Objetivos

Reconhecer o contexto do encerramento da Segunda Guerra Mundial

Identificar a tecnologia criada e os efeitos de seu uso na década de 1940 a 1950
Desenvolver o senso crítico a partir dos efeitos dos atos finais da Segunda Guerra Mundial
Desenvolver a habilidade argumentativa
 

1ª Etapa: Início de conversa

O lançamento das bombas nucleares de Hiroshima e Nagasaki encerra o período da Segunda Guerra Mundial, mesmo após a rendição dos demais países do Eixo e, como antecipação do futuro, iniciam o período de medo denominado Guerra Fria.

 

Pensar sobre a tecnologia criada no interior da Segunda Guerra Mundial é pensar, também, nos poderes da ciência e nos deveres dos cientistas para com seus inventos. Afinal, é dever ético dos cientistas se negar a criar aparatos bélicos? De outro lado, como colocar em palavras, imagens ou sons os terrores da bomba nuclear?

 

O conjunto de atividades deste plano de aula pretende exercitar esta capacidade crítica acerca dos poderes e deveres da ciência, frente ao desfecho da Segunda Guerra Mundial.

 

2ª Etapa: Contexto da Bomba Atômica – participação japonesa

Apresente aos alunos a organização deste estudo que se fará por meio de duas vertentes que se encerrarão com o lançamento da bomba atômica em cidades japonesas. De um lado será necessário configurar a participação japonesa e, de outro, a criação da bomba. Fontes para a apresentação estão no Para Saber Mais. 

 

Durante os estudos da Segunda Guerra Mundial, trabalhe a participação do Japão ao lado dos países do Eixo. Para tanto, inicie mostrando o interesse do Japão na China e o avanço da ocupação japonesa durante o período inicial da Segunda Guerra. Uma possível abordagem é mostrar como a expansão imperialista do Japão, durante os anos antecedentes à Segunda Guerra já eram evidentes. Trabalhe a Segunda Guerra Sino-Japonesa e seu avanço, mostrando que o ímpeto imperialista japonês acabou por esbarrar em áreas de interesse da Rússia na Mongólia e, ao sul, em regiões dominadas pelos estados europeus, como a Indochina. Não bastasse, já partícipe da Guerra, o Japão promove o ataque de Pearl Harbor, base naval em território Norte-Americano na região do pacífico.

 

3ª Etapa: Contexto da Bomba Atômica – o desenvolvimento da bomba

A partir deste contexto, interessa passar a outro contexto, relativo ao desenvolvimento da Bomba Atômica. Para tanto, indica-se comentar o temor dos EUA de que os Alemães conseguissem produzir uma arma nuclear a partir da fissão nuclear. Com base neste temor e com o apoio da comunidade científica que fugira das regiões ocupadas pelo Eixo, narre o início do projeto Manhattan para a criação da bomba.

 

Nestas passagens pode-se optar por duas vias didáticas. A primeira seria condensar a cronologia dos fatos que o professor achar mais interessantes, a partir do documentário do The History Channel, (link 3) utilizando a reportagem do Fantástico (link 4) como ilustração do resumo oferecido em aula.

 

A segunda é programar com os alunos e passar para todos os dois documentários, solicitando, ao final, a produção, em grupos pequenos, dos principais fatos que foram determinantes para a construção da bomba. Para tanto, é necessário o planejamento de pausas a cada 10 minutos do documentário, para a tomada de notas de toda a sala.

 

De toda forma, finalize esta primeira etapa com a reportagem do Fantástico (link 4).

 

4ª Etapa: A conveniência da Bomba Atômica

Inicie questionando os alunos se eles acham que a bomba atômica foi a forma correta de acabar com a Segunda Guerra. 

 

Convide os alunos a conhecer um testemunho histórico. Explique a posição de Winston Churchill na Segunda Guerra como o primeiro-ministro britânico e advirta os alunos acerca de um posicionamento, no mínimo pessoal ao narrar os fatos de que participou. Mostre como a história precisa, por vezes, da composição de vozes para buscar algo próximo de uma ‘verdade histórica’. Na sequencia da leitura do texto e em composição com a reportagem do fantástico, lance a pergunta? A bomba foi uma solução sábia?

 

Testemunha da história?

 

Trechos extraídos de CHURCHILL, Winston. Memórias da segunda guerra mundial, V. 2. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012

 

“Acabou decidido que enviaríamos um ultimato, exigindo a rendição imediata e incondicional das forças armadas do Japão. Esse documento foi divulgado em 26 de julho. Seus termos foram rejeitados pelos governantes militares do Japão e, por conseguinte, a Força Aérea dos Estados Unidos fez seus planos para lançar uma bomba atômica em Hiroshima e outra em Nagasaki. Concordamos em dar todas as oportunidades para os habitantes. O procedimento foi elaborado em detalhe. Para minimizar a perda de vidas humanas, 11 cidades japonesas foram avisadas, através de panfletos lançados em 27 de julho, de que seriam submetidos a intenso bombardeio aéreo. No dia seguinte 6 delas foram atacadas. Outras 12 foram avisadas em 31 de julho e 4 foram bombardeadas em 1º de agosto. A essa altura, as superfortalezas voadoras informaram haver lançado 1,5 milhão de folhetos todos os dias e 3 milhões de cópias do ultimato. A primeira bomba atômica só foi lançada em 6 de agosto.” (p. 714)  

