Conteúdos
Este roteiro de estudos traz aos estudantes uma compreensão abrangente sobre a América do Norte, abordando seus aspectos físicos e sociais e destacando sua diversidade cultural e sua influência global. O material traz, portanto, uma jornada de descobertas sobre a geografia, a cultura e os desafios ambientais dessa região tão diversa.
Objetivos
- Reconhecer as características físicas da América do Norte;
- Compreender as diversidades climática e ambiental;
- Explorar os aspectos sociais e culturais da América do Norte;
- Analisar as interações econômicas e sociais entre os países da América do Norte;
- Refletir sobre os desafios ambientais e urbanos; e
- Desenvolver uma visão crítica sobre o papel global da América do Norte.
Conteúdos / Objetos do conhecimento:
- Clima e ecossistemas da América do Norte;
- Diversidade social e cultural;
- Urbanização; e
- Influência norte-americana no globo.
Palavras-chave:
Geografia. América do Norte. Diversidade. Sustentabilidade. Integração.
Proposta de estudo:
Este roteiro de estudos sobre a América do Norte explora seus aspectos físicos e sociais, proporcionando uma visão abrangente da região para alunos do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio. No campo físico, os alunos aprendem sobre as principais formações geográficas, como cadeias montanhosas (Montanhas Rochosas e Apalaches), grandes bacias, bacias hidrográficas e os climas variados que moldam os ecossistemas locais, desde o Ártico até as regiões tropicais do sul da Flórida e do México. No aspecto social, o roteiro aborda a diversidade cultural e demográfica da América do Norte, destacando os impactos da colonização, da imigração e do desenvolvimento econômico nos Estados Unidos, no Canadá e no México. Além disso, serão analisados aspectos urbanos e rurais, economia e influência dos países norte-americanos no cenário global, considerando suas interações sociais, culturais e políticas no continente e no mundo. Bons estudos!
1ª Etapa: Características físicas
A geografia física da América do Norte é marcada por uma impressionante diversidade de paisagens, desde vastas cadeias montanhosas e rios extensos até desertos áridos e florestas densas. Essa variedade de formações geográficas é resultado de milhões de anos de processos geológicos e climáticos, que transformaram o continente.
Relevo e principais cadeias montanhosas
A América do Norte apresenta algumas das cadeias montanhosas mais conhecidas do mundo. A oeste, as Montanhas Rochosas se estendem desde o Canadá até o sul dos Estados Unidos, formando uma barreira natural que afeta o clima e a ecologia da região. As Montanhas Rochosas possuem picos altos e acidentados, sendo uma das áreas geologicamente mais jovens do continente. No leste, encontramos os Montes Apalaches, uma cadeia mais antiga que se estende do Canadá ao sul dos Estados Unidos. Diferentemente das Rochosas, os Apalaches têm picos mais baixos e arredondados devido ao processo de erosão ao longo do tempo.
Entre essas duas grandes formações encontram-se as Grandes Planícies, que abrangem uma vasta área no centro do continente, estendendo-se desde o Canadá até o Texas. Essas áreas são conhecidas por sua vegetação gramínea e são bastante usadas para a agricultura, devido ao solo fértil. Mais ao norte, no Canadá, o Escudo Canadense forma uma vasta região de rochas antigas e resistentes, ricas em minerais, que desempenham um papel fundamental na economia canadense.
Hidrografia: rios e Grandes Lagos
A hidrografia da América do Norte é atravessada por importantes sistemas fluviais, que desempenham papéis essenciais na economia e na ecologia do continente. O Rio Mississippi, o segundo maior rio do continente, flui do norte dos Estados Unidos até o Golfo do México, formando uma ampla bacia hidrográfica que drena grande parte das Grandes Planícies. Outro rio importante é o Rio Colorado, que corta o oeste estadunidense e escavou o famoso Grand Canyon, ao longo de milhões de anos.
Os Grandes Lagos — Superior, Michigan, Huron, Erie e Ontário — formam o maior sistema de água doce do mundo e estão localizados na fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá. Eles desempenham um papel vital no transporte, no abastecimento de água e como fonte de energia hidrelétrica.
Climas diversos e ecossistemas únicos
O continente possui uma ampla gama de zonas climáticas, que vão desde o clima polar, no extremo norte do Canadá e no Alasca, até o clima tropical, na região do sul do México. No Canadá e no Alasca, predominam os climas ártico e subártico, caracterizados por invernos longos e rigorosos, cenário de tundra e uma fauna adaptada ao frio, como ursos polares e renas.
