Conteúdos
Este plano de aula objetiva explicar o que foi o ônibus espacial, compreender para que eles serviram e o papel desempenhado por eles para o desbravamento do espaço, conhecendo um pouco do seu legado e os principais acidentes que marcaram a história de utilização desse meio de transporte espacial.
● Introdução;
● O que foi o ônibus espacial?;
● Legado dos ônibus espaciais; e
● Tragédias.
Objetivos
● Compreender o que foi o ônibus espacial;
● Compreender para que ele serviu; e
● Conhecer um pouco do legado dos ônibus espaciais.
Ensine também:
Estação Espacial Internacional: uma morada no espaço
Ondas gravitacionais e a teoria da relatividade
Palavras-chave:
Ônibus espacial. Legado dos ônibus espaciais. Acidente do Challenger. Acidente do Columbia.
Sugestão de aplicação para o ensino remoto:
As sugestões estão organizadas em tópicos com uma breve explicação de cada recurso.
● Jitsi Meet: é um sistema de código aberto e gratuito, com o objetivo de permitir a criação e implementação de soluções seguras para videoconferências via Internet, com áudio, discagem, gravação e transmissão simultânea. Possui capacidade para até 200 pessoas, não há necessidade de criar uma conta, você poderá acessar através do seu navegador ou fazer o download do aplicativo, disponível para Android e iOS.
Trabalhando com essa ferramenta, é possível:
– Compartilhar sua área de trabalho, apresentações e arquivos;
– Convidar usuários para uma videoconferência por meio de um URL simples e personalizado;
– Editar documentos simultaneamente usando Etherpad (editor de texto on-line de código aberto);
– Trocar mensagens através do bate-papo integrado;
– Visualizar automaticamente o orador ativo ou escolher manualmente o participante que deseja ver na tela;
– Reproduzir um vídeo do YouTube para todos os participantes.
● Gravação de videoaula usando o Power Point: o PPT, já tão utilizado por nós professores para preparamos nossas aulas, também permite a gravação de uma narração para os slides, que tanto nos auxiliam na explanação dos conteúdos. É possível habilitar a função de vídeo enquanto grava, assim, os alunos verão o professor em uma janelinha no canto direito da apresentação. Essa ferramenta é bem simples e eficaz. Veja um guia.
● Envio de Podcast aos alunos: podcast nada mais é do que um áudio gravado (como os enviados pelo Whatsapp). Podem ser utilizados para narrar uma história, para correção de atividades, revisar ou aprofundar os conteúdos. Para tanto, sugiro o app Anchor, que pode ser baixado no seu celular. Ele é muito fácil e simples de utilizar.
● Plataforma Google Classroom: permite a criação de uma sala de aula virtual. Essa ação irá gerar um código que será compartilhado com os alunos, para que acessem a sala. Nesse ambiente virtual, o/a professor/a poderá criar postagens de avisos, textos, slides do PPT, conteúdos, links de vídeos, roteiros de estudos, atividades, etc. É uma forma bem simples e eficaz de manter a comunicação com os alunos e postar as aulas gravadas, usando os recursos anteriormente mencionados. Confira outros recursos oferecidos pela Google, como a construção de formulários (Google Forms) para serem realizados pelos alunos.
Sugerimos aulas com até 30 minutos de duração. Além disso, nem toda aula precisa gerar uma atividade avaliativa, para não sobrecarregar os alunos. As aulas virtuais também podem ser úteis para correção de exercícios e plantões de dúvidas.
Previsão para aplicação:
4 aulas (30 min/aula).
1ª Etapa: Introdução
Desde a Antiguidade, os astros que vemos sobre nossas cabeças, sejam eles o Sol, a nossa Lua, os planetas ou as estrelas, despertam a nossa curiosidade.
Com o desenvolvimento das ciências e da tecnologia, começamos a ir além de apenas imaginar como seria ir até o espaço, ou caminhar sobre a superfície da Lua.
Já fomos capazes de ir à Lua (e caminhar sobre a sua superfície), já existem robôs que caminham sobre a superfície do planeta Marte (e colhem dados sobre a história e a geografia marcianas) e já existem sondas espaciais que vasculham os confins do nosso Sistema Solar. Além disso, existem perspectivas de, num futuro não muito distante, voltarmos à Lua, e até mesmo visitarmos o planeta vermelho pessoalmente, pela primeira vez.
