/o-mundo-que-fala-portugues.html. Acesso em 10 de março de 2018

Concomitantemente da assinatura do acordo ortográfico, foi criada a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), com estatutos definidos a partir de três objetivos: concertação político-diplomática, cooperação em todos os domínios e promoção e difusão da Língua Portuguesa. Abaixo, logotipo da CPLP, representando todos os países com suas respectivas bandeiras:

Disponível em: https://www.google.com.br/search?q=o+novo+acordo+ortográfico&rlz=1C1OKWM_pt-BRBR773BR773&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiL1aC_5v. Acesso em 10 de março de 2018.

1Lembramos que Açores e a Ilha da Madeira são ilhas de Portugal.

2ª Etapa: Mudanças

A seguir, o(a) professor(a) deverá apresentar algumas das mudanças do acordo ortográfico, dando exemplos de sua utilização.

Nesse plano de aula, serão apresentadas as regras para o alfabeto, o uso do trema e o emprego do hífen, porém, cabe ressaltar aos alunos que também houve alterações na acentuação gráfica. Recomenda-se um conjunto específico de aulas para abordar as novas regras de acentuação, visto que são várias alterações.

Abaixo, encontra-se um resumo das mudanças com alguns exemplos, contudo, sugerimos que o(a) professor(a) aprofunde a explicação de cada regra e, com a ajuda dos alunos, aponte mais exemplos.

Alfabeto:

– Incorporação das letras “K”, “Y” e “W”, que são utilizadas em várias palavras estrangeiras, porém, conhecidas e utilizadas pela população como nomes próprios (Wiliam); unidades de medidas (Kg – quilogramas); palavras e expressões importadas do inglês (Copyright).

Emprego do hífen:

– Quando houver letras iguais na palavra, separa-se com hífen (anti-inflamatório, arqui-inimigo);
– Quando as letras forem diferentes, não há emprego do hífen (neoliberalismo, extraoficial);
– A letra H não deve aparecer junto a prefixos, então utiliza-se o hífen (pré-história, anti-higiênico);
– O R e S, quando perto de vogais, serão dobrados, mas não se unem a consoantes (suprarrenal, minissaia, antisséptico);
– Se o prefixo terminar em consoante, utliza-se o hífen (sub-reino, ab-rogar);
– Quando RR e SS se encontrarem, permanece a regra de que letras iguais são separadas (super-requintado);
– No geral, utiliza-se hífen após os prefixos, com exceção de CO-, RE- e PRE- (coordenar, reeditar, preestabelecer).

Trema:

– Não se usa mais o trema nas palavras em português (linguiça, cinquenta, eloquência, entre outras). Este permanece apenas nos nomes próprios e seus derivados (Gisele Bündchen).

3ª Etapa: Praticando

O(a) professor(a) irá propor aos alunos que se sentem em duplas e a turma terá acesso à crônica disponível no link.

O(a) professor(a) irá ler junto com os alunos, ajudando-os a interpretar o texto (inclusive seus erros propositais, que exemplificam as mudanças), e explicando as novas regras ao observar os exemplos da crônica.

A partir das regras expostas, o(a) professor(a) pedirá aos alunos que completem a tabela apresentada abaixo:

4ª Etapa: Exercícios de fixação

Sugere-se que os alunos resolvam alguns exercícios para fixação do conteúdo.

1. Tendo em vista a nova grafia, quanto ao uso do hífen, assinale a opção correta. Justifique a sua escolha.

a. (   ) Co-autor, anti-social e micro-ondas.
b. (   ) Coautor, antissocial e microondas.
c. (   ) Co-autor, antissocial e micro-ondas.
d. (   ) Coautor, anti-social e microondas.
e. (X) Coautor, antissocial e micro-ondas.

Justificativa: Não se faz uso do hífen após o prefixo “co”; dobra-se a letra “s” perto de vogais; letras iguais são separadas pelo hífen.

2. Analise as sentenças a seguir, indicando se estão certas (C) ou erradas (E).

a. ( E  ) O quarto de João precisa de uma superreforma urgente.
b. ( E  ) Ainda faltam 150 kilômetros para chegarmos ao Rio de Janeiro.
c. ( E  ) Ana ficou mega-feliz ao encontrar Ricardo no restaurante.
d. ( C  ) Adorei a minissaia que ganhei de aniversário.
e. ( C ) Essa autoestrada não está em boas condições.
f. ( C  ) Não aguento mais as piadas do tio Sandro.
g. ( C  ) A escola em que matriculei meus filhos tem infraestrutura.
h. (  E ) O vicediretor assumirá o cargo em janeiro.

3 – De acordo com a nova ortografia da língua portuguesa, no trecho “Apoiou ditaduras, avalizou políticas antipopulares, fingiu não ver os desmandos de aliados (…)”, o termo destacado:

I. deveria ter sido grafado com hífen, como em anti-higiênico e anti-inflacionário.
II. está adequadamente grafado, obedecendo à regra em que prefixo terminado em vogal se junta com a palavra iniciada por consoante.
III. está adequadamente grafado, assim como em antiaéreo e antiprofissional.
IV. tem como facultativo o emprego do hífen, visto que o Novo Acordo Ortográfico ainda é recente.
V. obedece à mesma regra que palavras formadas por prefixos como super-, ultra- e sub-.

Estão CORRETAS as proposições:

a) (   ) II, III, IV e V.
b) (   ) I, II e IV.
c)  (X ) II, III e V.
d) I, II e III
e) I, II, III, IV e V

4 – Segundo as regras da nova ortografia, está incorreto:

a) (X ) anti-social
b) (   )  infraestrutura
c) (   ) superotimismo
d) (   ) verbo-nominal
e) (   ) aquém-oceano

Referências dos exercícios:

Disponível em: IFRN. Acesso em 16 de março de 2018.

Disponível em: Aprova Concursos. Acesso em 16 de março de 2018.

Materiais Relacionados

1 – Para o(a) professor(a) se informar sobre o acordo de unificação da língua portuguesa, sugere-se o texto do Ministério da Educação. Acesso em 13 de março de 2018

2 – Para saber mais sobre as relações exteriores CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), leia o texto. Acesso em 12 de março de 2018

3 – Sugere-se a leitura da crônica “Reforma Ortográfica: Como Será Daqui Pra Frente?” com os alunos, a fim de identificar as mudanças do novo acordo ortográfico de forma divertida. Acesso em 10 de março de 2018

4 – Para o(a) professor(a) sanar as possíveis dúvidas, leia esse guia prático, que poderá ser útil. Acesso em 10 de março de 2018

Arquivos anexados

  1. Plano de Aula_O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
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