Conteúdos

As colonizações africana e asiática dos séculos XIX e XX, e a partilha de seus territórios entre os países europeus, ficaram conhecidas como neocolonialismo. Esse processo foi justificado pela ideia de missão civilizatória, de acordo com a qual a Europa levaria um suposto avanço para os países ditos atrasados. Fenômeno conhecido como Imperialismo, marcou sobretudo os períodos antes da Primeira Guerra Mundial e entre Guerras, até a conquista da independência pela maioria dos países. A independência da Índia se deu no  contexto do pós-Segunda Guerra Mundial, em 1947, e culminou em um território dividido em dois: Paquistão, de maioria islâmica, e Índia, de maioria hindu.

  • Neocolonialismo;
  • Características do impérios dos séculos XIX e XX;
  • Identidade e nacionalismo; e
  • Independências do século XX.

Objetivos

  • Conhecer o processo de colonização dos séculos XIX e XX;
  • Debater o Imperialismo dos séculos XIX e XX;
  • Aprender sobre a independência da Índia; e
  • Conhecer o processo de independência dos países africanos e asiáticos.

Previsão para aplicação:

      4 a 5 aulas (50 min/aula).

1ª Etapa: História da Índia e a colonização dos séculos XIX e XX

Breve história da Índia antes do domínio britânico

O país Índia, como é conhecido hoje, tem sua data de fundação enquanto Estado-nação apenas em 1905. O seu território e a sua formação cultural, no entanto, têm uma história milenar e uma vasta e diversa expressão cultural, religiosa, linguística e étnica. Também tem uma grande história de exploração territorial, de recursos naturais e de mão de obra, assim como de resistência, existência e fortalecimento.

A sociedade indiana se formou ao redor do Rio Indu, local onde os primeiros seres humanos se sedentarizaram. Com o afluxo de pessoas para a área, foi formada a civilização hindu, com sua respectiva religião, o Hinduísmo, da qual a maioria dos habitantes do atual território da Índia são adeptos e praticantes. A sociedade hindu é, de acordo com a religião, dividida em castas hereditárias. As famílias, portanto, pertencem a determinado estamento e o passam para seus descendentes. Na, Índia, no entanto, além dos hindus também havia os budistas e, após o século X, com a expansão do Islã para a Ásia, os muçulmanos tornaram-se o segundo maior grupo religioso da nação.

Durante todo o período da Antiguidade e até o século X da Idade Média, a Índia não era unificada e diversos pequenos e médios reinos coexistiam, ora se aliando e ora guerreando, mas ainda eram majoritariamente hindus e, portanto, tinham certa identificação entre si. Após o crescimento islâmico, no entanto, começam a existir algumas diferenças importantes, que levaram à formação do Sultanato de Deli, no século X, e, posteriormente, dos impérios Mogol (não é Mongol). 

A ocupação e a maior presença de europeus no espaço indiano se deram a partir do Renascimento e da formação da Rota da Seda sendo que, no período da primeira expansão colonial, do século XVI ao século XVII, Portugal mantinha o monopólio comercial, por meio de entrepostos que formou na região. A Índia foi, durante esse período, o principal local de compra e abastecimento de tecidos, produtos preciosos e especiarias, exportando para a Europa. 

Importante lembrar que fazemos, aqui, uma aproximação dos países que atualmente compõem esse território, em um exercício de simplificação do pensamento, mas essa região, conhecida como Rota da Seda, abarcava toda a região sul da Ásia, passando pelos países árabes, Mongólia, Índia e China. O comércio com os países asiáticos era extremamente lucrativo e gerou uma série de conflitos, negociações, acordos e dominações. Onde hoje estão os territórios da Índia, do Paquistão, de Bangladesh e de Mianmar, tinha-se o território denominado “Subcontinente Indiano”.

As disputas e guerras entre os europeus pelo monopólio do país beneficiaram-se das brigas internas. O Reino Unido conseguiu impor seu poderio a partir do século XVII, com a presença da Companhia das Índias Orientais que, apesar de ser uma empresa privada, contou com amplo apoio, proteção e financiamento da Coroa britânica. Mesmo com muita resistência em relação a esse monopólio, como a Revolta dos Sipaios, em 1857, a Índia se tornou um protetorado britânico em 1858 e a Rainha Vitória tornou-se a imperatriz do país e de diversos outros, suprimindo os discordantes e sufocando as revoltas. Assim teve início o período chamado de Raj Britânico, que durou de 1857 a 1947. 