O centro do continente, onde estão localizadas as Grandes Planícies, tem um clima continental temperado, com estações bem definidas, incluindo verões quentes e invernos frios. Mais ao sudoeste, nas áreas desérticas dos Estados Unidos e do norte do México, encontramos um clima árido, que dá origem a paisagens de desertos com vegetação xerófila, especialmente adaptada ao calor extremo e à escassez de água.
Já no litoral oeste, a região da Califórnia possui um clima mediterrâneo, caracterizado por verões secos e quentes e invernos úmidos, o que favorece o cultivo de vinhedos e frutas. No sudeste dos Estados Unidos predomina o clima subtropical úmido, com verões quentes e úmidos e uma vegetação densa, de florestas temperadas. No México, o clima varia bastante: as regiões montanhosas apresentam clima temperado de altitude, enquanto as áreas costeiras e ao sul têm um clima tropical.
Biomas e vegetação
Os biomas da região são igualmente variados e incluem tundra, florestas temperadas, desertos e pradarias. No norte, uma tundra ártica se estende sobre a maioria do Canadá e do Alasca, sendo caracterizada pela ausência de árvores e uma vegetação composta de musgos, líquens e arbustos. Ao sul da tundra, as florestas boreais (ou taigas) cobrem uma vasta área do Canadá e do norte dos Estados Unidos, dominadas por coníferas, como pinheiros e abetos.
As pradarias ocupam o centro do continente, nas Grandes Planícies, e são dominadas por gramíneas. Esse bioma é essencial para a agricultura e a pecuária, pois possui solos férteis e vastas áreas de pastagem. No sudoeste dos Estados Unidos e no norte do México, os desertos, como o de Sonora e o Deserto de Mojave, são dominados por vegetação xerófila, incluindo cactos e plantas suculentas.
No sul dos Estados Unidos e no México, as florestas tropicais e subtropicais aparecem em áreas de clima mais quente e úmido, abrigando uma biodiversidade rica, com árvores altas, florestas densas e uma ampla variedade de espécies animais.
Para mais informações sobre os aspectos físicos da geografia da América do Norte, consulte:
Acesso em: 23 de dezembro de 2024.
- CONTINENTE AMERICANO: ASPECTOS GEOGRÁFICOS | Resumo de Geografia para o Enem
Acesso em: 23 de dezembro de 2024.
2ª Etapa: Geografia política
A geografia política da América do Norte é marcada pela presença de três grandes nações — Canadá, Estados Unidos e México — que, apesar de compartilharem o mesmo continente, possuem estruturas políticas, sistemas de governo, economias e relações internacionais bastante distintas. Essas características influenciam profundamente as dinâmicas internas e externas da região, resultando em uma integração econômica e social específica, especialmente por meio de acordos comerciais, como o Tratado entre México, Estados Unidos e Canadá (T-MEC).
Canadá
Sistema político: O Canadá é uma monarquia constitucional, com um sistema de governo parlamentar. O chefe de Estado é o monarca britânico, representado no Canadá pelo governador-geral, enquanto o chefe de governo é o primeiro-ministro, escolhido pelo Parlamento. O Canadá é composto por dez províncias e três territórios, cada um com diferentes graus de autonomia em áreas como educação, saúde e recursos naturais.
Relações exteriores e políticas regionais: No cenário internacional, o Canadá é conhecido por seu papel diplomático e por sua política externa voltada para os direitos humanos, a paz e o multilateralismo. O país é um membro ativo de organizações internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Internamente, o Canadá enfrenta desafios como o movimento separatista em Quebec, que busca maior autonomia para a província de língua francesa.
Economia e integração comercial: A economia canadense é baseada em uma mistura de recursos naturais (mineração, petróleo e madeira), indústria e serviços. Graças ao T-MEC, o Canadá mantém fortes laços econômicos com os Estados Unidos e o México, sendo um dos maiores exportadores de petróleo para os Estados Unidos e beneficiando-se da integração econômica com os países vizinhos.
Estados Unidos
Sistema político: Os Estados Unidos são uma república presidencialista federal, em que o presidente atua como chefe de Estado e chefe de governo. A estrutura federal é composta por 50 estados, cada um com sua própria legislação e um alto grau de autonomia. O sistema político estadunidense é caracterizado por sua divisão de poderes entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
Poder global e política externa: O país possui uma posição única no cenário mundial, como uma das maiores potências econômicas, militares e culturais. Sua política externa é exclusivamente focada em manter e expandir sua influência global, por meio de alianças estratégicas, intervenções militares e acordos comerciais. Internamente, o país enfrenta questões políticas complexas, como a imigração, as questões raciais e as políticas de controle de armas.
