Conteúdos

Metáfora;

figuras de linguagem,

linguagem visual

Objetivos

Compreender o uso da língua por meio de figuras de linguagem;

Estimular a ação criativa e a atividade de escrita;
Reconhecer o papel da literatura e da arte na cultura;
Narrar a fantasia por meio da escrita e do uso de imagens
 

1ª Etapa: Escrita criativa

Para finalizar seu conjunto de atividades, proponha uma oficina de escrita criativa. Para tanto, cada aluno deverá trazer, para aula da oficina, ao menos três imagens interessantes, recortadas de jornais, revistas ou impressas da internet. No material de apoio fornecemos uma imagem que pode ser utilizada.

 

No dia da oficina, peça aos alunos para que troquem as imagens. Cada um deles deverá escrever um breve conto fantástico sobre a imagem trabalhada. Eles deverão incluir no relato ao menos uma metáfora. Para tanto, busque trabalhar com uma sala de aula aconchegante. Peça aos alunos total silêncio, permitindo, contudo, que os mesmos ouçam música em fones de ouvidos se desejarem. Se achar conveniente, ligue uma peça de música clássica, em som baixo. Tente trabalhar com leveza e fazer desta aula um momento de desenvolvimento tranquilo e de prazer.

 

Ao final, peça aos alunos para levarem o relato para casa e passarem a limpo, com revisão de textos e estrutura, para entrega na aula seguinte.

 

Como critérios de correção da atividade, propomos o uso da norma culta, a utilização de figuras de linguagem e a adequação à proposta da aula.

 

2ª Etapa: Apresentação do filme

Tratando-se de um curta-metragem, o filme poderá ser visto rapidamente, em sala de aula. Para tanto, é importante que a escola possua os materiais e meios necessários para tal fim. Diga para seus alunos que o filme é uma animação muito bonita e interessante, vencedora de prêmios internacionais, como o Oscar® de 2012.

 

Você pode apresentar o filme uma primeira vez e, na sequência, propor que eles deverão formular três perguntas sobre o filme, que pode ser apresentado uma segunda vez. Estas perguntas não devem ser perguntas que se respondem unicamente pela história contada, mas sim pelos detalhes. Dê um exemplo: quando a professora diz que um aluno brilhou em um teste, o que ela quis dizer?

 

São estes tipos de perguntas que perguntam ‘o que ele quis dizer’ que deverão ser feitas.

 

Ao final do filme, você pode explorar as questões levantadas pelos alunos que indiquem figuras metafóricas, ou seja, passagens do filme que indiquem a substituição de conceitos ou qualidades por imagens representativas.

 

Você pode completar a lista de perguntas com as seguintes, que sugerimos:

 

Qual a relação das cores da vida com os livros?

 

O que significa a imagem dos livros carregando pessoas que voam?

 

Por que a televisão aparece na primeira imagem da ‘terra devastada’?

 

O que é a ‘morte de um livro’?

 

Qual o sentido de os livros ‘rejuvenescerem’ o personagem principal no final do filme?

 

Qual a função do livro escrito pelo personagem principal? O que ele significou na trama?

 

Qual a moral geral da história?

 

Que tipo de emoções o livro pode trazer para uma pessoa?

 

O que significa, em língua portuguesa, o nome do personagem: Lessmore?

 

3ª Etapa: Conceitos em jogo - o que é uma metáfora?

Antes de iniciar a explicação sobre as metáforas, busque exemplos das próprias respostas às perguntas da fase anterior para ilustrar o conceito de metáfora. A aula deverá trabalhar com os seguintes tópicos:

 

a) Conceituação de metáfora como uma figura de linguagem;

 

b) Demonstração de exemplos de metáforas (você pode utilizar os existentes em livros didáticos ou nos links indicados neste plano de aula)

 

c) Resolução de exercícios de livros didáticos

 

d) Resolução de um exercício que pode ser mais complexo:

 

Exercício proposto:

 

Leia o trecho do poema “O livro e a América” de Castro Alves, identifique e comente o sentido de metáforas existentes:

 

Por isso na impaciência

Desta sede de saber,

Como as aves do deserto

As almas buscam beber..

Oh! Bendito o que semeia

Livros… livros à mão cheia…

E manda o povo pensar

O livro caindo n’alma

É germe – que faz a palma

É chuva – que faz o mar.

 

Antes da correção do exercício, retire dúvidas sobre o vocabulário (germe, palma, semeia podem ser palavras que guardam dúvida).

 

Ao corrigir, separe a metáfora da comparação na passagem “como as aves do deserto”. Trabalhe fortemente os trechos ‘É germe- que faz a palma’ e “É chuva – que faz o mar”.

 

Como finalização desta etapa, busque uma reflexão relacionando o filme visto com o trecho do poema de Castro Alves. Os alunos podem responder à seguinte questão, dissertativa:

 

Questão: Selecionando uma passagem do filme, comente a passagem “Oh! Bendito o que semeia / Livros… livros à mão cheia…” do poema de Castro Alves.