Imperialismo e neocolonialismo

A Revolução Industrial, ocorrida na Europa nos séculos XVIII e XIX, teve como uma de suas consequências a expansão rumo aos países africanos e asiáticos, motivada sobretudo pelo desejo de encontrar novos mercados consumidores, fontes de matéria-prima e mão de obra barata (e muitas vezes não remunerada). 

O neocolonialismo foi um processo de dominação cultural, política, linguística, econômica e religiosa, que culminou na partilha de África e Ásia. Em 1884 e 1885, foi organizada a Conferência de Berlim, que determinou a partilha dos continentes africano e asiático entre os países europeus, a fim de evitar que eles guerreassem entre si e, ainda, de promover a exploração econômica e social dos países dominados. 

Apesar da busca por novos mercados e por fomentar a Revolução Industrial, a razão alegada para justificar esse domínio era uma suposta missão civilizatória que os europeus atribuíram a si mesmos, baseados em racismo e em ideais evolucionistas inspirados no positivismo e em uma leitura equivocada da teoria da seleção natural de Charles Darwin, de acordo com a qual o homem branco estaria em um patamar superior na escala evolutiva social, razão pela qual seria seu “fardo” ensinar e conduzir os países supostamente atrasados, selvagens, bárbaros e primitivos rumo à civilização republicana, democrática e industrializada conquistada pelos europeus.

Essa maneira de enxergar os povos não brancos ignorava a diversidade política, econômica, religiosa, organizacional e familiar, presentes em todas as formas de civilização mundiais. Dessa forma, negros, marrons e amarelos eram tratados como uma massa infantilizada e incapaz de conduzir a si mesmos, ainda que seus povos já existissem, em diversas formas e aspectos, desde muito tempo antes da chegada e do domínio europeus. 

Até a Primeira Guerra Mundial, o Imperialismo foi muito intenso, mas foi perdendo força no período entre guerras. As revoltas e revoluções de independência se deram, sobretudo, após a Segunda Guerra Mundial nos países africanos, quando houve o ascenso dos movimentos civis e identitários, como o pan-fricanismo e o pa-narabismo.

Apesar de terminado, o neocolonialismo deixou um legado de ruptura e destruição cultural nesses países, como a formação de fronteiras artificiais, as disputas entre etnias (que não existiam ou que se acirraram com a presença europeia), os genocídios e extermínios em massa, a pobreza, as guerras civis e a instabilidade política. 

O império inglês

O Império Britânico foi a denominação dada ao vasto território dominado pelos ingleses, desde o final do século XVI até meados do século XX. Foi o maior império não fronteiriço da história mundial, abarcando territórios dominados na Ásia, na África e nas Américas, e teve seu ápice no século XIX. Foi composto por várias formas de dominação, tais como a colonização direta, os protetorados, os domínios e os mandatos. 

Apesar de ter sido um dos últimos países que saiu em busca de novas terras no período das Grandes Navegações, ficando atrás de Portugal e Espanha, por exemplo, a Grã-Bretanha estabeleceu sua colonização de forma violenta e ampla, a partir dos entrepostos comerciais estabelecidos nesses locais, com exceção das 13 colônias, cuja ocupação iniciou-se de outra maneira. Dividido em duas fases, o Imperialismo se compôs na primeira, na qual o foco foram as colônias da América do Norte e do Caribe, mas com a independência americana, em 1776, e as disputas no continente, a Grã-Bretanha investiu seu poderio e força fora das Américas, na África, na Ásia e na Oceania, o que ficou conhecido como segunda fase. No começo do século XX, estima-se que o Império Britânico abarcava cerca de meio bilhão de pessoas no mundo e tinha um território de 25% da Terra. 

Após o processo de unificação do país em Reino Unido e o pioneirismo na Revolução Industrial, os britânicos conseguiram impor um amplo domínio das rotas marítimas e comerciais e dispararam na frente das outras potências da época, em um sistema que se auto nutria, já que tomava recursos naturais e matéria-prima desses países, ao mesmo tempo em que despejava produtos já industrializados em seus territórios. 

De forma muito violenta, o Império Britânico foi o responsável por uma série de agressões coloniais, além de ser um dos principais financiadores do tráfico de escravos internacional. Em países como a África Sul, os britânicos foram os responsáveis pelo apartheid, já que uma minoria branca teve pleno domínio do país contra uma imensa maioria negra até, pelo menos, a década de 1960. Desde o começo da dominação inglesa sobre esses territórios, muitas manifestações de descontentamento foram realizadas em todos eles. O domínio inglês não foi algo bem aceito ou até querido pelos nativos, mas rejeitado pela maioria. No entanto, divisões internas causadas, muitas vezes, por fronteiras artificiais fomentadas pelos próprios colonizadores, facilitavam a sua administração pelos britânicos.