Economia e comércio: A economia é altamente diversificada e influente globalmente, abrangendo setores como tecnologia, finanças, produção e agricultura. Com o T-MEC, o país fortalece seus laços comerciais com o Canadá e com o México, criando uma das maiores zonas de livre comércio do mundo. Os EUA também importam muitos produtos fabricados do México e exportam uma variedade de bens de consumo e tecnológicos para o Canadá e o México.
México
Sistema político: É uma república presidencialista federal, com um presidente como chefe de Estado e chefe de governo. O país é dividido em 31 estados e uma entidade federal (Cidade do México), cada um com autonomia política em várias áreas. O sistema político mexicano passou por profundas reformas nas últimas décadas, especialmente após o fim do monopólio de um único partido, na década de 1990.
Relações exteriores e desafios internos: Tem uma política externa para a cooperação latino-americana e a participação em fóruns multilaterais. Contudo, as relações com os Estados Unidos têm uma importância central para o país, especialmente em temas como comércio, segurança e imigração. Internamente, o México enfrentou desafios sérios, como o combate ao narcotráfico, a violência e a corrupção, problemas que impactam diretamente sua estabilidade política e social.
Economia e T-MEC: Tem uma das economias mais fortes da América Latina, sendo altamente integrada ao mercado dos Estados Unidos e do Canadá por meio do T-MEC. A fabricação e a exportação de produtos, como eletrônicos, automóveis e alimentos, são fundamentais para o México, que se beneficia da proximidade e do acesso ao mercado estadunidense. O país também se destaca como um dos maiores exportadores de petróleo para os Estados Unidos.
Integração regional e o T-MEC
A cooperação entre Canadá, Estados Unidos e México é formalizada por meio do Tratado entre México, Estados Unidos e Canadá (T-MEC), que substituiu o Nafta em 2020. Esse tratado fortalece a interdependência econômica entre os três países, criando uma das zonas de livre comércio mais importantes do mundo, já que facilita o comércio de bens e serviços e regula temas como proteção ao meio ambiente, propriedade intelectual e direitos trabalhistas.
O T-MEC é vital para os três países: ele permite que o Canadá e o México acessem o vasto mercado consumidor dos Estados Unidos, enquanto os Estados Unidos se beneficiam da proximidade de parceiros comerciais e da possibilidade de manter uma cadeia de produção regional. No México, por exemplo, várias montadoras de automóveis norte-americanas possuem fábricas, aproveitando os custos de produção mais baixos e mantendo uma relação de proximidade com o mercado estadunidense.
Para saber mais sobre a organização política da América do Norte, consulte:
América do Norte : Divisão Política – UOL Educação
Acesso em: 23 de dezembro de 2024.
3ª Etapa: Papel global dos EUA
Ou EUA desempenham um papel central na globalização, consolidando-se como uma das maiores potências econômicas, militares e culturais do mundo. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, o país moldou a economia global e influenciou políticas, mercados e comportamentos culturais, a nível mundial. Esse protagonismo, entretanto, também traz desafios e críticas, especialmente no que diz respeito ao imperialismo, à desigualdade mundial, à participação em guerras e aos impactos ambientais.
Papel dos Estados Unidos na globalização
O país foi um dos principais arquitetos da globalização, promovendo o livre comércio, a abertura de mercados e a integração econômica internacional. Com o fim da Guerra Fria e a ascensão das novas tecnologias de comunicação, a globalização se intensificou, impulsionada por corporações multinacionais, muitas delas com sede nos Estados Unidos, que expandiram suas operações em diversos países. Grandes empresas americanas, como Google, Apple, Amazon e McDonald’s, simbolizam essa globalização econômica e cultural, difundindo padrões de consumo e estilos de vida pelo mundo.
A economia americana é um dos motores globais, e o dólar se consolida como a principal moeda de reserva internacional. Isso confere aos Estados Unidos uma influência econômica única, permitindo-lhes ditar tendências econômicas e exercer controle sobre políticas monetárias globais, por meio de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, das quais são os maiores financiadores e controladores. Contudo, essa posição privilegiada também é motivo de críticas, pois muitas vezes as políticas desses organismos favorecem os interesses estadunidenses e impõem critérios rigorosos aos países em desenvolvimento, ampliando as desigualdades.
Desigualdade
Sua participação na economia global não é neutra e tem efeitos significativos na distribuição de riqueza e na desigualdade mundial. O modelo econômico baseado no capitalismo neoliberal, promovido pelo país, incentiva a abertura dos mercados e a desregulamentação, o que beneficia grandes corporações, muitas vezes em detrimento de trabalhadores e de pequenas economias locais. Em muitos casos, a entrada de multinacionais americanas em países em desenvolvimento levou à exploração da mão de obra barata e à redução dos direitos trabalhistas, perpetuando ciclos de pobreza e desigualdade nessas regiões.
