Os seminários temáticos com personalidades da educação e a abertura à apresentação de experiências educativas nacionais e internacionais bem sucedidas deram o tom ao terceiro dia do 4º Congresso Marista de Educação. Com o tema Espaçotempos e Horizontes na Educação de Infâncias e Juventudes, o evento reuniu educadores acerca de reflexões e provocações sobre direitos à educação, currículo escolar, novos espaços educativos e tecnologias educacionais.
O painel de abertura das atividades contou a com a participação de Maria Figueiredo Cowen e uma explanação sobre o PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), que avalia sistemas educacionais de mais de 65 países. Jason Buck abordou o impacto das organizações e organismos internacionais na educação, e fez críticas sobre os discursos educativos globais. Para finalizar, o ex-ministro da educação, Fernando Haddad, falou sobre os trabalhos realizados pelo País no campo educacional. Haddad reconheceu que há muitos avanços educacionais especialmente para a América Latina, falou da necessidade dos esforços para a manutenção do ensino desde a educação infantil até os níveis superiores, e ressaltou que pela primeira vez na história o Brasil consegue investir 5% de seu PIB (Produto Interno Bruto)no campo educacional.
Nos seminários temáticos, o tema “Espaços Educativos Emergentes, Mediação e Múltiplas Linguagens” reuniu o educador Tião Rocha, e dois representantes de experiências educacionais: Aureliano Juaréz Hernández com o case educacional em Chiapas, no México, e Francisco Iêdo Lopes da Silva Filho que apresentou a Fundação Casa Grande, com sede em Nova Olinda, Ceará. Tiaõ Rocha ressaltou a importância de se promover espaços contínuos de aprendizagem, e apontou para um novo paradigma educacional: o do aprendizado e da convivência.
O tema “Currículo, Escola e Sociedade”, desdobrado a partir da reflexão “Currículo e a Produção de Sujeito” reuniu os educadores Marlucy Alves Paraíso, Claudio Loo Corey, Mariana Rosalina Vasconcelos, Mônica Fogaça e Roberto Samuel Bizzio. Marlucy Alves Paraíso colocou que todo currículo está envolvido em um processo de subjetivação, uma vez que pretende promover mudanças nos indivíduos; e ressaltou que para que a formação de um sujeito a partir de um conteúdo seja efetiva se fazem necessárias direcionar algumas questões, tendo como base os alunos: “quem eles são”, “quem eles pensam que somos”, “quem nós queremos que eles sejam”. A profissional ainda pontuou que não há verdade, pedagogia correta, ou tranquilidade, diante de um currículo, e que deve prevalecer a experimentação.
José Manual Moran foi o palestrante da conferência que fechou as atividades do terceiro dia do Congresso Marista de Educação. A partir do tema “Tecnologias Emergentes e Educação: Concepções e Impactos”, o educador apontou que a partir do advento da internet e das tecnologias móveis quebrou-se o modelo de transmissão centrado no professor. Justamente por esse motivo, Moran diz ser impossível se praticar o mesmo molde educativo, em um único local e a tempos predeterminados, com horários rígidos. Segundo o especialista, o grande desafio atual diz respeito a integrar as atividades formais às não formais, e os ambientes presenciais de aprendizagem aos virtuais.
O 4º Congresso Marista de Educação acontece hoje (20), em São Paulo. Para acompanhar o tudo o que está acontecendo durante o evento acesse: http://congressomarista.com.br