Massacres e genocídios, como o ocorrido em abril de 1919, em Amritsar, na Índia, fome e tortura no Quênia e o vício em ópio entre os chineses também são responsabilidade do Império Britânico e de suas ações de dominação. A Índia foi o principal território dominado pelos britânicos e o local mais valorizado pela Coroa.

2ª Etapa: Processo de independência da Índia

Raj Britânico – o império colonial britânico na Índia (1857 – 1947)

A Grã-Bretanha estava estabelecida no território indiano desde o século XVII, por meio de entrepostos comerciais e sob a representação da Companhia das Índias Orientais. A empresa, apesar de privada, contava com grande apoio da Coroa britânica e começou a comprar terras e expandir sua influência além do comércio, impondo aos locais uma nova cultura externa que desrespeitava a população e sua organização política e religiosa.

A partir de 1857, a Companhia das Índias Orientais se dissolveu e o Reino Unido assumiu o controle da Índia, enviando um grande grupo de administradores para o país, o que gerou ainda mais descontentamento. Esse grupo enriqueceu e aumentou muito seu patrimônio, enquanto a população local vivia na pobreza. Parte do território ficou sob domínio de reis locais, mas escolhidos pelo Reino Unido, e parte ficou sob o controle direto britânico e de um vice-rei, responsável pela tomada de decisões mais imediatas e que representava a realeza britânica.

Para preservar e manter seu poder na região, o Reino Unido não só se aproveitou como também incentivou as divisões locais, se aliando ora com os islâmicos e ora com os hindus, chegando até a dividir Bengala, a maior província da época, em duas, uma de cada religião. Além disso, também usavam critérios como a cor de pele como segregador e fator importante para favorecer alianças entre colonizadores e colonizados, o que formou uma elite local de pessoas assimiladas, ou seja, colonizados que aceitavam ou viviam próximos ao modo de vida do colonizador. Foi nesse período que o inglês tornou-se a língua oficial do território, se sobrepondo a todo o histórico cultural e linguístico local.

Os movimentos nacionalistas, que já existiam no subcontinente indiano desde 1885, como resposta à Conferência de Berlim, eram formados sobretudo por essa elite, mas ganharam ainda mais força no período entre guerras. A ida de indianos ao lado da Inglaterra na guerra, bem como a forma como o seu exército foi tratado, aumentou o sentimento de identidade nacional. Além disso, grandes crises famélicas geravam uma sensação anti britânica e fomentavam o descontentamento com a forma que os indianos eram tratados pelo Reino Unido. 

Na Primeira Guerra Mundial, os soldados indianos eram lançados à frente dos ingleses e sofreram muito mais baixas, além de não estarem habituados ao clima da região. Além disso, vastos campos de quinino, poderosa planta ancestral usada pelos indianos e que atua no combate a doenças gastrointestinais, foram dominados pelos ingleses, que tiraram o acesso da população local. Ou seja, milhares de indianos morreram, seja por causa da guerra ou por doenças geradas pela situação bélica.

Estar fora do país, lutando ao lado com o colonizador e outros europeus, com todas as circunstâncias citadas, aumentou o descontentamento e o sentimento de pertencimento a uma nação indiana. Desde a década de 1920, formaram-se dois partidos distintos: a Liga Muçulmana e o Partido do Congresso Nacional Indiano, de maioria hindu, mas de política secular. Ambos lutavam pela identidade indiana e pela independência do território, e foram aliados em alguns momentos, mas terminaram separados, inclusive fisicamente, em dois territórios. 

Processo de independência da Índia

A “Primeira Guerra da Independência da Índia”, ou a “Revolta dos Sipaios”, ocorreu em 1857. Os Sipaios eram soldados indianos a serviço da Companhia das Índias Orientais, que estavam descontentes com as ações colonizadoras da empresa. Dominando a região em regime de protetorado, havia um acordo no qual os chefes locais, ao morrer, passavam o reinado para seus descendentes. A Companhia passou, no entanto, a decidir sobre a chefia que seguiria. Também passou a se intrometer e proibir certos rituais religiosos e culturais da região, interferindo diretamente na forma de organização local e no modo de vida das pessoas. Por ter discordâncias, tanto indianos hindus quanto muçulmanos passaram a se recusar a lutar ao lado da Companhia. Essa guerra durou dois anos e culminou com a derrota dos Sipaios pela Coroa britânica, que socorreu a empresa e passou a assumir o comando local após a sua dissolução. 

