Conteúdos

Neodarwinismo

Objetivos

Entender que os seres vivos estão sujeitos a transformações ao longo do tempo;
Compreender as relações de origem entre os seres vivos e o ambiente em que vivem;
Conhecer os fatores envolvidos com as mudanças observadas nos seres vivos;
Relacionar fenômenos, fatos, processos e ideias em Biologia, elaborando conceitos, identificando regularidades e diferenças, construindo generalizações;
Conhecer diferentes formas de obter informações, selecionando aquelas pertinentes ao tema em estudo.

Antes de dar início às etapas abaixo, consulte a aba Para Saber Mais.

1ª Etapa: Contextualizando a questão

Proponha aos alunos a leitura do texto a seguir. Na sequência, explique os conceitos apresentados à luz da Teoria Evolutiva de Darwin;
Proponha, então, as questões para discussão:
– De que forma o Neodarwinismo auxilia a compreensão de fatos relacionados ao processo da evolução humana?
– Que contribuição as doenças fornecem ao processo evolutivo?

Justificativa:

O texto fornece subsídios para que o leitor estabeleça uma discussão sobre a falha principal do trabalho darwinista – a ausência de explicações sobre a origem e a transmissão das variações, sobre o surgimento da variabilidade na qual a seleção poderia atuar – mutação e recombinação genética. Sabe-se que a teoria de Darwin conseguiu explicar algumas questões: a sobrevivência dos mais aptos; o desaparecimento de muitas espécies; a ação do ambiente sobre os indivíduos e a adaptação dos indivíduos ao ambiente. Entretanto, não explicou: Por que ocorrem as variações? Darwin não conseguiu responder a esta pergunta. O aparecimento de variações hereditárias na descendência só pode ser explicado mais tarde com o nascimento da genética.

O Neodarwinismo e teoria sintética (1936-1947) possibilitou a reconciliação da teoria de Darwin com os fatos da Genética, como por exemplo,  características adquiridas não são herdáveis; e que  há base, fundamentação genética para a variação contínua e para a descontínua. Incorpora a Genética de Populações à Evolução: variação genética surge por mutação ao acaso e recombinação, populações evoluem por mudanças nas frequências gênicas: deriva genética (mudança nas frequências gênicas ou genotípicas), fluxo gênico (incorporação e genes de uma população em outra) e seleção natural (sobrevivência ou reprodução diferencial de classes) explica também que a diversificação vem através da especiação.

O texto mostra uma aplicabilidade dos conceitos acima, contextualiza o assunto e permite que o estudante perceba que as teorias, em Biologia, existem para tentar explicar os fenômenos.

Aids e a evolução humana
O que teria acontecido se não existisse a Ciência? A humanidade seria exterminada pelo HIV?

Por Fernando Reinach

A ciência foi rápida na criação de medicamentos capazes de controlar a Aids. A sociedade não acompanhou o desenvolvimento científico e um número enorme de pessoas infectadas pelo HIV não tem acesso aos antirretrovirais. Mas a evolução não depende da vontade humana. Enquanto a ciência desenvolve medicamentos, a evolução age na surdina, selecionando os genes que conferem resistência à Aids.

O irônico é que esses genes vão beneficiar exatamente as sociedades que não têm dinheiro para comprar os antirretrovirais. Desde que a doença apareceu nos EUA, o progresso científico foi enorme. Os cientistas descobriram que a doença é infecciosa, isolaram o vírus, sequenciaram seu genoma e desenvolveram drogas capazes de bloquear seus efeitos. Os antirretrovirais estão disponíveis para quem puder pagar.Mas o que teria acontecido se não existisse a Ciência? A humanidade seria exterminada pelo HIV? É difícil prever, mas seguramente a mortalidade pela Aids seria muito maior e, na pior das hipóteses, sobreviveriam somente as pessoas resistentes ao vírus.

O planeta seria recolonizado por seres humanos resistentes ao HIV. A espécie humana teria sobrevivido sem o auxilio da Ciência, como sobreviveu por milhões de anos. Nos últimos anos, foram identificadas pessoas que, apesar de infectadas pelo HIV, não desenvolvem a doença. Hoje sabemos que existem pelo menos 14 genes humanos ou mutações em genes humanos que conferem resistência ao HIV. É a evolução agindo sob nossos olhos. Em todos os seres vivos, e o homem não é exceção, as mutações surgem ao acaso. Entre os milhões de mutações que compõem a diversidade humana, existem algumas poucas, presentes em algumas poucas pessoas, que fazem com que essas pessoas sejam resistentes ao HIV.

Essas mutações provavelmente surgiram muito antes de o HIV aparecer entre os humanos e, até o aparecimento do vírus, eram inúteis. Depois do HIV, essas pessoas se tornaram especiais por não desenvolverem a doença. Nos países em que a Aids ainda não é tratada, as pessoas com essas mutações são “superiores”. Têm uma chance maior de sobreviver e transmitir seus genes para os filhos. As pessoas “normais” são infectadas pelo vírus e morrem. É fácil imaginar que, com o passar das gerações, o número de pessoas com essas mutações vai crescer gradativamente até que toda a população seja resistente ao HIV. É claro que, durante esse processo, a mortalidade nessas populações será enorme. É o preço que a seleção natural cobra para espalhar um novo gene em uma população.