Além disso, as políticas de livre comércio e a competitividade das corporações estadunidenses podem sufocar indústrias locais em economias mais frágeis, gerando uma dependência econômica desses países na relação com os Estados Unidos. Essa dependência cria uma assimetria de poder que limita a capacidade de desenvolvimento privado de países menos desenvolvidos, fazendo-os depender de empréstimos e investimentos estrangeiros. Assim, seu papel na globalização tem reforçado, em muitos casos, as desigualdades econômicas entre países e dentro deles.
Imperialismo e guerras
A política externa dos Estados Unidos é frequentemente criticada pelo que muitos chamam de imperialismo moderno. Desde a Segunda Guerra Mundial, participaram de vários conflitos armados e intervenções militares, alegando proteger a democracia e os direitos humanos, mas muitas vezes motivados por interesses econômicos e estratégicos. Guerras como as do Vietnã, do Iraque e do Afeganistão são exemplos claros desse imperialismo militar, tendo tido enormes custos humanos e sociais para as populações desses países, sem necessariamente promover a paz ou a estabilidade.
Essas guerras também se desenvolveram para a manutenção do poder e da influência em estratégias, especialmente no Oriente Médio, onde os interesses estadunidenses estão profundamente ligados ao controle e à exploração de recursos energéticos, como o petróleo. Esse imperialismo militar e econômico gera resistência e ressentimento em muitas partes do mundo, alimentando conflitos e tornando o país alvo de críticas e protestos.
Questões ambientais
Têm um papel ambíguo nas questões ambientais globais, como um dos maiores emissores de gases de efeito estufa e um dos principais consumidores de recursos naturais, tendo grande responsabilidade nas mudanças climáticas. Ainda que seja um líder em tecnologia e inovação, o ritmo de consumo e produção nos Estados Unidos gera impactos ambientais significativos, que afetam tanto o país quanto o mundo.
Embora o governo estadunidense tenha, em alguns momentos, reforçado compromissos ambientais — como na assinatura do Acordo de Paris —, muitas dessas políticas são influenciadas pela economia baseada em combustíveis fósseis e pelo lobby das indústrias de petróleo, gás e carvão. A alternância entre políticas ambientais e de desregulamentação torna incerto o compromisso com o combate às mudanças climáticas, gerando dúvidas sobre seu papel como líder ambiental global. A produção em massa e o alto consumo geram, ainda, uma enorme quantidade de resíduos, dos quais apenas uma parte é reciclada, enquanto o restante causa poluição e manipulação ambiental.
Para saber mais, acesse:
Estados Unidos – Notícias e tudo sobre | CNN Brasil
Acesso em: 23 de dezembro de 2024.
4ª Etapa: Propostas para fixação do conteúdo
Proposta 1: Encontre um artigo ou uma notícia recente sobre uma intervenção dos Estados Unidos (econômica, militar ou ambiental) e faça uma análise crítica. Reflita sobre como essa ação afeta a globalização e a desigualdade mundial. Ao final, escreva um pequeno parágrafo com sua opinião sobre as possíveis consequências positivas e negativas dessa intervenção.
Dica: Pensar em como essa ação pode influenciar não apenas o país onde ocorreu, mas o mundo todo.
Proposta 2: Organize o que você aprendeu criando um mapa mental. Tente fazer conexões entre esses temas e adicionar exemplos específicos, para ilustrar cada ponto.
Dica: Um mapa conceitual pode te ajudar a ver como esses assuntos se relacionam e a memorizar os pontos principais de forma visual.
Proposta 3: Escreva um diário reflexivo ao final do estudo. Pergunte a si mesmo: “Como eu vejo o papel dos Estados Unidos na globalização?” e “Quais aspectos eu acredito que poderiam ser melhores?” Anote suas respostas, incluindo suas reflexões sobre os impactos positivos e negativos da influência estadunidense no mundo.
Dica: Essa é uma oportunidade para você registrar suas opiniões e conectar-se com o que aprendeu, criando um espaço para suas próprias ideias sobre o conteúdo. Além disso, esses assuntos são fundamentais em atualidades, para as suas provas.
Bons estudos!
Roteiro de estudos elaborado pelo Professor Rhaian de Souza.
Coordenação Pedagógica: Prof.ª Dr.ª Aline Bitencourt Monge.
Revisão textual: Professora Daniela Leite Nunes.
Crédito da imagem: Greg Rosenke – Unsplash