Conteúdos

Este plano de aula tem como principal objetivo apresentar as lendas indígenas do guaraná, do Sol e da Lua e da mandioca.

Objetivos

  • Conhecer um pouco mais a cultura e as lendas indígenas;
  • Desenvolver habilidade de leitura;
  • Incentivar e estimular a criatividade por meio da arte; e
  • Trabalhar a interdisciplinaridade e o trabalho coletivo.

Conteúdos/Objetos do conhecimento:

  • Cultura indígena: lendas populares; e
  • Leitura e interpretação de texto.

Palavras-chave:

Lendas indígenas. Cultura brasileira.

Ano:

Anos finais do ensino fundamental.

Previsão para aplicação:

2 aulas (50 min/aula).

1ª Etapa: Conhecendo a história e sua origem

Inicie a aula questionando os alunos: Vocês sabem o que é uma lenda? Qual ou quais lendas indígenas vocês conhecem?

As lendas indígenas brasileiras fazem parte da rica cultura dos povos originários do nosso país. Transmitidas oralmente ao longo de gerações, constituem uma importante herança cultural.

Essas histórias buscam explicar fenômenos da natureza e revelam um conteúdo simbólico precioso. Elas são importantes na cultura, pois preservam a identidade dos povos indígenas, transmitindo conhecimentos ancestrais e ensinamentos sobre a relação harmoniosa com a natureza.

As lendas também refletem os valores, crenças e visões de mundo dos povos indígenas, proporcionando uma compreensão mais profunda da diversidade cultural do Brasil.

Crédito: Cultura Genial

Acesso em: 05 de novembro de 2023.

Após um warm up (aquecimento) com a turma a respeito do que sabem sobre o tema em questão, e após discutirem o significado e o valor cultural que essas histórias carregam, apresente as lendas abaixo.

Sugestão: Faça uma leitura compartilhada das histórias, solicite que cada aluno leia um parágrafo; para isso, você precisará imprimi-las e solicitar que os estudantes se sentem em duplas.

Lenda do guaraná

Em uma comunidade indígena havia um casal cujo maior sonho era ter um filho. Após algum tempo tentando, eles pediram ao deus Tupã para que enviasse um menino.

Assim foi feito, e logo depois a moça engravidou.

A criança nasceu saudável e crescia feliz e amada por todos.

Mas isso despertou a inveja de Jurupari, o deus das sombras. Planejando causar o mal, Jurupari se transformou em uma serpente e picou o garoto enquanto ele colhia frutos na mata.

Tupã enviou muitos trovões na tentativa de alertar os pais do garoto, mas de nada adiantou. Quando foi encontrado, o pequeno menino já estava sem vida.

A aldeia toda lamentou a morte do garoto, e o deus Tupã ordenou que seus olhos fossem plantados em um lugar especial.

O pedido foi atendido, e, do local onde os olhos foram enterrados, nasceu uma árvore diferente, com um fruto exótico: o guaraná.

Observações e comentários:

O guaraná é uma planta amazônica muito importante para diversos povos indígenas. É um cipó que pode chegar a três metros de altura e sua fruta se parece com olhos humanos, motivo que explica a lenda do guaraná.

O mito, assim como várias outras lendas ao redor do mundo, tem várias versões, se diferenciando em alguns pontos, mas é sempre um garoto que morre e tem os olhos plantados, de onde nasce o pé de guaraná.

Lenda do Sol e da Lua

Segundo essa lenda, existiam dois povos rivais. Eles viviam próximos um do outro, mas nunca se encontravam, pois era proibido que tivessem contato.

Entretanto, um dia um jovem guerreiro saiu para caçar na floresta e conheceu uma bela moça da etnia inimiga.

Eles se atraíram um pelo outro e passaram a se encontrar outras vezes. E assim foi nascendo um grande amor.

Sempre que podiam, os jovens arranjavam uma forma de estarem juntos sem que ninguém soubesse.

Certa vez, no entanto, um dos integrantes da comunidade em que o rapaz vivia flagrou o encontro dos dois. Eles foram levados à aldeia e sentenciados à morte.
O cacique era o pai do guerreiro e ficou muito angustiado com a situação. Ele pediu então ao pajé que preparasse uma poção mágica para salvar o casal.

Assim foi feito. Os dois tomaram o preparado e se transformaram em astros do céu. O moço virou o Sol, já a moça se converteu em Lua.

Infelizmente o Sol e a Lua quase nunca se encontram, exceto quando ocorrem os eclipses; é nesse momento que o casal volta a se amar. 

Lenda da mandioca

Há muito tempo havia uma jovem indígena em uma aldeia. Ela era filha do cacique e desejava engravidar, mas não tinha marido.

Até que certa noite ela teve um sonho muito nítido. Sonhou que um homem loiro descia da Lua e vinha visitá-la, dizendo que a amava.

Passado um tempo, a jovem percebeu que estava grávida. A criança que nasceu era querida por toda a aldeia. Ela tinha a pele muito branca, diferente dos demais, e foi chamada de Mani.

Mani brincava e se divertia, mas um dia amanheceu sem vida. Sua mãe ficou arrasada e a enterrou dentro da oca.

Todos os dias a mãe chorava sobre o local, e a terra era regada com suas lágrimas. Até que de repente um arbusto brotou no lugar onde Mani foi enterrada, e a jovem pensou que talvez a filha estivesse querendo sair.

Sem pensar duas vezes, ela cavou a terra, e o que encontrou foi uma raiz que, quando descascada, é branca como a pele de Mani.

E foi assim que surgiu a “mandioca”, fazendo referência à lenda de Mani.

Observações e comentários

Alimento muito importante para a maioria dos povos originários, a mandioca é considerada o “pão indígena”.

Essa lenda de origem tupi busca explicar o surgimento dessa raiz branca e nutritiva, sendo a palavra “mandioca” a junção do nome Mani e oca.

Crédito: Cultura Genial

Acesso em: 05 de novembro de 2023.

Após a leitura, incentive a turma a participar, fazendo comentários e sugestões a respeito das lendas.

2ª Etapa: Fechamento - sugestão de proposta

Miniprojeto

Para realizar esta proposta, faça parceria com o(a) professor(a) de artes. Junto com a turma, e com o(a) professor(a) de artes, elabore um miniprojeto a respeito das lendas indígenas trabalhadas na primeira aula.

Vocês podem criar obras de arte que retratem cada uma das lendas. Utilizem materiais da natureza, tintas naturais – urucum, terra, canela em pó etc. – para criar pinturas inspiradas na cultura indígena. Utilizem caixas de papelão para fazer telas de pintura.

Outra sugestão é solicitar a participação do(a) professor(a) de história, para que auxilie nas pesquisas a respeito da origem das lendas, pinturas e vestimentas específicas de cada povo.

Reservem um espaço na escola para criarem uma instalação –inspirada nos museus e nas galerias de arte. Pátio ou corredores são ótimas opções. Não se esqueçam da documentação do processo – antes, durante e depois.

Para inspirar

museu-afro-brasil
     Museu Afro Brasil – São Paulo (SP) (crédito: divulgação)
montagem-reggio-emilia
   Montagem inspirada em Reggio Emilia (crédito: Pinterest)

Acesso em: 05 de novembro de 2023.

Bom trabalho e bons estudos.

Plano de aula elaborado pela professora Letícia Baroni Gallo.

Coordenação pedagógica: prof.ª dr.ª Aline Bitencourt Monge.

Revisão textual: professora Daniela Leite Nunes.

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