 

“Seria um erro supor que o destino do Japão foi decido pela bomba atômica. Sua derrota era certa antes da queda da primeira bomba e fora acarretada pelo poderio marítimo esmagador. Somente este é que havia possibilitado a captura das bases oceânicas de onde lançar o ataque final e forçar o exército japonês metropolitano a capitular, sem desferir um só golpe. Sua esquadra fora destruída. O país havia entrado na guerra com uma tonelagem naval superior a 5,5 milhões de toneladas, depois muito aumentadas pelas capturas e pelas novas construções, mas seu sistema de comboios e escoltas era insuficiente e mal organizado. Mais de 8,5 milhões de toneladas de navios japoneses foram afundadas, cinco milhões das quais por submarinos” (p. 716)

 

5ª Etapa: Julgamentos sobre a Bomba Atômica

A partir da pergunta da última etapa, oriente a sala a responder e buscar ao menos um argumento para cada pergunta que se segue, posicionando-se. Cada aluno deverá anotar as suas razões em seu caderno e trazer para um segundo momento (que pode ser uma outra aula). As perguntas são:

 

a) O lançamento da Bomba Atômica foi justificável?

 

b) O desenvolvimento da Bomba Atômica foi justificável?

 

c) Cientistas devem ser proibidos de participar do desenvolvimento de armamentos?

 

d) Os resultados do desenvolvimento da energia nuclear trouxeram mais benefícios ou mais malefícios ao mundo?

 

e) A morte de civis é uma forma justificável para acabar com um conflito mundial?

 

No segundo encontro o professor deverá realizar a seguinte dinâmica. Lance a primeira questão e peça para dois alunos se colocarem para falar afirmativamente e outro dois para se colocarem negativamente com relação à pergunta. Eles terão,  cada um, 1 minuto para dar sua razão e justificativa. Você pode fazer este ‘debate’ de forma alternada. Um aluno dá sua justificativa a favor, o segundo contra, o terceiro a favor e o quarto contra. Ao final desta rodada, abra para o restante da sala para que eles tragam outros argumentos (diversos dos apresentados) para compor o quadro de pró X contra. Terminada esta rodada, faça uma avaliação censitária (uma votação), unicamente para saber qual a posição da sala sobre a questão. Refaça a dinâmica com cada pergunta.

 

6ª Etapa: A arte representativa da Bomba – Interdisciplinaridade com Língua Inglesa

Esta é uma atividade que deverá ser conduzida em conjunto com o professor de Língua Inglesa. Você deverá preparar uma introdução explicando aos alunos que os efeitos da bomba atômica no Japão levaram artistas a criar, se manifestar e partilhar narrativas que mantivessem viva a memória do horror da guerra. Neste sentido, pode ser feita a introdução à arte como forma de protesto e como forma de memória, dando às lembranças um significado estético. Separe, então, a sala em duplas e peça  que preparem duas ‘exposições virtuais’. Eles deverão selecionar e apresentar para a sala duas imagens, a partir de duas iniciativas japonesas:

 

O memorial da paz, em Hiroshima, criada para instalar um Museu da Bomba Atômica e compor obras de arte relacionadas ao tema e;

 

O livro intitulado Written Monument (monumento escrito), composto de narrativas e desenhos de testemunhas da bomba.

 

Os alunos deverão pesquisar livremente e escolher duas imagens, uma de cada iniciativa, explicando-as para o grupo e justificando a seleção.

 

7ª Etapa: Uma composição brasileira

Como etapa de finalização e avaliação, mostre para os alunos o poema “A rosa de Hiroshima” de Vinícius de Moraes. Você pode também mostrar a versão do grupo Secos e Molhados.  Solicite aos alunos para redigirem uma redação com o seguinte tema: a arte deve celebrar o fim da Segunda Guerra? Os alunos deverão compor seus conhecimentos acerca dos conteúdos por meio do contexto histórico e também utilizando os exemplos dos efeitos da bomba atômica.

Materiais Relacionados

1. Acerca do início da Segunda Guerra Mundial e a participação japonesa no conflito, visite antecipadamente o site e também o link.

 
2. Leia o interessante artigo da questão da análise estratégica do uso da bomba atômica, escrita por Braz Araujo.
 
3. Veja o documentário completo do The History Channel sobre a produção da Bomba Atômica.
 
4. Veja antecipadamente a matéria do Fantástico sobre a produção da Bomba Atômica.
 
5. Conheça o site do memorial da paz de Hiroshima (em Inglês)
 
6. Conheça o site do Written Monument (Hiroshima speaks out) (em Inglês)
 
7. Leia o poema e ouça a música “A Rosa de Hiroshima”. Você pode utilizar o áudio do grupo Secos e Molhados.
 

Arquivos anexados

  1. Segunda Guerra Mundial

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