O Taekwondo é uma arte marcial de origem coreana que pode ser apresentada na educação física escolar. Seu nome é composto de três sílabas com significados específicos: Tae (saltar, voar ou esmagar com os pés), Kwon (bater ou destruir com as mãos) e Do (caminho, arte, método ou filosofia).

“Uma tradução possível seria caminho espiritual dos pés e das mãos”, conta a professora de educação física e pesquisadora Luanna da Silva Lima.

Sua origem remonta ao período de 670 d.C., quando a Coréia era dividida em três reinos: Kogoryo, Baek e Silla. No artigo “Taekwondo: uma proposta pedagógica”, João Carlos Marcon explica que Silla era o menor reino e constantemente invadido, o que levou à criação de uma elite de jovens militares chamados Hwa-rang, semelhante aos samurais do Japão.

Silla conseguiu unificar os três reinos e, durante a dinastia Koguryo (935 – 1392), o taekwondo passou a ser conhecido como subak e migrou de sistema de desenvolvimento físico para arte marcial.

“Já no Brasil, a modalidade chegou em 1970 a São Paulo, trazida pelo mestre Sang Min Cho”, destaca Lima. “Na educação básica, os alunos precisam ser direcionados. O taekwondo ajuda a desenvolver habilidades como perseverança, integridade e cortesia”, elenca

Entre outros benefícios, o taekwondo traz bons aprendizados aos alunos, como disciplina, respeito, hierarquia e trabalho coletivo.

“Oferece autoconfiança para se colocar no mundo sem medo”, sugere Marcon.

Brincadeiras em aula

Para Lima, é indicado trabalhar com os alunos, inicialmente, flexibilidade e alongamento, que serão exigidos ao longo do contato com a arte marcial.

No artigo “Pelos Caminhos do Taekondô”, Marcon sugere cinco atividades lúdicas antes de apresentar bases, defesas e ataques, para que se desenvolvam fundamentos como lateralidade, coordenação motora e agilidade. São elas:

Tirando o velcro: Dois alunos dispostos frente a frente em posição de combate tentam retirar um velcro (ou fita crepe) colocado nas regiões lateral ao abdômen.

Briga de galo: Alunos de cócoras com as mãos para traz tentando desequilibrar o colega, vence aquele que não tocar as mãos ou qualquer parte do corpo no solo.

Cabo de guerra: inicia com alunos dispostos um atrás do outro com as mãos na cintura do colega. O objetivo do jogo é trazer a outra equipe para seu território. Uma variação é fazer a atividade em duplas.

Cara e careta: alunos dispostos em duplas, um de costas para o outro, um denominado cara e o outro, careta. Ao comando do professor, os denominados caretas correm para o outro lado da sala. Enquanto “cara” pega, o aluno terá escapado quando tocar a parede contraria.

Protegendo o rabo: inicia com alunos dispostos à vontade na sala de aula, com um canudo de jornal preso ao elástico do agasalho. A brincadeira consiste em tomar o maior número de rabos que for possível, e ao mesmo tempo proteger o seu.

Bases e movimentos

Após desenvolver habilidades iniciais, o professor pode apresentar bases, ataques e defesas básicas.

No artigo “O Taekwondo como proposta pedagógica de ensino na educação física escolar”, Camilo Antonio Monteiro Bueno indica apresentar à classe três bases, ilustrando cada uma delas com fotos.

AP-KUBI “base longa”:  Separe os dois pés a uma distância de um passo e meio, o joelho da frente deve estar semi-flexionado, para formar uma linha vertical com a ponta do pé. O pé de trás deve formar um ângulo de 30º graus, criando uma linha reta entre o calcanhar do pé de trás e a ponta do pé da frente.

AP-SOGUI “base curta”: É similar ao movimento natural de andar. A distância entre o pé de trás e o pé da frente deve ser de um pé, e o peso deverá ser distribuído entre ambas as pernas

DWI-KUBI “base em L”: avançar uma perna à frente, formando um ângulo de 90º graus, para que ambas as pernas permaneçam flexionadas, de modo que o centro de gravidade esteja entre as pernas.

Na sequência, são ensinadas três defesas para cada base.

Base longa:  AP-KUBI ARE MAKI (defesa de membros inferiores na base longa); AP-KUBI MONTONG MAKI (defesa  do tronco na base longa) e AP-KUBI OLGUL MAKI (defesa da cabeça na base longa).

Base curta: AP-SOGUI ARE MAKI (defesa de membros inferiores na base curta.) AP-SOGUI MONTONG MAKI (defesa do tronco na base curta) e AP-SOGUI OLGUL MAKI (defesa da cabeça na base curta).

Base em L: DWI-KUBUBI ARE MAKI (defesa de membros inferiores na base L), DWI-KUBUBI MONTONG MAKI (defesa do tronco na base L), DWI-KUBUBI OLGUL MAKI (defesa da cabeça na base L).

A sequência didática é finalizada com dois chutes: frontal (THAGUI) e circular (BANDAL – THAGUI).

Já como material de referência, o docente pode acessar uma aula de taekwondo do professor Marlon Luís Lucchini, da Fundação Liberato.

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