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Vidas Secas e a Obra de Portinari

Objetivos

Compreender Vidas Secas, de Graciliano Ramos, como expressão de um olhar voltado para aspectos da realidade social brasileira.
Estabelecer relações comparativas entre Vidas Secas e Menino morto, tela de Candido Portinari.
Refletir sobre obras que retratam a migração nordestina movida pela seca.

Antes de dar inicio às Etapas consulte a aba Para Saber Mais.

1ª Etapa: Conhecendo o autor

Inicie a aula informando que o livro selecionado para leitura é Vidas Secas, de Graciliano Ramos e que serão estabelecidas relações entre essa obra e Menino morto, tela de Cândido Portinari. Comente que iniciaremos o trabalho conhecendo o autor de Vidas Secas. Para tanto, faz-se necessária uma pesquisa para sabermos que tipo de obra produziu. Solicite aos alunos, na sequência, um levantamento de dados sobre o autor. Para iniciar, sugira o link indicado no item 2 de “Para organizar seu trabalho”. Nessa pesquisa, os alunos devem estudar:

• Dados biográficos

• Principais obras do autor

Após a pesquisa, peça para os alunos exporem em sala de aula as informações sobre os dados levantados. No caso de ser necessária uma complementação à pesquisa dos alunos, informe-os que:

• Graciliano Ramos participou da Segunda Geração modernista brasileira, estilo de época em que surge uma literatura em prosa que opta pela denuncia social.

• É nesse período em que os escritores descobrem que as regiões brasileiras podem ser tema de manifestações artísticas.

• Os autores dessa geração estavam convictos da importância de contar a história do homem popular e de sua linguagem. Para tanto, concentrarão seus esforços em denunciar as diferenças sociais e a opressão do ambiente, da sociedade e do governo sofridas pelo homem comum.

• Escritores da geração de Graciliano como Raquel de Queiroz, Jorge Amado e Érico Veríssimo tematizam os tipos sociais das regiões brasileiras e as situações específicas em que vivem.

•  Tais tipos serão também abordados nas artes plásticas, como em Os retirantes, de Candido Portinari, que registrou em suas telas a migração nordestina movida pela seca.

2ª Etapa: Aproximação do Tema

Para aquecer as idéias, escreva na lousa (ou projete, se a escola dispõe de data-show) a frase a seguir, de Graciliano Ramos e diga que ela pode ser aplicada ao romance cuja leitura está sendo iniciada:

“Todos os meus tipos foram constituídos por observações apanhadas aqui e ali, durante muitos anos. É o que penso, mas talvez me engane. É possível que eles não sejam senão pedaços de mim mesmo”.

Agora, pergunte aos alunos o que entenderam dessa frase e, já que ela pode ser relacionada ao livro de Graciliano Ramos, o que eles esperam da leitura do livro. Solicite que escrevam suas observações e peça que alguns deles leiam as observações realizadas.

Em seguida, comente que Vidas Secas foi classificado pelo escritor Rubem Braga como “romance desmontável”. Pergunte aos alunos que idéias lhes surgem sobre essa classificação e como ela pode ser relacionada à frase estudada anteriormente.

Complemente as observações dos alunos sobre essa questão informando que “romance desmontável” significa dizer que pode ser lido de duas maneiras: como partes independentes, como se fossem contos, ou na sequência em que os capítulos aparecem no livro, ou seja, como um romance.

Em relação ao entendimento da frase de Graciliano, “É possível que eles não sejam senão pedaços de mim mesmo” esta pode sugerir que o autor identifica-se com seus personagens, a ponto de, em alguns casos, falar por eles, ou através deles, como ocorre em Vidas Secas, em que o narrador utilizou o recurso do discurso indireto livre para falar por Fabiano o que este não tinha condições de dizer.

3ª Etapa: Leitura da obra

Agora, acesse o link sugerido no item 1 de “Para organizar seu trabalho” e leia juntamente com os alunos o seguinte trecho, extraído do capítulo Mudança:

“Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da caatinga rala. Arrastaram-se para lá, devagar, sinha Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás. Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão. –  Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai.”

Peça para o grupo escrever o que entendeu desse trecho e solicite a leitura de alguns deles sobre as observações realizadas.

Depois e, para complementar e direcionar as observações do grupo, faça as seguintes perguntas:

• De que maneira o ambiente de Vidas Secas, descrito acima, poderia contribuir para a caracterização das personagens?

• O que a leitura do trecho pode nos informar sobre a irritação de Fabiano para com o filho, cujo nome é apenas “menino mais velho”?

Agora, proceda à leitura compartilhada com os alunos. Essa dinâmica consiste em dividir, com o grupo, a leitura do livro. Em conformidade com o perfil da turma, vá solicitando, aos poucos, a leitura dos capítulos para casa. Reserve 8 aulas para essas atividades cuidando para que, após cada leitura realizada em casa pelos alunos, sejam feitas complementações em sala de aula. Havendo alguma dúvida sobre o entendimento dos capítulos por parte dos alunos, solicite que acessem os links sugeridos nos itens 1 a 4 de “Para organizar seu trabalho”.

4ª Etapa: Comparação entre Vidas Secas e Menino Morto, de Cândido Portinari

Solicite aos alunos que estudem a tela de Cândido Portinari acessando o link sugerido no item 5 de “Para organizar seu trabalho”. Depois, peça que realizem uma descrição da obra estabelecendo comparações com as personagens de Vidas Secas. É importante ressaltar que, além do excerto transcrito acima, outros trechos do livro de Graciliano Ramos, disponíveis no item 1 de “Para organizar seu trbabalho”, também podem ser comparados à tela de Cândido Portinari.

5ª Etapa: Fechamento

Retome a discussão sobre a expressão usada por Rubem Braga para a obra de Graciliano Ramos, “romance desmontável” e proponha uma nova montagem para Vidas Secas. Reserve 4 aulas para essa atividade.

Em seguida, divida a classe em grupos e peça para que cada um pinte um quadro para ilustrar os capítulos do livro de Graciliano Ramos.

Marque 1 dia para que os alunos apresentem a expliquem os quadros pintados por eles.

Materiais Relacionados

Graciliano Ramos é um importante escritor brasileiro que participou da Segunda Geração modernista, fase em que surge uma literatura em prosa que opta pela denuncia de aspectos sociais da realidade brasileira.

• Leia Vidas Secas na íntegra acessando o link:
http://www.cursinhodoxi.com.br/vidas_secas.pdf
• Pesquise sobre Vidas Secas acessando o link:
 http://educacao.uol.com.br/portugues/vidas-secas.jhtm
• Para obter dados sobre Graciliano Ramos, acesse: http://www.neteducacao.com.br/portal_novo/?pg=pesquise/artigo&cod=2034
• No link http://educaterra.terra.com.br/literatura/livrodomes/2002/09/03/007.htm há um resumo de cada capítulo de Vidas Secas.
• Para conhecer a tela Menino morto, de Cândido Portinari acesse: http://www.portinari.org.br/ppsite/homepage/100_anos/material/oab_2733.htm
• Para conhecer outras obras de Cândido Portinari, acesse:
http://www.google.com.br/search?q=candido+portinari+obras&hl=pt-BR&biw=786&bih=403&prmd=ivns&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=MboVTueLNMLN0AG0wp1G&ved=0CCIQsAQ

Idealização e Edição Final NET EDUCAÇÃO | Plano de aula: Vidas Secas. Profa. Ms. Evaneide Nóbrega de Albuquerque.

Arquivos anexados

  1. Vidas Secas e a Obra de Portinari

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