Conteúdos

Obra poética de Carlos Drummond de Andrade;

Modernismo literário brasileiro;
Poesia Moderna Brasileira;
Contexto social e político do modernismo brasileiro;
A poesia em relação a outras expressões artís

Objetivos

Conheça a vida e a obra do poeta Carlos Drummond de Andrade a partir de um documentário não tradicional;

Perceba desdobramentos da obra poética de Drummond em várias expressões artísticas, como a dança, a prosa, o teatro, a música erudita e popular. 
Relacione a obra poética de Drummond com suas inquietações sociais;
Relacione o poeta e sua obra com outras produções literárias modernistas; 
 

1ª Etapa: Exibição do filme

O filme pode tanto ser exibido na íntegra ou em partes, de acordo com o repertório dos alunos e das condições de exibição. Para se dividir em partes, é interessante que se veja o filme algumas vezes antes da atividade. A vantagem de se exibir o filme integralmente é a revelação de um documentário não tradicional, isto é, apenas com depoimentos e narração. O filme é narrado por um ator e uma atriz, entremeado com declamações de poesias, pequenas cenas de dramaturgia, dança, apresentações de música erudita e popular, mostrando o quanto a obra de Drummond pode inspirar inúmeras expressões artísticas. Há também depoimentos sobre a relação de suas várias publicações com o momento de vida do autor, além de seu engajamento social e político.

2ª Etapa: Literatura - a obra de Carlos Drummond de Andrade

O filme pode servir apenas para um primeiro contato dos alunos com o poeta ou para profundo conhecimento da obra do autor, pois são muitos os poemas apresentados (na íntegra ou em trechos) 

 

São eles: 

 

Um eu todo retorcido; Raiz; Certificados escolares; Soneto da perdida esperança; Segredo; O anjo torto; No meio do caminho; À mesa; Patético; Não se mate; Mãos dadas; Nosso tempo; Visão 1944; Brinde no banquete das musas; Oficina irritada; Especulações em torno da palavra homem; Remissão; Procura da poesia; A Luís Maurício infante; Elegia; A máquina do mundo; Os bens e o sangue; Fazenda; Caso do vestido; A ilusão do migrante; Tarde de maio; Explicação; Canção para álbum de moça;

 

Poesia e Teatro. Poemas que aparecem encenados no filme:  A morte do leiteiro, Quadrilha e Telegrama;

 

Poesia e Música. O filme apresenta a poesia do Drummond tanto na música popular como no canto lírico: Poema das sete faces (Skank); Canção amiga (Milton Nascimento); 

 

Poemas musicados por Heitor Villa-Lobos: Cantiga do viúvo e E agora, José? 

 

Poesia e Cinema. A relação da obra de Drummond com a sétima arte aparece em dois momentos, ambos com a presença do ator Paulo José: 

 

Na interpretação do poema Canto ao homem do povo Charles Chaplin;

 

Nas cenas do filme O padre e a moça, com áudio do poema de mesmo nome. O filme é um clássico do Cinema Novo, dirigido por Joaquim Pedro de Andrade. 

 

Os alunos podem ser convidados a buscar esses poemas para estuda-los, encená-los ou fazer um sarau. 

 

3ª Etapa: Literatura - a metapoesia de Drummond

No filme O Poeta das Sete Faces, Mario Chamie fala que Drummond faz a metapoesia, isto é, faz da sua poesia uma discussão sobre o próprio fazer poético. O contato com os poemas metalinguísticos de Drummond permitem uma abordagem sobre a forma da poesia e o modernismo de segunda geração na literatura brasileira. Os poemas metalinguísticos de Drummond presentes no filme são: Mãos dadas, Procura da poesia e Remissão. 

4ª Etapa: Arte - várias expressões a partir de Drummond

O filme usa dramaturgia, música, dança e cinema inspirados pela poesia de Carlos Drummond de Andrade. Diante de tantas possibilidades de expressões artísticas, a sugestão de atividades é que a classe seja dividida em grupos, sendo que cada um escolhe um poema e a forma como vai interpretá-lo. Pode ser por artes visuais, teatro, leitura dramática, música, teatro, dança, filme ou qualquer outra possibilidade de expressão. Após algumas semanas de preparo, cada grupo se apresenta para os outros, podendo-se mesmo organizar uma mostra de várias classes sobre Carlos Drummond de Andrade. 

5ª Etapa: História e Sociologia – A guerra mundial e a poesia moderna e social

O Modernismo na Literatura surgiu nos anos 1920, como parte de um movimento mundial de vanguardas artísticas, movimento irreverente que, no Brasil, refletiu-se muito na subversão da forma. Os modernistas, especialmente Manuel Bandeira, influenciaram Drummond na primeira fase de sua obra. Em Belo Horizonte, o poeta integrava o circuito intelectual mineiro, nos anos 1920/30, cultivando forte amizade com Gustavo Capanema, que se tornou Ministro da Educação e da Saúde Pública na Era Vargas (entre 1934 e 1945). Curiosamente, Capanema escolhia seus assessores com independência quanto às posições ideológicas, chamando o amigo Drummond para ser seu chefe de gabinete e se cercando de vários artistas e intelectuais da época, como Cândido Portinari, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Heitor Villa-Lobos, Vinícius de Morais, Cecília Meirelles, Lúcio Costa, entre outros. 

