Conteúdos
Idade Média
Objetivos
Analisar fontes históricas.
Estabelecer relação entre “texto” e “contexto”.
Conhecer as relações de poder na Idade Média.
Antes de dar início às Etapas, acesse a aba Para Organizar Seu Trabalho e Saber Mais.
1ª Etapa: Sondagem e sensibilização
Disponibilize cópias, ou projete no quadro, os fragmentos da Tapeçaria de Bayeux reproduzidos a seguir. Sugira aos alunos que organizem-se em duplas e proponha às duplas que, com base nos acontecimentos representados em cada fragmento, elaborem uma narrativa. Se julgar interessante, à dupla A, indique a leitura do fragmento A, à dupla B, a do fragmento B, à dupla C, a do fragmento C… A seguir, transcreva ou projete no quadro questões orientadoras:
– Quem são as pessoas representadas?
– Como essas pessoas encontram-se representadas?
– Há diferenças entre as pessoas representadas? Quais?
– O que elas estão fazendo? É possível identificar a época? E o contexto?
Comente que a Tapeçaria de Bayeux, produzida entre 1070 e 1080, narra a conquista normanda da Inglaterra, no ano de 1066, em cinquenta oito cenas, bordadas em sessenta e nove metros de comprimento e cinquenta centímetros de largura de lã.
Fragmento A. Rei Eduardo. O chefe inglês e seus milites para Bosham (tradução do texto em latim). Disponível em: http://www.ricardocosta.com/textos/bayeux1.htm.
Fragmento B. A Igreja. Haroldo e a sua tripulação navegam para a costa do território do conde Guy (tradução do texto em latim). Disponível em: http://www.ricardocosta.com/textos/bayeux1.htm.
Fragmento C. Haroldo é preso… (tradução do texto em latim). Disponível em: http://www.ricardocosta.com/textos/bayeux1.htm.
Fragmento D. …pelo chefe Guy, que o leva para Beaurain, onde o deixa preso (tradução do texto em latim). Disponível em: http://www.ricardocosta.com/textos/bayeux1.htm.
Fragmento E. Haroldo e Guy conversam. Um mensageiro do duque William (Guilherme) se aproxima de Guy. Turold é o mensageiro de William (tradução do texto em latim). Disponível em: http://www.ricardocosta.com/textos/bayeux1.htm.
Fragmento F. O mensageiro se aproxima do duque William (tradução do texto em latim). Disponível em: http://www.ricardocosta.com/textos/bayeux1.htm.
Fragmento G. O mensageiro leva Haroldo até o duque William da Normandia (tradução do texto em latim). Disponível em: http://www.ricardocosta.com/textos/bayeux1.htm.
Fragmento H. O chefe William chega a seu palácio com Haroldo. Conversa com o clérigo Algiva (tradução do texto em latim). Disponível em: http://www.ricardocosta.com/textos/bayeux1.htm.
Fragmento I. Monte St. Michel e atravessam o rio Cuesnon… (tradução do texto em latim). Disponível em: http://www.ricardocosta.com/textos/bayeux1.htm.
Fragmento J. …e o chefe Haroldo é puxado para fora da areia. Eles se aproximam de Dol. Conan foge. Rennes (tradução do texto em latim). Disponível em: http://www.ricardocosta.com/textos/bayeux1.htm.
Solicite às duplas que leiam as narrativas à turma. A seguir, projete ou reproduza no quadro a animação da Tapeçaria de Bayeux, disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=LtGoBZ4D4_E&feature=player_embedded. Acesso em: 21 dez. 2011.
Com base no artigo de Ricardo da Costa, “Breve história da Tapeçaria de Bayeux (c.1070-1080)”, explore a história da conquista normanda da Inglaterra.
2ª Etapa: Problematização
Disponibilize cópias, ou projete no quadro, o fragmento K da Tapeçaria de Bayeux reproduzido a seguir.
Fragmento K. Disponível em: http://www.ricardocosta.com/pub/brevehist.htm
Quem são as pessoas representadas? Como essas pessoas encontram-se representadas? Há diferenças entre as pessoas representadas? Quais? O que elas estão fazendo? Lance as questões aos alunos e estimule-os a interpretar os acontecimentos representados no fragmento, em que Haroldo (à direita) faz-se vassalo de Guilherme (à esquerda). A Tapeçaria de Bayeux representa com detalhes a cerimônia descrita em O Livro da Ordem de Cavalaria, de Ramón Llull, no século XIII.
Disponibilize cópias do texto escrito por Fulberto de Chartres no século XII, ou projete-o no quadro, de modo a explorar as relações de poder na Idade Média.
