Conteúdos

Este plano de aula tem como principal objetivo apresentar a vida e a obra do artista José Leonilson, bem como abordar a geração de 1980 nas artes plásticas.

Objetivos

Objetivo(s) de aprendizagem:

  • Apresentar a biografia de José Leonilson;
  • Conhecer a obra de Leonilson; e
  • O que foi/é a geração de 1980.

Conteúdos/Objetos do conhecimento:

  • Artes Plásticas; e
  • Geração de 1980.

Previsão para aplicação:

2 ou 3 aulas (50 min/aula).

Proposta de trabalho:

Professor(a), os fragmentos de textos disponíveis abaixo têm o objetivo de servir como um guia durante o seu processo de organização da aula. Sugiro uma aula expositiva na primeira parte, na qual você anotará no quadro apenas aspectos importantes: biografia do autor e principais características de sua obra e da geração de 1980.

1ª Etapa: Quem foi José Leonilson?

Pintor, desenhista, escultor.

Em 1961, José Leonilson Bezerra Dias muda-se com a família para São Paulo (SP). Entre 1977 e 1980, cursa educação artística na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), onde é aluno de Julio Plaza (1938-2003), Nelson Leirner (1932). Tem aulas de aquarela com Dudi Maia Rosa (1946) na escola de artes Aster, que frequenta de 1978 a 1981. Nesse último ano, em Madri, realiza sua primeira exposição individual na galeria Casa do Brasil e viaja para outras cidades da Europa.

Em Milão, tem contato com Antonio Dias (1944), que o apresenta ao crítico de arte ligado à transvanguarda italiana Achille Bonito Oliva (1939). Retorna ao Brasil em 1982. A obra de Leonilson é predominantemente autobiográfica e está concentrada nos últimos dez anos de sua vida. Segundo a crítica Lisette Lagnado, cada peça realizada pelo artista é construída como uma carta para um diário íntimo.

Em 1989, começa a fazer uso de costuras e bordados, que passam a ser recorrentes em sua produção. Em 1991, descobre ser portador do vírus da Aids, e a condição de doente repercute de forma dominante em sua obra. Seu último trabalho, uma instalação concebida para a Capela do Morumbi, em São Paulo (SP), em 1993, tem um sentido espiritual e alude à fragilidade da vida.

Por essa mostra e por outra individual realizada no mesmo ano, recebe, em 1994, homenagem póstuma e prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA). No mesmo ano de sua morte, familiares e amigos fundam o Projeto Leonilson, com o objetivo de organizar os arquivos do artista e de pesquisar, catalogar e divulgar suas obras.

Texto disponível em Escritório de Arte.com.

Acesso em: 22 de junho de 2023.

Leonilson é um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira, conhecido por sua obra singular e autobiográfica. Sua poética trata sobre sua existência, debate sentimentos, alegrias, conflitos, dúvidas, principalmente no final de sua vida, quando descobre ser portador do vírus HIV, sobre suas angústias, medos, a convivência com a doença e o impacto que ela causa na sua vida.

O artista faleceu jovem, na cidade de São Paulo, em 1993, aos 36 anos de idade. Deixou cerca de 4 mil obras, além de múltiplo acervo documental. Nascido em Fortaleza, em 1957, Leonilson mudou-se com a família para São Paulo ainda pequeno e logo cedo começou a demonstrar interesse pela arte.

Na década de 1980, fez parte do grupo de artistas que retomou a prática da pintura, conhecido como ‘Geração 80’. Participou de importantes mostras no Brasil e no exterior, como Bienais, Panoramas da Arte Brasileira e a emblemática “Como Vai Você, Geração 80?”.

Sua produção é considerada por críticos brasileiros e internacionais de grande valor conceitual para a arte no Brasil, sendo o retrato autêntico e incansável de uma geração, e que por abordar questões cruciais inerentes à subjetividade humana, se faz capaz de gerar identificação e diálogo universal.

Texto disponível em Cobogó.

Acesso em: 22 de junho de 2023.

Projeto Leonilson

A LojaPL é a loja virtual do Projeto Leonilson, criada especialmente para oferecer souvenirs e produtos exclusivos com a marca Projeto Leonilson, além de livros e catálogos sobre o artista*.

O Projeto Leonilson é uma instituição sem fins lucrativos, criada em 1993, meses após o falecimento do artista plástico, com o objetivo de manter viva sua memória, através da divulgação de sua arte e trajetória artística.

Considerada como centro de excelência e referência sobre Leonilson, a instituição é responsável pela pesquisa, catalogação, preservação e divulgação de vida e obra do artista, além da administração de seus direitos morais e autorais.

Visite o site do Projeto Leonilson para saber mais sobre a instituição e suas atividades: www.projetoleonilson.com.br

*Toda verba arrecadada com a venda de produtos da LojaPL é revertida integralmente para a manutenção e continuidade das atividades do Projeto Leonilson.

Texto disponível em Loja Projeto Leonilson

Acesso em: 22 de junho de 2023.

Obra

Muitos artistas imprimem em suas obras traços de sua própria vida, entre dúvidas, gostos, inquietudes, desejos, fragilidades e confissões, em um verdadeiro e sincero mergulho dentro de si. Mergulho este, no entanto, que transborda para os outros, para o mundo, pois somos verdadeiramente impactados por trabalhos artísticos que carregam beleza e memória.