Contudo, para realizarmos tais feitos, foi necessário que não só a Ciência evoluísse, mas também que a nossa tecnologia estivesse em compasso com as nossas ambições de desbravar o espaço.
Ir ao espaço é um passo muito importante, mas apenas isso não basta. Ir ao espaço de forma segura, econômica, e com propósitos relevantes para toda a nossa espécie é o que realmente importa.
Em 1981, quando o primeiro ônibus espacial decolou, esperava-se que ele fosse a resposta para essa busca. No entanto, alguns acontecimentos ao longo de sua história levaram à decisão de encerrar, em caráter definitivo, as atividades dos ônibus espaciais, tendo o seu último voo ocorrido no ano de 2011, quando o programa de ônibus espaciais da NASA foi integral e oficialmente encerrado.
Este plano de aula tem como objetivo fazer uma discussão a respeito dos ônibus espaciais e do papel desempenhado por eles para o desbravamento do espaço, bem como acerca dos erros e dos acertos que envolveram esse meio de transporte espacial.
2ª Etapa: O que foi o ônibus espacial?
“Voa como um foguete, pousa como um avião.”
O ônibus espacial foi um veículo parcialmente reutilizável desenvolvido pela NASA (National Aeronautics and Space Administration, que em português significa Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço), uma agência do governo federal dos EUA responsável pela pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e programas de exploração espacial.
Inicialmente, a construção de tais veículos visava baratear o acesso ao espaço, visto que, devido ao fato de ele ser parcialmente reutilizável, o orçamento necessário para um lançamento espacial seria consideravelmente reduzido.
O ônibus espacial era semelhante a um avião, sendo composto, em sua maior parte, pelo orbitador. Para ser lançado, o veículo precisava ser acompanhado por outras três peças: um tanque gigante de combustível (o único componente do ônibus espacial não reutilizável) e dois foguetes de combustível sólido.
Devido ao fato de o veículo possuir uma massa enorme, levantá-lo do solo e levá-lo até o espaço exigia muitíssimo combustível, razão pela qual era necessário um super tanque extra de combustível, além de mais dois foguetes. Ao longo da subida, esses três componentes eram desacoplados do orbitador.
O ônibus espacial era capaz de transportar mais de 24 toneladas de carga para o espaço. Além disso, após concluir a missão e retornar para o solo, o atrito com a atmosfera podia aquecer o veículo até 1.500 °C.
3ª Etapa: Legado dos ônibus espaciais
Devido ao fato de terem sido veículos capazes de transportar uma grande quantidade de carga para o espaço, diversos equipamentos e dispositivos que se revelaram extremamente importantes para o avanço da Ciência foram postos em órbita graças aos ônibus espaciais, tais como:
● O telescópio espacial Hubble: este telescópio possibilitou diversos avanços para a Astrofísica e para a Cosmologia;
● Os primeiros módulos da Estação Espacial Internacional (ISS); e
● Diversos satélites.
O primeiro ônibus espacial a decolar foi o Columbia, no dia 12 de abril de 1981, e a última viagem feita por um ônibus espacial aconteceu em 2011. Depois disso, as atividades com tais veículos foram encerradas.
Acerca dos 30 anos em que os ônibus espaciais estiveram em de atividade, podemos destacar alguns números:
● Entre os anos de 1981 e 2011, foram efetuadas 135 missões;
● Mais de 800 astronautas viajaram em ônibus espaciais; e
● Reunindo toda a frota de ônibus espaciais, eles realizaram 1.322 dias, 19 horas, 21 minutos e 23 segundos de missões espaciais.
No entanto, o legado de tais veículos é algo complexo, como veremos na etapa a seguir.
4ª Etapa: Tragédias
Nem tudo o que diz respeito aos ônibus espaciais remete ao total sucesso. Diversos incidentes, acidentes, e até mesmo algumas tragédias, fazem parte da história da construção e da utilização de tais veículos.
