Conteúdos
Rezar, Combater, Trabalhar: A Organização Social na Idade Média.
Objetivos
• Conhecer a organização social na Idade Média.
• Caracterizar a estrutura social da Idade Média.
1ª Etapa: Organizando o conhecimento: Quanto tempo durou? Quando começa? Quando termina a Idade Média?
Construa ou projete no quadro uma linha do tempo que traduza o sistema quadripartite de organização da história, cuja sistematização consiste na divisão: Antiga, Média, Moderna e Contemporânea, de modo a situar a Idade Média entre a Antiga e a Moderna.
Explique aos alunos que a Idade Média começa com o fim da Idade Antiga, quando o último imperador romano foi expulso de Roma e substituído por um rei bárbaro, em 476, e termina no final do século XV. A Idade Média, portanto, durou muito tempo: pelo menos mil anos! Comente que mil anos é um longo período em que muita coisa pode mudar, e, de fato, muita coisa mudou.
Sugira aos alunos que consultem um dicionário à busca do verbete bárbaro. Na versão online do “Dicionário Houaiss da língua portuguesa”, é possível encontrar as seguintes definições: “que ou quem é cruel, desumano, feroz”; “que ou quem é incivil, rude, grosseiro”. Problematize, oralmente, com os alunos: “bárbaro” associa-se “ao período dourado que certos românticos quiseram imaginar” ou à “época obscurantista e triste que os humanistas e os iluministas queriam propagar”? Comente que tratar alguém ou alguma coisa de “bárbaro” tampouco é propriamente um elogio.
Comente também que a expressão “Idade Média” surgiu no decorrer, perto do fim, da própria Idade Média, entre os humanistas, citados no texto por Jacques Le Goff. A expressão “Idade Média” sugeria que os séculos transcorridos entre os humanistas do século XVI e a Idade Antiga representavam um intermédio, uma transição, e também um tempo de declínio, um período obscuro, em relação à Antiguidade, cuja civilização os humanistas acreditavam ser mais refinada. A Idade Média “nasceu”, portanto, como um parêntese entre a Idade Antiga e a Idade Moderna, como sugere o fragmento de texto de Hilário Franco Júnior.
2ª Etapa: Construindo o conhecimento.
Verifique a compreensão dos alunos a respeito do conceito de Idade Média, com base na análise dos textos. A seguir, proponha aos alunos a construção de uma linha do tempo da Idade Média.
Se julgar interessante, divida-os em grupos de coleta de informação. Com base nas informações coletadas pelos alunos, assinale que características corroboram a existência de uma interpretação favorável e de outra desfavorável da Idade Média, uma Idade Média “boa” e uma Idade Média “má”. Ainda segundo Jacques Le Goff, “Existe, é verdade, uma Idade Média “má”: os senhores oprimiam os camponeses, a Igreja era intolerante e submetia os espíritos independentes (que eram chamados de hereges) à Inquisição, que praticava a tortura e matava os revoltosos nas fogueiras… Havia muita fome e muitos pobres (…). No entanto, existe também a “bela” Idade Média, presente, principalmente, na admiração das crianças: diante dos cavaleiros, dos castelos fortificados, das catedrais, da arte românica e da arte gótica, das cores (dos vitrais, por exemplo) e da festa. Também esquecemos quase sempre que, na Idade Média, embora as mulheres ainda tivessem um lugar inferior aos dos homens, adquiriram ou conquistaram um posição mais justa, mais igual, de mais prestígio na sociedade – posição que nunca tinham tido antes, nem mesmo em Atenas, na Antiguidade.” (LE GOFF, Jacques. A Idade Média explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2007. p.18-19.)
3ª Etapa: Os documentos “falam”.
O trabalho pedagógico com documentos exige cuidado. Como nos adverte André Ségal: “Guiado adequadamente, o aluno, mesmo os de doze anos, descobrirá que o documento “fala” quando lhe colocam questões e, mesmo, que ele pode ter uma linguagem diferente segundo as pessoas que o interrogam.” (SÉGAL, André. Por uma didática da duração.)
