Inicie a aula apresentando aos alunos a música “Os Números” de Raul Seixas (utilize o link da seção “Para Saber Mais”: A letra está no Material de Apoio

Converse com os alunos sobre o as percepções deles sobre esta música, verifique se conseguem reconhecer as rimas presentes em todos os tercetos, explique que o ritmo dessa música de Raul Seixas teve influência direta da literatura de cordel. Chame a atenção para a apresentação que é feita antes do início de cada terceto para se mostrar sobre qual número irá se falar. Note também que cada número possui um informação diferente entre si: quatro ponto cardeal, quatro pé tem um animal…

– O que perceberam no ritmo da música de Raul Seixas?

2ª Etapa: aproximando-se do ritmo do cordel

Inicie a aula retomando o ritmo conhecido na música de Raul Seixas e informe aos alunos as características estruturas do cordel, em que há uma preocupação com a rima e com a metrificação. Explique aos alunos que, segundo Norma Goldstein, que “a metrificação tradicional reúne um conjunto de regras que determinam quais sílabas do verso deve ser acentuadas – pronunciadas com mais força. Existe uma regra para cada metro ou tamanho do verso”, mas isso não será estudado aqui, reforce que todos devem ler e reler os versos em voz alta para poderem “ouvir” as sílabas fortes – tônicas – e a sílabas fracas – átonas.

É importante reforçar aos alunos que nem sempre as sílabas poéticas identificam-se com as silabas das palavras fora do poema, dessa forma a escansão (divisão de sílabas métricas) deve ser feita considerando a musicalidade e o ritmo do poema, quando houver encontros vocálicos, a repetição em voz alta repetidas vezes auxiliará os alunos nesse sentido.

Os versos mais utilizados no cordel são as sextilhas (estrofe de seis versos), em redondilhas maiores (versos de sete sílabas), com o segundo, o quarto e o sexto rimados, vejamos um exemplo de autoria de João José dos Santos (Mestre Azulão):

 

Em seguida apresente mestre Azulão:

“José João dos Santos, Mestre Azulão, é natural de Sapé, Paraíba, onde nasceu aos 8 de janeiro de 1932. Cantador de viola e poeta de bancada, autor de mais de 100 folhetos, vive há vários anos no Rio de Janeiro e atuou na famosa Feira de São Cristóvão, abrindo caminho para outros poetas nordestinos que lá se estabeleceram. É um dos poucos cantadores vivos que ainda cantam romances, sendo frequentemente convidado para apresentações em universidades brasileiras e até do exterior. Tem trabalhos publicados pela Tupynanquim Editora.”

Comente com os alunos que mestre Azulão escreveu narrativas de várias temáticas, tanto  aquelas retomadas dos contos de encantamento, maravilhosos, como outras sobre problemas sociais, como veremos na próxima etapa desse estudo.

 

Faça uma leitura compartilhada com os alunos de um trecho do cordel “Camisinhas para todos”, disponível no Material de Apoio

 

 

Peça para que os alunos preparem a leitura desse trecho do cordel em voz alta e apresentem para a sala o resultado.

Em seguida, peça para que façam a escansão do poema.

Depois debata com eles como essa narrativa pode servir de informativa para seus leitores.

4ª Etapa: Fechamento

Inicie a aula retomando a questão da preocupação com o ritmo apresentada na música de Raul Seixas e depois nas narrativas de Mestre Azulão. Veja se perceberam que a oralidade é fundamental para o trabalho com esse gênero, sendo preciso uma leitura em voz alta para que seu ritmo seja identificado.

Dessa forma, peça para que escolham um tema relacionado a algo da cultura popular: lenda, festas, crenças etc para que escrevam, no mínimo, quatro sextilhas de sete sílabas (redondilhas maiores).

Organize um recital desses cordéis e peça para que redijam os textos em folhetos do formato dos cordéis tradicionais.