 

O incômodo de servir a um governo que se tornou ditatorial se refletia em sua poesia. Atordoado com a segunda guerra mundial e com a ascensão do nazi-fascismo (incluindo o Estado Novo de Vargas), Drummond traz uma dimensão política e social para sua poesia. A tensão entre a subjetividade e os problemas sociais caracteriza a segunda geração do modernismo literário, que, diferente da primeira fase do modernismo, está mais preocupado com a temática do que com a forma. Drummond publica Sentimento do Mundo, em 1940 e A Rosa do Povo, em 1945, obras que revelam suas inquietações e o compromisso do escritor com o humanismo. 

 

No filme, o filósofo Leandro Konder conta sobre a atribulada relação do poeta com o Partido Comunista do Brasil, optando por um engajamento político independente da militância ortodoxa.  A relação entre artistas e intelectuais com o contexto político do pós-guerra pode ser mote para vários trabalhos de História e Sociologia, de forma a sair da abordagem meramente historiográfica para compreensão desse período tão complexo da História brasileira. 

 

Materiais Relacionados

1. O filme está no youtube, dividido em 9 partes. Assisti-lo em partes pode auxiliar o professor no planejamento da atividade, porém, para exibir aos alunos, sugerimos a apresentação da íntegra, por meio de download do filme ou da cópia em DVD. 

 
2. O Instituto Moreira Salles recebeu o Acervo Carlos Drummond de Andrade, com cerca de 4.500 livros, objetos museológicos, arquivo com 3.550 documentos, entre fichas bibliográficas, documentos pessoais, recortes de jornais e revistas, fotografias, textos inéditos entre outros. O acervo pode ser conhecido e explorado por meio do link 
 
3. Sobre a representação plástica de obras de Drummond, uma matéria pode ser lida no link
 
 
4. O artigo publicado na Revista de História  aborda a atuação de Gustavo Capanema, ministro da Educação e Saúde durante o Estado Novo, sua amizade com Drummond e a  participação do poeta no governo de Getúlio Vargas. 
 
 
Gênero: Documentário/Docudrama  Roteiro, Direção e Montagem: Paulo Thiago Produção: Gláucia Camargos Elenco: Carlos Gregório (como Drummond).  Atores e atrizes que declamam os poemas de Drummond e participam da parte ficcional: Ana Beatriz Nogueira, Antônio Calloni, Cláudio Mamberti, Cristina Pereira, Leonardo Vieira, Luciana Braga. Nildo Parente, Othon Bastos, Paulo Autran, Paulo José, Renato Faria, Zezé Mota, entre outros. Depoentes: Os poetas Mário Chamie e Ferreira Gullar, Affonso Romano de Sant’Anna e Adélia Prado. Os filósofos Benedito Nunes e Leandro Konder. Os professores Luís Costa Lima e Maria Zilda Cury, o amigo Alphonsus de Guimaraens Filho, entre outros.  País e ano de produção: Brasil/2002 Duração: 105 minutos Classificação: Livre
 
O filme é um documentário não tradicional, pois além de apresentar números artísticos e não só  depoimentos, inclui a narrativa ficcional, apresentando o ator Carlos Gregório como Drummond. Esse formato é chamado de “docudrama”, pois mescla situações verídicas com cenas ficcionais.  Outra situação não convencional é o diretor aparecer como entrevistador (como é o caso da entrevista a Leandro Konder, aos 45 minutos de filme, aproximadamente). Nesta entrevista, o ator que interpreta Drummond cruza o cenário da entrevista. Outro caso é a dramatização de uma entrevista real, que Drummond concedeu a uma professora. A entrevista é “interpretada” pela própria professora e o ator. Tem-se, portanto, um documentário vivo, fora do formato padrão, que pode chamar a atenção dos alunos.
 
O documentário divide-se em três etapas que correspondem a fases distintas da vida e da obra de Carlos Drummond de Andrade. A primeira fase chama-se “Vai Carlos, ser gauche na vida”, e conta a vida do poeta do seu nascimento até a fase em que morou em Belo Horizonte. A segunda etapa, chamada de “A vida apenas, sem mistificação”, aborda o período da mudança de Drummond para o Rio de Janeiro, em 1934, e a sua fase de crítica social. A terceira etapa é chamada de “Como ficou chato ser moderno, agora serei eterno”, vai dos 1950 a 1980, tratando do poeta-filósofo, do verso enigmático, do cronista e da consagração do poeta como um dos mais importantes nomes da poesia mundial do Século XX. 
 

Arquivos anexados

  1. O Poeta das Sete Faces

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