“Aquele que jura fidelidade ao seu senhor deve ter sempre em mente seis princípios: liberdade, faculdade honra, interesse, liberdade, faculdade. Salvação quer dizer que nada deve ser feito em prejuízo do senhor, quanto a seu corpo; segurança, nada contra sua residência ou fortaleza; honra, nada em detrimento de sua justiça ou daquilo de que possa depender seu bom nome; interesse, nada que prejudique sua propriedade; liberdade e faculdade, nada que o possa impedir de praticar o bem. […] Além disso, nas seis ordens e deveres, o vassalo deve prestar auxílio e conselho fielmente a seu suserano, se quer ser digno do feudo e estar em regra com a fé que jurou. O suserano também deve ao vassalo a contrapartida em todas as coisas. Se não procede assim, será justamente incriminado de má-fé, da mesma maneira que o vassalo, caso se prove, quer de fato, quer de consentimento, que é culpado de falta de fidelidade, perfídia ou perjúrio.” (Adaptado de PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. História da Idade Média: textos e testemunhos. São Paulo: Unesp, 2000. p.94-95.)
Quais eram os princípios do vassalo em relação ao senhor? E os princípios do senhor em relação ao vassalo? Lance as questões aos alunos e explore as relações de poder na Idade Média.
3ª Etapa: Interdisciplinaridade
Convide os alunos a analisar a Tapeçaria de Bayeux, com base nas considerações de E. H. Gombrich.
“A famosa tapeçaria de Bayeux […] ilustra a história da Conquista normanda. Ignoramos exatamente quando essa tapeçaria foi fabricada, mas a maioria dos estudiosos concorda que isso aconteceu no tempo da memória viva das cenas ilustradas – talvez por volta de 1080. A tapeçaria é uma crônica pictórica do gênero que conhecemos da antiga arte oriental e romana (a coluna de Trajano, por exemplo) – a descrição de uma campanha e de uma vitória. Relata a sua história com maravilhosa vivacidade. No fragmento K, vemos, conforme reza a inscrição, quando Haroldo presta juramento a Guilherme e, no fragmento L, quando regressa à Inglaterra. Nada poderia ser mais claro do que o modo como a história foi contada: vemos Guilherme em seu trono observando Haroldo no momento em que este coloca a mão sobre as relíquias sagradas para jurar vassalagem; foi justamente esse juramento que serviu a Guilherme de pretexto para as suas pretensões ao trono inglês. Gosto particularmente do homem no balcão, no fragmento L, com uma das mãos sobre os olhos para espiar o barco de Haroldo, em sua chegada do alto-mar. É verdade que seus braços e dedos têm um aspecto algo insólito, e que todas as figuras da história são estranhos homúnculos que não foram desenhados com a segurança dos cronistas assírios ou romanos. Quando o artista medieval desse período não tinha modelo para copiar, desenhava um pouco como uma criança. É fácil sorrir dele, mas não tão fácil fazer o que ele fez. Conta-nos a epopéia com tanta economia de meios, e tamanha concentração no que lhe parecia ser importante, que o resultado final permanece mais memorável do que as imagens realistas dos nossos jornais e da televisão.” (GOMBRICH, E. H. A História da Arte. Rio de Janeiro: LCT, 1992. p.168-67.)
Fragmento L. Disponível em: http://www.ricardocosta.com/pub/brevehist.htm.
4ª Etapa: Sondagem e sensibilização
5ª Etapa: Problematização
6ª Etapa: Interdisciplinaridade
Materiais Relacionados
Leia os comentários do Prof. Dr. Ricardo da Costa a respeito dos significados dos fragmentos sugeridos da Tapeçaria de Bayeux aqui. Acesso em: 31 dez. 2011.
E o O artigo “Breve história da Tapeçaria de Bayeux (c.1070-1080)”, do Prof. Dr. Ricardo da Costa, encontra-se disponível aqui. Acesso em: 31 dez. 2011.
Ricardo da Costa é Professor Associado de História e Filosofia Medieval da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Assista à animação da Tapeçaria de Bayeux! Imperdível! Acesse aqui. Acesso em: 31 dez. 2011.
Consulte O Livro da Ordem de Cavalaria, de Ramón Llull, em: http://www.ricardocosta.com/. Acesso em: 31 dez. 2011.
Leia também:
PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. História da Idade Média: textos e testemunhos. São Paulo: Unesp, 2000.
GOMBRICH, E. H. A História da Arte. Rio de Janeiro: LCT, 1992.