Embora o Columbia tenha sido o segundo ônibus espacial construído, baseado no Enterprise (que foi, basicamente, um modelo para testes), ele foi o primeiro a de fato fazer uma viagem espacial. Contudo, antes mesmo da decolagem, ainda na fase de construção, uma falha provocou a morte de 3 pessoas por asfixia.
No dia 28 de janeiro de 1986, durante a décima missão do Challenger, ocorreu aquela que talvez tenha sido a maior tragédia envolvendo ônibus espaciais. Apenas 73 segundos após o lançamento, o Challenger explodiu na frente de um público enorme, bem como das câmeras de diversos canais de TV, matando as sete pessoas que nele estavam e traumatizando a população estadunidense de uma forma espantosa.
A tragédia do Challenger foi ainda mais impactante devido ao fato de estar entre os mortos uma professora secundarista, que participava da missão devido ao Projeto Professor no Espaço. A intenção era que ela ministrasse aulas de ciências para as crianças estadunidenses enquanto estivesse em órbita da Terra. Por esse motivo, havia muitas crianças assistindo ao lançamento, as quais acabaram por presenciar a tragédia. Foi um golpe muito duro para toda a população dos EUA, assim como para o programa espacial do país.
Anos mais tarde, no dia 1º de fevereiro de 2003, ocorreu mais um trágico acidente, desta vez com o ônibus espacial Columbia. Após dezesseis dias de missão, durante os quais todas as tarefas científicas foram desempenhadas com sucesso, no momento da reentrada na atmosfera terrestre a espaçonave se desintegrou no ar. Quando isso aconteceu, faltavam apenas dezesseis minutos para o ônibus espacial tocar o solo, e os sete astronautas morreram.
Tais acidentes causaram um grande impacto no programa espacial dos EUA, mas também serviram para que medidas fossem tomadas, de forma que os ônibus espaciais fossem alvo de melhorias e aperfeiçoamentos, com o objetivo de torná-los mais seguros. Algum tempo depois, no final de 2011, o programa de ônibus espaciais da NASA foi encerrado.
O espaço, para além da atmosfera terrestre, revela-se muito hostil à vida como a conhecemos. E não apenas o espaço em si é perigoso e desafiador, mas também o fato de nos dirigirmos a ele.
Plano de aula elaborado pelo Professor Elves Silva Moreira.
Adaptação para o ensino remoto elaborada pela Prof.ª Dr.ª Nathalie Lousan.
Materiais Relacionados
● Para ver conteúdos sobre ônibus espaciais:
40 anos dos ônibus espaciais: conheça o programa e todas as gerações do veículo
Acesso em: 10 de maio de 2021.
A era dos ônibus espaciais
Acesso em: 10 de maio de 2021.
● Para ver vídeos sobre ônibus espaciais:
Por Que os Ônibus Espaciais Decolam na Vertical – Incrível
Acesso em: 10 de maio de 2021.
É Mais Fácil Sair do Sistema Solar do que Ir Até o Sol – Ciência Todo Dia
Acesso em: 10 de maio de 2021.
Como os foguetes funcionam? fácil– Integrando Conhecimento
Acesso em: 10 de maio de 2021.
Para os conteúdos trazidos neste plano (etapas 1 a 4), sugerimos o agendamento de 4 aulas on-line síncronas com os alunos, por meio da plataforma Jitsi Meet, organizando os conteúdos em slides e compartilhando-os com os alunos, bem como os vídeos sugeridos, fazendo uso do recurso do compartilhamento de tela do seu computador, disponível na plataforma sugerida. Conduza as aulas de forma leve e tranquila, estimulando a participação dos alunos pelo chat da plataforma ou utilizando o microfone. Caso a aula síncrona não seja possível, sugiro dois possíveis caminhos: a) a gravação de um vídeo com a narração dos slides com o uso do Power Point; ou b) a gravação de podcast falando sobre o tema. Lembre-se de que efeitos sonoros são bem-vindos neste momento. A criação de uma sala de aula usando o recurso Google Classroom também é um excelente caminho para o compartilhamento de materiais didáticos com os alunos, tais como os slides preparados por você e links dos vídeos sugeridos. A plataforma também pode servir como apoio para a realização de atividades em diferentes formatos.