“O Nome da Rosa”, romance de Umberto Eco no estilo de Arthur Conan Doyle, aproximará, certamente, os alunos do “método indiciário” atribuído a Sherlock Holmes e a William de Baskerville, cuja força está na observação de indícios imperceptíveis para a maioria. O que caracteriza este “saber indiciário”, segundo Carlo Ginzburg, “é a capacidade de, a partir de dados aparentemente negligenciáveis, remontar a uma realidade complexa não experimentável diretamente”. (GINZBURG, Carlo. Sinais: raízes de um paradigma indiciário. In Mitos, emblemas, sinais. São Paulo: Cia. das Letras, 2003. p.143-179.)
Disponibilize cópias dos fragmentos de “O Nome da Rosa” propostos a seguir aos alunos e convide-os a refletir a respeito do “método” de William de Baskerville.
Comente que o enredo de “O Nome da Rosa” desenvolve-se no século XIV e trata-se de uma crônica da vida religiosa na Baixa Idade Média. Acrescente que William de Baskerville é um monge franciscano que chega a um monastério da Itália medieval, com a finalidade de investigar estranhos assassinatos. E Adso, o noviço que o acompanha.
“Após mais um trecho de estrada, ouvimos rumores, e numa curva apareceu um agitado punhado de monges (…). Um deles, como nos visse, veio ao nosso encontro (…): “Bem-vindo, senhor”, disse, “e não vos admireis se adivinho quem sois, porque fomos advertidos de vossa visita. Eu sou Remigio de Varagine, o despenseiro do mosteiro. E se vós sois, como creio eu, frei Guilherme de Baskerville, o Abade precisaria ser avisado.” “Tu”, ordenou voltando-se para alguém do séquito, “sobe para avisar que nosso visitante está para adentrar os muros!”
“Agradeço-vos, senhor despenseiro”, respondeu cordialmente meu mestre, “e tanto mais aprecio a vossa cortesia quanto para saudar-me interrompeste a perseguição. Mas não receeis, o cavalo passou por aqui e dirigiu-se para o atalho da direita. Não poderá ter ido muito longe, porque chegado ao depósito de estrume precisará deter-se. É inteligente demais para lançar-se escarpa abaixo…”
“Quando o vistes?”, perguntou o despenseiro.
“Na realidade não o vimos, não é, Adso?”, disse Guilherme voltando-se para mim com ar divertido. (…)
O despenseiro teve um momento de hesitação, depois acenou aos seus e tomou o atalho à direita, enquanto nossos mulos recomeçavam a subir. Quando estava para interrogar Guilherme, porque tinha sido mordido pela curiosidade, ele fez-me sinal para esperar: e de fato alguns instantes depois ouvimos gritos de júbilo, e na curva do caminho reapareceram monges (…) conduzindo o cavalo pelo cabresto. Passaram por nós continuando a nós olhar um tanto aturdidos e nos precederam em direção à abadia. (…)
“E agora dizei-me”, não pude me controlar por fim, “como conseguiste saber tudo isso?”
“Meu bom Adso”, disse meu mestre. “Durante toda a viagem tenho te ensinado a reconhecer os traços com que nos fala o mundo como um grande livro. (…) No trevo, sobre a neve ainda fresca, estavam desenhadas com muita clareza as marcas dos cascos de um cavalo, que apontavam para o atalho à nossa esquerda. A uma distância perfeita e igual um do outro, os sinais indicavam que o casco era pequeno e redondo, e o galope bastante regular – disso deduzi a natureza do cavalo, e o fato de que ele não corria desordenadamente como faz um animal desembestado. Lá onde os pinheiros formavam como que um teto natural, alguns ramos tinham sido recém-partidos bem na altura de cinco pés. Uma das touceiras de amoras, onde o animal deve ter virado para tomar o caminho à sua direita, enquanto sacudia altivamente a bela cauda, trazia presas ainda entre os espinhos longas crinas negras… Não vais me dizer afinal que não sabes que aquela senda conduz ao depósito do estrume, porque subindo pela curva inferior vimos a baba dos detritos escorrer pelas escarpas aos pés do torreão meridional, enfeando a neve; e do modo como o trevo estava disposto, o caminho não podia senão levar àquela direção.”
Ao término da leitura, redirecione a questão de Adso a William de Baskerville aos alunos: “E agora dizei-me como conseguiste saber tudo isso?”