A partir desse momento, portanto, inicia-se uma dominação direta do Reino Unido sobre o Subcontinente Indiano. Essa época foi marcada pela ocidentalização da região, com a instalação de escolas e universidades, com a imposição da língua inglesa. A instalação de ferrovias, indústrias e empresas também modernizou a região, mas teve como contrapartida o desmantelamento da cultura local e das tradições regionais. 

O fim da Primeira Guerra Mundial foi um divisor de águas para o Império Britânico. Muito embora tenha saído ao lado dos Aliados, o Reino Unido terminou financeiramente esgotado, com diversos jovens mortos e o sentimento de derrota causado pela maior guerra vista até então. O nacionalismo se ergueu internacionalmente, como um movimento que significou, em países colonizados, a busca por uma identidade nacional diante da fratura causada pela dominação externa. 

Filhos da elite indiana da época foram estudar na Inglaterra e retornaram parcialmente ocidentalizados, mas com a vontade, ao mesmo tempo, de estabelecer uma cultura própria, que conversasse com seus valores e formação. A revolta se dava porque, apesar de terem o direito ao estudo nas universidades, o profundo racismo que viviam e as humilhações constantes acabaram por trazer uma unidade e consciência da exploração que viviam no país. É nesse contexto que surge o Renascimento Hindu, movimento que buscava conciliar a experiência hindu e a ocidental, trazendo valores de ambos os locais. A Liga Muçulmana, por sua vez, rejeitava qualquer valor ocidental. Essa discordância expunha que, mesmo dentro do movimento de independência, havia mais de um projeto possível mas, ainda sim, formou-se uma aliança anti britânica e anti-imperialista.

Nesse período, o Partido do Congresso Indiano, dirigido por Mahatma Gandhi e Jawaharlal Nerhu, começou a organizar uma resistência a partir de ações diretas e táticas pontuais. Mohandas Karamchad Gandhi foi o mais importante líder dos indianos, na luta pela independência. Foi um advogado formado na Inglaterra, mas que já havia atuado também na África do Sul e ganhou o nome de Mahatma, cujo significado é “grande alma”, graças a sua proposta de resistência pacífica e desobediência civil, também chamada de “Satyagraha”. 

Em 1919, autoridades britânicas decretaram a prisão preventiva para todos que pudessem ser considerados uma ameaça. Gandhi propôs então, no mesmo ano, a Primeira Greve Geral, focada no setor de transportes ferroviários, o que atingiria em cheio o governo britânico. Gandhi passou a defender, a partir da década de 1930, a chamada Resistência Pacífica, baseada no boicote e na desobediência civil. Ou seja, os indianos deveriam rejeitar as leis da Coroa, tais como pagamentos de impostos e participação nas eleições, bem como rejeitar leis que não faziam sentido, não trabalhar para os ingleses e negar-se a consumir produtos de origem britânica, como roupas, as quais ele incentivava que fossem feitas pelos próprios indianos.

A Marcha do Sal foi a principal ação tomada pelos indianos. Nela, uma passeata de 400 quilômetros caminhou até o mar, com a intenção de que os indianos pudessem extrair e refinar o seu próprio sal, produto que era monopólio da Coroa britânica. Em razão dessa manifestação, Gandhi foi preso e tratado, a partir desse momento, como mártir. A Coroa britânica aumentou a violência contra os civis, mas não teve muito como exigir, a não ser a partir das prisões, que trabalhassem para a metrópole.

A Segunda Guerra Mundial estabeleceu o limite que faltava para a conquista da independência. Com uma massa de indianos se recusando a lutar junto ao Reino Unido, o país europeu não conseguiu mais concentrar suas forças para reprimir e exigir a sujeição do povo. Paralelo a isso, Gandhi, o Partido do Congresso Nacional Indiano e a Liga Muçulmana, se aliaram ao exército imperial indiano e passaram a lutar contra a Coroa que, financeiramente exaurida e com o início da Guerra Fria, negociou a independência do Subcontinente Indiano, em 1947, formando a partir daí, dois países: a Índia, de maioria hindu, e o Paquistão, de maioria muçulmana. Nehru se tornou o primeiro Primeiro Ministro da Índia independente, em 1950, após a elaboração da Primeira Constituição do país. 

