Um novo formato de apresentação da redação da Fuvest deixou a prova mais difícil aos candidatos, dizem professores de cursinhos. Ontem, ocorreu o primeiro dia da segunda fase do vestibular.
Neste ano, não houve a coletânea de textos cujas ideias podiam ser usadas pelos alunos para construir as redações. O tema foi consumismo.
Havia só a imagem de uma propaganda de cartão de crédito. Os textos de apoio eram uma tradição na prova da Fuvest. No ano passado, por exemplo, foram cinco.
"Os candidatos foram desafiados a construir uma redação amarrada, sem fugir do tema proposto, com pouco direcionamento", afirmou o diretor pedagógico da Oficina do Estudante, Célio Tasinafo.
O professor disse que a mudança deu uma falsa ilusão de facilidade a alguns alunos.
"Muitos [candidatos] me disseram que o tema foi fácil, mas serão surpreendidos com a correção. Sem uma coletânea de textos, é fácil o estudante perder o foco."
Para o professor Nelson Dutra, do Objetivo, a redação surpreendeu. "O tema foi tranquilo, mas o candidato devia ter competência para respondê-la sem se perder."
Para o supervisor de português do Anglo, Francisco Platão Savioli, a facilidade do tema compensou a ausência da coletânea. "Qualquer aluno é capaz de ver que o slogan é sobre o capitalismo. O repertório para a construção do texto vai sair da cabeça dele sem nenhuma dificuldade."
Prova elogiada
Para Savioli, a Fuvest pode ter tentado mostrar aos alunos que eles devem ter base para uma argumentação própria e não precisam de apoio.
Além da redação, a prova de ontem cobrou também questões dissertativas de português e literatura -as quatro obras que passaram a integrar o vestibular foram cobradas na prova de ontem.
Segundo os professores consultados, as perguntas foram bem-feitas, com dificuldade de média para difícil.
A taxa de abstenção foi de 8,5%, um pouco superior ao exame passado, de 8,15%.
Hoje, no segundo dia da segunda fase, os candidatos responderão a 16 questões das demais matérias e a algumas interdisciplinares. A prova termina amanhã.
Para esta etapa, foram convocados 31.182 alunos, que disputam 11.082 vagas na USP e em medicina na Santa Casa.