Comente que o método atribuído a William de Baskerville, cuja força está na observação de indícios imperceptíveis para a maioria, encontra adeptos também entre os historiadores. Partindo de documentos inicialmente “opacos” – algo semelhante aos rastros analisados por William de Baskerville – o historiador procura ter acesso a significados que lhe revelem como pessoas de outro tempo e sociedade pensavam aspectos de seu próprio mundo. O historiador, portanto, através de um esforço minucioso de decodificação e contextualização de documentos, pode chegar a remontar “uma realidade complexa não experimentável diretamente”.
Aproveite o ensejo e convide os alunos a utilizar os procedimentos de William de Baskerville na análise dos documentos sugeridos a seguir.
4ª Etapa: Documentos que “falam” da organização social na Idade Média: Leitura e análise de documentos.
Disponibilize cópias dos fragmentos de texto a seguir aos alunos e convide-os a conhecer a organização social na Idade Média, por intermédio de dois documentos escritos. Se julgar interessante, divida os alunos em grupos, de modo que cada grupo leia e explique aos demais o documento indicado. Ao Grupo 1, indique a leitura do texto escrito por Eadmer de Cantenbury, no século XI (Texto 1), e ao Grupo 2, a leitura do texto escrito por Estêvão de Fougères, no século XII (Texto 2). A seguir, transcreva ou projete no quadro as questões direcionadas, sugeridas no roteiro de trabalho, de modo a orientar a leitura dos alunos.
TEXTO 1
“A razão dos carneiros é fornecer leite e lã; a dos bois é lavrar a terra; e a dos cães é defender os carneiros dos ataques dos lobos. Se cada uma dessas espécies de animais cumprir a sua missão, Deus protegê-la-á. Deste modo, fez ordens, que instituiu em vista das diversas missões a realizar neste mundo. Instituiu uns – os clérigos e os monges – para que rezassem pelos outros, e, cheios de doçura, como as ovelhas, sobre eles derramassem o leite da pregação e com a lã dos bons exemplos lhes inspirassem um ardente amor de Deus. Instituiu os camponeses para que eles – como fazem os bois com seu trabalho – assegurassem a sua própria subsistência e a dos outros. A outros, por fim, os guerreiros, instituiu-os para que mostrassem a força na medida do necessário e para que defendessem dos inimigos, semelhantes a lobos, os que oram e os que cultivam a terra.”
(Apud LE GOFF, Jacques. A civilização ocidental medieval. Lisboa: Estampa, 1995. p.10.)
TEXTO 2
“Os clérigos devem por todos orar
Os cavaleiros sem demora
Devem defender e honrar
E os camponeses sofrer
Cavaleiros e clero sem falha
Vivem de quem trabalha.
Os campônios têm grande canseira e dor.
Pagam primícias, corvéias, orações ou talha
E cem coisas costumeiras.
E quanto mais pobre viver
Mais mérito terá.
Das faltas que cometeu.
Se paga a todos o que deve.
Se cumpre com lealdade a sua fé.
Se suporta paciente o que lhe cabe:
Angústia e sofrimento.”
(Apud DUBY, Georges. As três ordens ou o imaginário do feudalismo. Lisboa: Estampa, 1982. p.309-311.)
Roteiro de Trabalho:
1. Do que trata o Texto 1? Qual o assunto do Texto 2?
2. De acordo com o Texto 1, como se constituía a sociedade no século XII? E de acordo com o Texto 2?
3. É possível conhecer os papéis dos grupos sociais indicados no Texto 1? E no Texto 2? Selecione elementos do texto que indiquem as atribuições e as responsabilidades de cada grupo.
4. E quanto à natureza das justificativas desta organização social? É possível reconhecê-la no Texto 1? E no Texto 2? Selecione elementos do texto que sugiram a natureza destas justificativas.
5. De que tipo de documento trata-se o Texto 1? E o Texto 2? Quem o produziu? Quando?
5ª Etapa: Rezar, combater, trabalhar: A organização social na Idade Média.
Explore com os alunos as questões direcionadas, sugeridas no roteiro de trabalho, caracterizando os documentos em questão. Comente que o Texto 1 trata-se de um documento escrito por Eadmer de Cantenbury, clérigo do século XI. E o Texto 2, igualmente de um documento escrito, escrito por Estêvão de Fougères, clérigo do século XII. Aproveite a caracterização dos documentos e indague os alunos a respeito das atribuições e das responsabilidades do clero na Idade Média. O que comenta o Texto 1 a respeito? E o Texto 2?
