Conteúdos
Rachel Whiteread
Objetos cotidianos.
Memória dos objetos.
Molde.
Escultura.
Arte Contemporânea.
Objetivos
Conhecer a obra de Rachel Whiteread
Confeccionar molde de gesso
Elaborar um texto ficcional
Refletir sobre o papel da Arte Contemporânea
1ª Etapa: Início de conversa
As esculturas da artista contemporânea Rachel Whiteread, nascida em Londres, Inglaterra, “congelam” estados e vestígios de objetos do cotidiano, revelando sua história, sua forma, em determinado tempo e espaço. Por meio de moldes feitos com gesso e resina da parte vazia desses objetos, a artista torna visível marcas e resíduos da presença do corpo que antes não eram percebidas nos objetos. Tendo como referência seu trabalho, vamos explorar alguns procedimentos que possibilitam uma aproximação com a poética da artista.
Antes de iniciar este trabalho, consulte os links sugeridos na área “Para organizar o seu trabalho e saber mais”
2ª Etapa: Preparação
Selecione algumas imagens da obra de Rachel Whiteread (use como fonte o link 2) e proponha uma apreciação com os alunos, contextualizando a poética da artista: ela tem por foco os objetos do cotidiano, e utiliza uma técnica de moldagem para trazê-los ao público. Objetos do cotidiano e ambientes da casa são seus focos prediletos. Ela os traz ‘à vida’ por meio de escultura e instalações, muitos deles em tamanho real;
Em seguida faça com eles um levantamento dos objetos de uso cotidiano na casa, que não sejam itens descartáveis, de modo a formular uma lista. Os objetos listados devem ter uma função especifica e preferencialmente ter volume (altura, largura e profundidade) – como, por exemplo, uma caneca, um prato fundo, uma almofada, etc.
Após listar os objetos, você pode organizá-los por meio de um recorte temático, como por exemplo objetos presentes num mesmo ambiente da casa: cozinha, sala, quarto, etc. Outro critério relevante será a dimensão e o caráter portátil dos mesmos. Cada aluno deverá escolher um objeto pessoal para trazer na aula seguinte. Você também trará um objeto de seu cotidiano.
3ª Etapa: Texto ficcional
Inicie a atividade mostrando o seu objeto, apresente-o de modo a introduzir a proposta de trabalho. Chame a atenção para a história dele, como o utiliza, que lembranças ele traz para você. Fale sobre as marcas que o objeto tem, os cheiros e momentos que ele evoca: marcas como odores (de café, de perfume…), manchas, rachaduras, lascados, etc. Utilize o seu objeto como referência para falar sobre como os objetos carregam uma memória, presente nos vestígios, nas marcas, que contam uma historia.
Em seguida, proponha que cada aluno dedique alguns minutos para fazer a apreciação do objeto que trouxe para si, evocando sua memória e fazendo anotações. Então peça para cada um imaginar o objeto com vida própria, como se fosse um sujeito em relação, com uma história, e proponha a escrita de um texto ficcional sobre isso. Você pode formular a seguinte questão:
– Como deixo marcas no objeto e como o objeto deixa marcas em mim?
Para finalizar a atividade, proponha compartilhar os textos. Dependendo do número de alunos você pode propor pequenos agrupamentos de até 5 pessoas. Pode-se reunir alunos que escreveram sobre um mesmo objeto, por exemplo. Nesse caso, pode ser interessante pontuar possíveis semelhanças e diferenças, de memórias e relações, e refletir sobre como cada texto deu visibilidade para elas.
4ª Etapa: Molde do gesso
Solicite que cada aluno prepare uma placa de argila de aproximadamente 3 cm de espessura que servirá de matriz para o molde de gesso. As demais dimensões da placa dependem da proporção dos objetos do cotidiano trazidos para a atividade.
Utilizando o objeto escolhido, convide os alunos a usar este objeto para marcar a placa de argila, explorando as impressões de suas várias faces. A argila é um material bastante plástico que demora a secar e endurecer, portanto, permite refazer a placa, caso seja necessário.
Uma vez finalizadas as impressões do objeto sobre a placa de argila, oriente os alunos na preparação do molde de gesso:
Apresente aos alunos o vídeo sugerido no link 3, que mostra como prepara um molde de gesso. Na sequência, oriente-os a fazer o mesmo:
– emoldurar cada placa com tiras largas de argila, papelão ou madeira, de modo a criar uma caixa cuidadosamente vedada nas laterais.
– passar vaselina sobre a placa e também em todo o interior da caixa;
– preparar o gesso e despejá-lo, ainda líquido;
– quando o gesso endurecer , separá-lo cuidadosamente da placa argila.
5ª Etapa: Finalização
Para finalizar, peça que os alunos reúnam os objetos, os textos, a placa de argila o gesso moldado e conversem sobre a experiência.Retome as imagens dos trabalhos de Rachel Whiteread e leia o trecho do catálogo de exposição abaixo (link 4). Proponha uma reflexão em grupo sobre o “estranho-familiar” em relação aos objetos do cotidiano.
“se chamássemos uma das esculturas de Rachel pelo seu nome comum ‘armário’, por exemplo, não obteríamos resposta. É como se o nosso tão mais que conhecido armário que está ali não nos reconhecesse, não fosse mais familiar, nem mesmo respondesse ao apelo do conceito universal armário. Está aí uma formulação escultórica da experiência do estranho familiar – o retorno inquietante de algo que foi próximo e conhecido. Um retorno sob a forma de escultura em gesso.”
Paulo Venâncio Filho
Em seguida, abra uma discussão sobre como organizar com o grupo uma mostra de seus moldes de gesso no espaço da escola.
Materiais Relacionados
A lista abaixo de sites contém a referências visuais e textos usados no plano de aula.
1. Texto sobre Rachel Whiteread: http://bit.ly/1SwAbzJ
2. Imagens de obras de Rachel Whiteread: http://bit.ly/1RA0fxx
4.
Catálogo da exposição Rachel Whiteread, realizada nos Museus de Arte Moderna do Rio de e de São Paulo, 2003 e 2004 está disponível em
http://migre.me/tmDFK
Arquivos anexados
- Rachel Whiteread, memória do cotidiano