Nunca superadas, as tensões entre os dois países ainda geraram mais três conflitos, sendo o mais importante o que resultou na separação de Bangladesh do Paquistão. Após a separação, milhares de muçulmanos e hindus migraram ou foram removidos à força para morar na área que lhes era designada, gerando fome, separações familiares, desemprego e desenraizamento. Além disso, ainda houve constantes ameaças de uso de armas nucleares, já que ambos as possuem.

Mahatma Gandhi defendia uma Índia unificada e próxima dos valores ancestrais, com a proposta de uma convivência pacífica entre hindus e muçulmanos, mas isso não resultou em êxito. Ao contrário, ele foi assassinado por um nacionalista hindu, Nathuram Godse, descontente com a política de reparação ao Paquistão, proposta por ele em 1948. Gandhi foi e é tratado como uma figura sagrada e intocável, mas apesar de ser considerado herói e de ter tido sim importância crucial e protagonismo na luta e na direção do povo indiano e hindu, relatos recentes dão conta de descrevê-lo como racista com negros e preconceituoso com as castas mais baixas do povo hindu.

3ª Etapa: Exercícios de vestibular

1) (Unicamp- SP – 2009) À meia-noite de 15 de agosto de 1947, quando Nehru anunciava ao mundo uma Índia independente, trens carregados de hindus e muçulmanos, que associavam a religião às causas de uma ou outra comunidade, cruzavam a fronteira entre a Índia e o novo Paquistão, em uma das mais cruéis guerras civis do século XX. Gandhi, profundamente comovido, começava um novo jejum, tentando a conciliação. Mais tarde, já alcançada a Independência, foram as diferenças entre hindus e muçulmanos que levaram Nehru, primeiro-ministro da Índia, a separar religião e Estado, para que as minorias religiosas, como os muçulmanos, não fossem vitimadas pela maioria hindu.

(Adaptado de Cielo G. Festino, Uma praja ainda imaginada: a representação da Nação em três romances indianos de língua inglesa. São Paulo: Nankin/Edusp, 2007, p.23.)

  1. a) De acordo com o texto, que razões levaram Nehru a separar religião e Estado, após a Independência da Índia?
  2. b) Quais os métodos empregados por Gandhi na luta contra o domínio inglês na Índia?

Fonte: História 2ª Fase. Acesso em: 24 de abril de 2023.

2) (Unesp SP/2008) Mohandas Karamchand Gandhi (1869-1948) iria acabar conseguindo mobilizar as aldeias e bazares da Índia, às dezenas de milhões, em grande parte com o mesmo apelo ao nacionalismo da espiritualidade hindu, embora tendo o cuidado de não romper a frente comum com os modernizadores (dos quais num sentido real, ele fazia parte) e de evitar o antagonismo à Índia maometana, sempre implícito na visão militantemente hindu do nacionalismo.

(Eric Hobsbawm, Era dos Extremos.)

Acerca do processo de independência da Índia britânica, é correto afirmar que

  1. a) as relações entre hindus e maometanos permaneceram harmoniosas no subcontinente.
  2. b) o fundamentalismo hindu tornou-se hegemônico na Índia, eliminando a liberdade religiosa.
  3. c) houve uma divisão entre as forças que Gandhi tentou manter unidas na luta de libertação.
  4. d) os valores tradicionais foram abandonados em nome da ocidentalização e da aproximação dos EUA.
  5. e) Gandhi tornou-se um herói nacional e assumiu a direção política e religiosa do subcontinente.

Resposta: E.

Fonte: Questões sobre a independência da Índia. Acesso em: 24 de abril de 2023.

3) (Enem 2012) 

independência da índia_1

O cartum, publicado em 1932, ironiza as consequências sociais das constantes prisões de Mahatma Gandhi pelas autoridades britânicas, na Índia, demonstrando

  1. a) a ineficiência do sistema judiciário inglês no território indiano. 
  2. b) o apoio da população hindu à prisão de Gandhi. 
  3. c) o caráter violento das manifestações hindus frente à ação inglesa. 
  4. d) a impossibilidade de deter o movimento liderado por Gandhi. 
  5. e) a indiferença das autoridades britânicas frente ao apelo popular hindu. 

Resposta: B.

Fonte: Questões sobre Independência da Índia: Idade Contemporânea – Para o Enem e Vestibular. Acesso em: 24 de abril de 2023.