De acordo com o Texto 1, “Se cada uma dessas espécies de animais cumprir a sua missão, Deus protegê-la-á. Deste modo, fez ordens, que instituiu em vista das diversas missões a realizar neste mundo. Instituiu uns – os clérigos e os monges – para que rezassem pelos outros, e, cheios de doçura, como as ovelhas, sobre eles derramassem o leite da pregação e com a lã dos bons exemplos lhes inspirassem um ardente amor de Deus.”. Ou conforme o Texto 2, “os clérigos devem por todos orar”.
Explore os sentidos complementares da expressão “ordem”, referida por Estêvão de Fougères, cujo significado refere-se tanto à organização social na Idade Média como à organização do universo: “fez ordens, que instituiu em vista das diversas missões a realizar neste mundo”. A seguir, explore a questão de número quatro do roteiro de trabalho: E quanto à natureza das justificativas desta organização social? É possível reconhecê-la no Texto 1? E no Texto 2? Assinale que a relação de complementaridade entre as ordens conferia sentido à exploração do trabalho: “Instituiu os camponeses para que eles – como fazem os bois com seu trabalho – assegurassem a sua própria subsistência e a dos outros.” Ou conforme o Texto 2, “Os clérigos devem por todos orar/ Os cavaleiros sem demora/ Devem defender e honrar/ E os camponeses sofrer/ Cavaleiros e clero sem falha/ Vivem de quem trabalha.”
6ª Etapa: Avaliação.
Verifique a compreensão dos alunos a respeito da organização social na Idade Média, com base na análise desenvolvida em sala de aula. Como instrumento de avaliação formal, solicite o registro escrito e individual desta análise, com base nas questões direcionadas do roteiro de trabalho.
5ª Etapa: Ampliando o conhecimento.
Se julgar interessante, explore o conteúdo fílmico de “O Nome da Rosa”, com base no roteiro sugerido a seguir:
1. Quais as ordens religiosas que aparecem no filme? Sugira aos alunos a coleta de informações sobre as ordens religiosas que aparecem no filme. Em sala, estimule os alunos a comparar as informações coletadas com a caracterização dos personagens que as representam no filme.
2. Exiba e explore com os alunos a cena que se desenvolve no Scriptorium, onde os monges copistas reuniam-se para copiar textos e manuscritos.
3. Como é a relação dos camponeses com o mosteiro? Como o filme representa esta relação?
7ª Etapa: Sondagem e sensibilização.
A que imagens os alunos associam o conceito de Idade Média?
Transcreva ou projete no quadro o fragmento de texto a seguir e convide os alunos a refletir sobre o conceito de Idade Média, com o objetivo de averiguar a que imagens associam o conceito de Idade Média.
“Eu diria que a Idade Média não é o período dourado que certos românticos quiseram imaginar, mas também não é, apesar das fraquezas e aspectos dos quais não gostamos, uma época obscurantista e triste, imagem que os humanistas e os iluministas queriam propagar. É preciso considerá-la no seu conjunto.” (LE GOFF, Jacques. A Idade Média explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2007. p.18.)
Considerando que a Idade Média, como sugere Le Goff, “inspirou filmes aos cineastas, desde que o cinema existe, fascinando os espectadores, particularmente as crianças” (p.9), é provável que os alunos associem o conceito de Idade Média ao “período dourado que certos românticos quiseram imaginar”. Ou, ainda segundo Le Goff, à “bela Idade Média, presente, principalmente, na admiração das crianças: diante dos cavaleiros, dos castelos fortificados, das catedrais, da arte românica e da arte gótica, da cor (dos vitrais, por exemplo) e da festa”. (p.19)
Problematize, portanto, oralmente, com os alunos, com base na expressão “Não estamos mais na Idade Média!”. A expressão associa-se “ao período dourado que certos românticos quiseram imaginar” ou à “época obscurantista e triste que os humanistas e os iluministas queriam propagar”? Comente que tratar alguém ou alguma coisa de “medieval” não é propriamente um elogio…
Explique que os historiadores “dividiram” o passado em sucessivas épocas, cada qual com suas características, de modo a explicá-lo melhor. Em relação à Idade Médiahá uma interpretação favorável e outra desfavorável do período. Uma Idade Média “boa” e uma Idade Média “má”. Uma Idade Média “obscura” e uma Idade Média “dourada”.