 

4ª Etapa: Como a arte importa à vida

Outra reflexão que julgamos muito conveniente é a da importância da arte e da literatura no mundo. Questione seus alunos acerca do porque gostam (ou não gostam) da arte e da literatura, buscando argumentos que sejam proveitosos para o grupo. Comente um pouco sobre a premiação de artistas, tal como a existência do Prêmio Nobel de Literatura. Traga então a ideia de escritores que comentam o papel de seu fazer – assim como o aluno pode comentar o papel do estudante, ou o professor o papel do ensino…

 

Para dar continuidade, forneça cópias da tradução do breve relato do ganhador do prêmio Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa. Projete o vídeo com o relato para que os alunos tenham também a experiência com a audição da língua espanhola.

 

Tradução do relato de Mario Vargas Llosa no vídeo de Fronteiras do pensamento

 

“Eu creio que a arte ordena o caos, que a arte é um refúgio para entender melhor o que nos rodeia, aquilo que não entendemos. A arte, a literatura tem sido um dos grandes instrumentos de conhecimento que completam o conhecimento da ciência e da técnica. Por outra parte, a literatura, a arte refinam a sensibilidade, estimula os desejos humanos – e por isso produzem insatisfação. E isso é uma maneira de manter viva a vida. Impedir que os seres humanos se tornem autômatos, se tornem robôs, que atuem simplesmente por reflexos condicionados. Essa é a razão por que as ditaduras sempre tiveram uma desconfiança e um temor – todas, sem exceção – face a esta criatividade que se manifesta livremente por meio da cultura, seja pela arte, seja pela literatura fundamentalmente. Por isso creio que seja tão importante preservar a literatura, a arte, não como entretenimento ou diversão, mas como uma maneira indispensável de criar cidadãos livres – é dizer, cidadãos críticos.Também é possível ilustrar um pouco este momento falando sobre o papel da fantasia, da invenção na literatura, para trabalhar os sentimentos e a realidade que nos cerca. A obra de Vargas Llosa é rica neste sentido. Trabalhe principalmente a questão da arte como desenvolvimento dos sentimentos e dos desejos. Questione seus alunos como se sentiram ao ver o filme e quais as alegrias, tristezas, angústias, alívios etc., que, em diferentes graus, foram sentidos quando o filme foi visto.

 

Também é possível fazer associações do filme visto com outros índices da cultural, tal como o personagem principal e Buster Keaton, o ‘ovo’ do livro guia do personagem principal e Humpty Dumpty de Lewis Carroll e até mesmo a aula de anatomia do Dr. Frankenstein, na cena do livro reanimado.

 

Materiais Relacionados

Veja antecipadamente o filme 
 
Veja também o relato do escritor Mario Vargas Llosa sobre a função da arte e da literatura no mundo
 
Consulte a tradução do relato do escritor Mario Vargas Llosa no material de apoio.
 
Leia antecipadamente o poema de Castro Alves separando o trecho selecionado no plano de aula
 
Para saber mais sobre o conceito de metáfora, indicamos a página de termos literários, com vocábulo escrito pela professora portuguesa Paula Mendes no link.
 
Para uma leitura técnica sobre metáforas e metonímias, leia o artigo de Ida Marta Rosa Pereira no link.
 
Para um resumo sobre a figura de linguagem metafórica, sugere-se a página da Wikipedia, que possui bons exemplos e relações no link.
 
SOBRE  O FILME


The Fantasctic Flying Books of Mr. Morris Lessmore
 
O curta de animação “The Fantasctic Flying Books of Mr. Morris Lessmore”, ganhador da premiação do Oscar® de animação de 2012, traz a breve e tocante história do aspirante a escritor que vê seu mundo ser destruído por um grande vendaval e reencontrará a cor da vida nas páginas dos livros, trabalha o tempo todo com referências ao cinema, à literatura e à linguagem.
 
Oferece uma riquíssima experiência visual que permite o estímulo à leitura e também o reconhecimento de figuras de linguagem constantes
 
Este plano de aula possui algumas atividades que podem ser feitas separadamente. Trabalharemos a metáfora como figura de linguagem, a importância da literatura e do livro e por fim oferecemos um exercício de escrita criativa para eventuais aulas de produção de texto.


FICHA TÉCNICA
 
Título Original: The Fantasctic Flying Books of Mr. Morris Lessmore  Gênero. Curta metragem de animação País e ano de produção: EUA, 2011.  Duração: 15 minutos (aprox.) Direção: William Joyce e Brandon Oldenburg
 

Arquivos anexados

  1. Os fantásticos livros voadores de Morris Lessmore

Tags relacionadas

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments

Receba NossasNovidades

Receba NossasNovidades

Assine gratuitamente a nossa newsletter e receba todas as novidades sobre os projetos e ações do Instituto Claro.