O Inep (órgão ligado ao Ministério da Educação e responsável pelo Enem) vai realizar oficinas para a elaboração e revisão de questões para serem usadas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e outras avaliações de educação do governo federal.
A portaria que prevê as oficinas foi publicada nesta sexta-feira no "Diário Oficial" da União. O texto afirma que elas serão realizadas para elaborar e revisar questões para o BNI (Banco Nacional de Itens) –que concentra as questões usadas nos exames.
Essas oficinas serão realizadas em "ambientes seguros do Inep ou das instituições de ensino superior credenciadas". A portaria também afirma que elas vão contar com a participação de docentes credenciados no banco de colaboradores do Inep e serão supervisionadas por servidores do órgão.
O Inep explica que as novas oficinas não terão relação direta com um outro plano em prática para a elaboração de questões, resultado de parcerias com as universidades federais. No ano passado, o órgão assinou diversos termos de cooperação com essas instituições de ensino superior para quelas criassem núcleos que abastecessem o BNI.
Segundo o Inep, as novas oficinas serão usadas em uma espécie de "força-tarefa", quando houver a necessidade de reforçar o banco de itens de determinadas áreas –como matemática e química, por exemplo.
Para cada atividade, os professores vão receber um tipo de remuneração. Quem participar das oficinas de elaboração ou preparação de itens, por exemplo, vai receber R$ 400 por dia de sessão.
O órgão vai pagar R$ 200 para cada item de exame ou questionário de avaliação que for elaborado aceito para integrar o BNI. A metade desse valor será paga por cada item revisado.
Também será pago R$ 1.500 por oficina para as atividades de coordenação das avaliações de planos para serem adotados na educação básica.
A baixa quantidade de itens no BNI sempre foi encarado como um problema para a realização de exames, principalmente em relação ao Enem. Estima-se que existam atualmente 6.000 questões no banco para o maior exame do país.
O próprio ministro Aloizio Mercadante reconheceu em entrevista à Folha, há duas semanas, que são necessárias 50 mil questões para "não haver mais dificuldades para fazer o exame".
Mercadante também disse que aumentar o banco de itens é questão fundamental para a realização de duas edições do Enem em um ano –o que estava previsto para 2012, mas foi cancelado pelo então ministro Fernando Haddad