“A realidade está posta. Meninos absolutamente conectados e começando muito cedo nessa conexão. Temos que observar esse processo, e os pais e professores devem estar juntos”, contextualizou a professora Rachel Biderman da Fundação Getúlio Vargas (FGV), durante o debate virtual promovido, nesta quinta-feira (22/11), pelo projeto Educar na Cidade.
Rachel também ressaltou que dessa forma, conhecendo e estando próximo, os pais e professores poderão desempenhar a função de estimular que a crianças tenham contato humano, não apenas virtual. “Temos que comentar abertamente sobre tudo isso. As tecnologias mudam muito. Se atualizar é um desafio e professores precisam de apoio da escola e de formadores para isso. Temos que lidar com as tecnologias da melhor maneira possível”, completou.
A professora Vera Solferini da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) lembrou que o papel do professor como mediador do conhecimento não é uma questão nova. “É uma discussão que já vem de muito tempo, não está só relacionado com as tecnologias. Isso já deveria estar acontecendo, mas infelizmente não está.”
Também, para colaborar no debate, em sua fala, o professor da Cidade do Conhecimento da Universidade de São Paulo (USP) Gilson Schwartz criou uma palavra nova: o professonhador. “Ele deve estar no lugar do professor e ele não apenas media a relação com a tecnologia, mas traz à tona que é preciso buscar essa conexão com o sonho, com o que se imagina, com o brincar”, aponta Schwartz.
Para o professor, os docentes ajudam a compartilhar além do que está explícito, além do conhecimento tácito. Podem ajudar o aluno a desvendar o que está na dimensão do imaginário e estimular a capacidade de sonhar. “Perceber que a realidade está presente, mas que não se pode esgotar o significado dessa realidade.”