É caro, mas o resultado é uma população imune ao vírus e que independe da ciência e dos medicamentos para conviver com o HIV. Os geneticistas estão monitorando a freqüência desses genes de resistência nos países africanos e (in)felizmente ela deve aumentar. Infelizmente porque isso significa que muitas pessoas morrerão de aids por não terem acesso a medicamentos. E felizmente porque, na pior das hipóteses, os futuros habitantes desses países serão seres superiores, resistentes ao HIV. É a evolução agindo na surdina, como sempre agiu até que surgisse a ciência.  Mais informações em Human genes that limit aids, na Nature Genetics, volume 36, página 565, de 2004.

O Estado de SP, 1/6, acesso em  25/09/2011

2ª Etapa: Retomada Conceitual

Após a realização da atividade interativa e da atividade de contextualização do tema, peça para as duplas pesquisarem na internet mais exemplos conhecidos de seleção natural entre seres vivos, relacionando suas causas e consequências.

Com toda a turma reunida, promova um debate sobre os exemplos encontrados. Oriente que a sala se divida em minigrupos, unindo duas ou três duplas. Solicite que cada grupo escolha um dos exemplos e elabore uma animação acompanhada por texto explicativo que represente o exemplo escolhido. Para isso, oriente que os alunos utilizem ferramentas como o Power Point ou o Scratch. Os tutoriais destas ferramentas estão disponibilizados no “Para Organizar o Seu Trabalho e Saber Mais”.

Posteriormente, oriente a publicação dessas animações num blog criado pela turma. Para a elaboração e publicação no blog, você pode indicar aos alunos o site blogger. Logo na página inicial, há um tutorial explicando passo-a-passo seu processo de criação e configuração.

O ideal é que todos os alunos sejam cadastrados em um mesmo blog e possam publicar suas contribuições, em vez de criar vários blogs para esta atividade. Um aluno ou dupla de alunos poderá responsabilizar-se pela criação e configuração inicial do blog e os outros deverão participar com a publicação da pesquisa, de modo que seja possível identificar os diferentes autores. É importante que este blog seja divulgado na escola e mesmo fora dela, para que outras pessoas possam comentar ou deixar contribuições. Assim, os alunos sentirão uma maior valorização por seu trabalho e ficarão ainda mais envolvidos.

O blog poderá ser utilizado como mais um meio de avaliar o trabalho desenvolvido pelos alunos e se compreenderam os conceitos abordados, além de desenvolverem habilidades de pesquisa e colaboração.

3ª Etapa: Introdução ao Tema

Inicie a atividade propondo aos alunos uma reflexão sobre as teorias evolutivas já trabalhadas em aula. Questione se eles acreditam que alguma dessas teorias explica totalmente a grande variedade de seres vivos existentes, e quais são as críticas que eles têm em relação a elas.

Se achar necessário, faça uma breve revisão sobre as teorias evolutivas estudadas anteriormente, para isso utilize a atividade interativa “Evolução”, disponível no site NET Educação (material de apoio).

4ª Etapa: Exploração da Atividade Interativa

Organize a turma em duplas de trabalho para utilização de computadores portáteis ou dos computadores da sala de informática.
Peça para que os alunos acessem a atividade interativa “Neodarwinismo”, disponível no site NET Educação.

Nesta atividade interativa, o aluno será convidado a conhecer um parque onde encontrará exemplos sobre mutação, recombinação genética, seleção natural e isolamento geográfico e reprodutivo. O aluno será desafiado a responder questões relacionadas com tais assuntos.

Durante a realização da atividade, circule entre as duplas esclarecendo dúvidas e aproveite para realizar oralmente uma síntese das aprendizagens com toda a turma.

Materiais Relacionados

Caro professor, antes de iniciar esta atividade, é importante que se aproprie de algumas informações sobre o tema. Selecionamos os links abaixo para ajudá-lo.

Leia o conteúdo disponível nos links abaixo:

Texto sobre Evolução dos Seres Vivos:
Nem tudo que late é cão – examinar e discutir a evolução natural e artificial dos cães:
Tutorial para uso do Scratch:
Tutorial de Power Point:
Site Blogger:
Atividade interativa – Evolução:
Texto: Aids e Evolução Humana: prepare cópias do texto Aids e Evolução Humana para os alunos.

Consulte também os livros:

BURNIE, D. Fique por dentro da evolução, São Paulo, 2001.
FREIRE-MAIA, N. De Darwin à teoria sintética, Edusp, 1988.

Idealização e Edição final: NET EDUCAÇÃO | Realização: Instituto Paramitas.© Todos os direitos reservados.

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