8ª Etapa: Problematização: “Média” por quê?
Sugira aos alunos que consultem um dicionário à busca do verbete médio. É provável que encontrem definições, como “que se situa entre duas partes de um todo cronológico”, “que está entre dois” Problematize, portanto, indagando: Idade Média é a média entre o quê, afinal?
Convide os alunos a refletir a respeito, com base na leitura dos fragmentos de texto a seguir:
Disponibilize e distribua cópias dos textos aos alunos ou então transcreva ou projete-os no quadro. Se julgar interessante, solicite aos alunos que trabalhem em duplas. Transcreva ou projete no quadro as questões a seguir, de modo a orientar a leitura dos alunos e problematizar o debate.
• Por que Idade Média? É a média entre o quê?
• Quando surgiu o conceito? Conceito ou preconceito, como sugere o Texto 1? Selecionem elementos do texto que corroborem a hipótese da dupla.
•E “Idade das Trevas” é um epíteto lisonjeiro? Selecionem elementos do Texto 2 que corroborem a hipótese da dupla.
•O Texto 1 refere-se a eventos ou datas? Quais? E o Texto 2?
Texto 1
“Se utilizássemos numa conversa com homens medievais a expressão Idade Média, eles não teriam idéia do que isso poderia significar. Eles, como todos os homens de todos os tempos históricos, se viam vivendo na época contemporânea. De fato, falarmos em Idade Antiga ou Média representa uma rotulação a posteriori, uma satisfação da necessidade de se dar nome aos momentos passados. No caso do que chamamos de Idade Média, foi o século XVI que elaborou tal conceito. Ou melhor, tal preconceito, pois o termo expressava um desprezo indisfarçado pelos séculos localizados entre a Antiguidade Clássica e o próprio século XVI. Este se via como o Renascimento da civilização greco-latina, e, portanto, tudo que estivera entre esses picos de criatividade artístico-literária (de seu próprio ponto de vista, é claro) não passava de um hiato, de um intervalo. Logo, de um tempo intermediário, de uma idade média.” (FRANCO Junior, Hilário. A Idade Média: nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 1995. p.17.)
Texto 2
“O período que sobreveio à queda do Império Romano, é geralmente conhecido pelo nada lisonjeiro epíteto de Idade das Trevas. Deu-se-lhe essa designação para significar, em parte, que as pessoas que viveram durante esses séculos de migrações, guerras e sublevações estavam mergulhadas na escuridão e tinham escassos conhecimentos para guiá-las; mas também para assinalar que pouco sabemos a respeito desses séculos confusos e desconcertantes que se seguiram ao declínio do mundo antigo e precederam o surgimento dos países europeus na configuração geográfica em que mais ou menos os conhecemos hoje.” (GOMBRICH, E. H. A História da Arte. 16. ed. Rio de Janeiro: LCT, 1999. p.157.)
Materiais Relacionados
Leia os textos:
1. “A feudo-clericalização dos séculos XI-XII” (pg.119 a 129), que integra o capítulo “As estruturas sociais” do livro A Idade Média: nascimento do Ocidente, de Hilário Franco Júnior, disponível, na íntegra. (Acesso em: 13.12.11)
2. “O verdadeiro ponto de vista” (pg.291-314), que integra o capítulo “Ressurgências” do livro As três ordens ou o imaginário do feudalismo, de Georges Duby, disponível, na íntegra. (Acesso em: 13.12.11)
3. “Por uma didática da duração”, de André Ségal ( Pour une didactique de la duree, in MONIOT, Henri (org). Enseigneur L’histoire – des manuels a la mémoire. Berne, Peter Long Editions, 1984, pp. 93-111), traduzido por Circe Bittencourt. (Acesso em: 18.12.11)
4. “O Nome da Rosa”, de Umberto Eco. (Acesso em: 18.12.11).
5. Assista à adaptação da obra O Nome da Rosa, de Umberto Eco, para o cinema em “O Nome da Rosa”, de Jean-Jacques Annaud (Alemanha, 1986). (Acesso em: 18.12.11)