4) (Fuvest) Gandhi (1869-1948) conseguiu mobilizar milhões de indianos na luta para tornar o país independente da dominação britânica, recorrendo ao: 

  1. a) socialismo, à denúncia do sistema de castas e à guerra revolucionária. 
  2. b) nacionalismo, à modernização social e à ação coletiva não violenta. 
  3. c) tradicionalismo, à defesa das castas e à luta armada. 
  4. d) capitalismo, à cooperação com o imperialismo e à negociação. 
  5. e) fascismo, à aliança com os paquistaneses e ao fundamentalismo religioso. 

Resposta: B.

Fonte: Questões sobre Independência da Índia: Idade Contemporânea – Para o Enem e Vestibular. Acesso em: 24 de abril de 2023.

5) (Udesc 2010) As principais religiões praticadas na Ásia Meridional e no Sudeste são o hinduísmo (dominante na Índia), o islamismo (Paquistão, Bangladesh e Indonésia), o budismo (Indochina e península Malaia) e o catolicismo (Filipinas). O hinduísmo é o grande fator de unidade nacional na Índia, país onde se falam cerca de 17 línguas e 1600 dialetos.

Analise as proposições sobre a Índia.

I – O domínio britânico na Índia trouxe sérias implicações econômicas: desarticulou a indústria artesanal, proibiu o surgimento de fábricas e forçou os indianos a abrirem grandes espaços para as culturas industriais como o algodão, o chá e a juta, agravando o problema de escassez de alimentos.
II – As reações mais fortes à presença britânica, na região, datam do fim do século XIX e cresceram após o fim da Primeira Guerra Mundial, sob a liderança de Mohandas Karamchand Gandhi chamado de Mahatma, que quer dizer “Grande Alma”.
III – A campanha de independência da Índia comandada por Gandhi contra o governo britânico era pacífica; como armas eram utilizadas as greves e o boicote aos produtos britânicos.
IV – A Índia conquistou sua independência após o término da Segunda Guerra Mundial, em 1947.
V – Após a independência da Índia veio à tona o conflito entre hindus e muçulmanos – que já existia e que Gandhi inutilmente tentara resolver. Este conflito resultou na divisão do território indiano em dois países: a Índia (de maioria hindu) e o Paquistão (de maioria muçulmana).

Assinale a alternativa correta.

  1. a) Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras.
  2. b) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
  3. c) Somente as afirmativas I e V são verdadeiras.
  4. d) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
  5. e) Todas as afirmativas são verdadeiras.

Resposta: E.

Fonte: Questões sobre a História da Índia – Exercícios – InfoEscola. Acesso em: 24 de abril de 2023.

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  • Para ler mais sobre “História da Índia”

SOUSA, Rainer Gonçalves. Índia Antiga; Brasil Escola.
Disponível em: Índia Antiga – Brasil Escola. Acesso: 16 de abril de 2023. 

CASTILHO, Saulo. História da Índia. InfoEscola.
Disponível em: História da Índia – da antiguidade aos tempos atuais – InfoEscola. Acesso: 16 de abril de 2023.

  • Para ler mais sobre “Neocolonialismo”

SILVA, Daniel Neves. Neocolonialismo. Site Brasil Escola.
Disponível: Neocolonialismo: o que foi, na África e na Ásia – Brasil Escola. Acesso: 22 de março de 2023.

DOMINGUES, Joelza Ester. Império Britânico: o que não está nos livros didático. Ensinar História.
Disponível em: Império Britânico: o que não está nos livros didáticos. Acesso: 17 de abril de 2023.

Colonização Inglesa. Canal Brasil Escola.
Disponível em: Colonização Inglesa – Brasil Escola. Acesso: 17 de abril de 2023.

FREITAS, Eduardo de. A colonização da Ásia; Brasil Escola.
Disponível em: A colonização da Ásia. Acesso em 17 de abril de 2023. 

  • Para ler, ouvir e assistir mais sobre “Independência e Partilha da Índia”

Partilha da Índia – Podcast História em Meia Hora.
Disponível em:  Partição da índia. Acesso: 16 de abril de 2023. 

Partilha da Índia – Nerdologia de História.
Disponível em: Partição da Índia | Nerdologia. Acesso: 16 de abril de 2023. 

Mahatma Gandhi e a Independência da Índia – Canal Parabólica.
Disponível em: Mahatma Gandhi e a Independência da Índia. Acesso: 17 de abril de 2023. 

SILVA, Daniel Neves. Mahatma Gandhi. Brasil Escola.
Disponível em: Mahatma Gandhi – Brasil Escola. Acesso: 17 de abril de 2023.

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