Em ano de Copa do Mundo, até quem não liga muito para o futebol acaba se rendendo às quatro linhas e torcendo pelo Brasil, mesmo sem entender bem as regras do esporte. “Em um país que tem o futebol e o carnaval como parte da cultura popular, não é possível renegá-los. Nessas épocas, é natural que haja algumas alterações no país. Em relação às escolas, por exemplo, há uma mudança de calendário, mas que não deve prejudicar os estudos, claro. Será um evento tão grande que crianças e jovens estarão inertes no tema”, diz Francisca Paris, pedagoga, mestra em Educação e diretora de serviços educacionais da Saraiva.
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A especialista sugere evitar o radicalismo e, em vez de tentar proibir que se fale sobre o assunto no colégio, aproveitar temas relacionados à Copa em sala de aula. “No ensino fundamental pode ser feito, por exemplo, um projeto interdisciplinar que reúna os alunos em grupos para fazer um levantamento completo sobre cada uma das doze cidades-sede no país. Entre os jovens do ensino médio, os professores podem aproveitar alguns jogos já definidos para debater importantes temas. Uma disputa entre os times da Inglaterra e da Argentina pode suscitar um debate sobre a Guerra das Malvinas. Além de divertido, será muito útil”, destaca.
Em relação à suspensão das aulas nos dias de jogos do Brasil, Francisca Paris explica que as escolas têm autonomia para reorganizar seu ano letivo, desde que enviem a proposta do novo calendário para a aprovação do Conselho Municipal de Educação e que cumpram os 200 dias letivos exigidos na lei. “O ideal é que as escolas antecipassem as férias agora para o mês de junho a fim de evitar o cancelamento das aulas. Porém, como alguns colégios não conseguiram, as reposições podem ser feitas aos sábados ou no final de 2014, estendendo o segundo semestre em alguns dias, já que não faz sentido manter os meninos na escola durante os jogos do Brasil”, explica.
Com a orientação da escola e da família, a especialista garante que até mesmo quem está se preparando para prestar vestibular este ano não será prejudicado. “Não é necessário se isolar de tudo por conta desta preparação. Basta se programar para parar os estudos apenas na hora dos jogos do Brasil, mantendo a dedicação nos momentos restantes. Como tudo na vida, o importante é saber dosar e equilibrar os momentos de obrigação e de lazer”, recomenda Francisca.