Talvez este aspecto, quase que autobiográfico, seja uma das características mais marcantes de José Leonilson, cearense que transitou, como ninguém, entre pintura, desenho, bordado, escultura e instalação, conquistando reconhecimento de público e de crítica no Brasil e em diversos outros países.

Leonilson nasceu em Fortaleza no dia primeiro de março de 1957. Aos quatro anos, mudou-se com a família para São Paulo, onde começou a despertar o interesse pelo mundo das artes, ainda como uma brincadeira de menino, mas sempre com um olhar sensível em relação ao mundo ao seu redor.

De 1977 a 1980, cursou educação artística na prestigiada Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), quando teve a oportunidade de aprender com grandes nomes do circuito das artes plásticas da época, como Julio Plaza, Nelson Leirner e Regina Silveira.

Foi na Faap onde Leonilson começou a desenvolver efetivamente suas habilidades, que, em pouco tempo, tornaram-se conhecidas e admiradas por seus colegas, professores e, posteriormente, o público. Considerado um aluno curioso e de ideias próprias, o cearense foi se destacando pelas formas orgânicas que conduzia seus desenhos e pinturas, inicialmente desenvolvidos em suportes como telas e lona.

A primeira exposição coletiva foi em 1980, com apenas 23 anos, no Museu de Arte Contemporânea da USP. Seu talento, entretanto, ganhou o mundo. O artista já expôs, por exemplo, na Espanha, Alemanha, França, Suécia, Argentina e Venezuela, sempre colecionando elogios e credibilidade entre os nomes que circulavam no meio artístico.

“Leonilson conseguiu transportar para as obras as suas emoções, a partir do uso de diversos símbolos recorrentes, como a ponte, a escada e o espelho. Seu trabalho também é marcado pela experimentação de materiais e técnicas e pela expressividade, inclusive com várias referências da cultura nordestina. Na Praia de Iracema, os visitantes podem conferir, por exemplo, a obra ‘A Torre da Praia’, mais conhecida como caixa d’água dos peixinhos”, destaca a analista de cultura do Sesc Fortaleza, Rafaela Lopes.

Já em 1989, Leonilson começou a trabalhar com costuras e bordados, tornando-se uma constante em sua trajetória a partir de então. Foi, inclusive, um caminho natural e até familiar, uma vez que a mãe era uma ótima bordadeira e seu pai, um comerciante de tecidos.

Para muitos artistas, curadores e demais especialistas, a fase mais confessional e subjetiva de Leonilson foi justamente quando ele passou a utilizar o bordado e a costura, além do uso de palavras e de desenhos bem pequenos como parte principal de seu processo criativo.

“Leonilson era bastante tímido, muito na dele. E talvez seja até por isso que essas inquietações se mostram tão evidentes no seu trabalho. Todo esse sentimento foi traduzido através de sua obra, e isso para um artista é maravilhoso”, explica o também artista plástico Mano Alencar.

Esse período de experimentações com bordados, inclusive, foi bastante marcante em sua obra. Em 1991, o artista descobriu ter o vírus HIV, fato que passou a ser uma constante em seu trabalho. Considerado um autorretrato, a obra “El Puerto” (1992) traz um tecido semelhante a uma roupa de hospital, com informações sobre sua idade, altura e peso bordados, emoldurada em um espelho.

Também em 1992, na série de sete desenhos intitulada “O Perigoso”, Leonilson explora elementos como uma gota de sangue contaminado, crucifixos e demais elementos cristãos como forma de abordar a doença e a ideia da morte.

Leonilson morreu em 1993, com apenas 36 anos. Sua trajetória, contudo, foi intensa, única e permanece presente e preservada para quem quiser conhecer e/ou apreciar, a exemplo do sobrado da família, localizado no bairro Vila Mariana, em São Paulo, onde o público pode conferir as obras, o seu legado e a sua memória. “Leonilson segue sendo um artista de total relevância para o Brasil, sobretudo para o nosso estado, já que ele levou um pouco de nós todos para fora. Isso é um motivo de muito orgulho”, pontua Mano Alencar.

Texto disponível em Mostra Sesc Cariri de Culturas

Acesso em: 22 de junho de 2023.

2ª Etapa: Geração de 1980

Geração 80 é uma tendência artística na arte brasileira durante a década de 1980. Em termos estéticos, a principal característica da geração foi o retorno à pintura mais subjetiva, dado que, durante a década de 1970, movimentos como a arte conceitual centravam-se majoritariamente em obras esculturais “austeras”.

O principal marco para essa tendência foi a exposição “Como vai você, Geração 80?“, realizada na Escola de Artes Visuais do Parque Lage em 1984, na qual 123 artistas do Brasil (especialmente do Rio de Janeiro e de São Paulo) expuseram suas obras. Alguns dos participantes da exposição foram: Daniel Senise, Beatriz Milhazes, Luiz Pizarro, Karin Lambrecht, Alex Vallauri, Leonilson, Luiz Zerbini, Leda Catunda e Sérgio Romagnolo.

Texto disponível em Wikipédia

Acesso em: 22 de junho de 2023.

Para saber mais, acesse: Enciclopédia Itaú Cultural.

Acesso em: 22 de junho de 2023.

3ª Etapa: Fechamento

Finalizada a introdução a respeito da vida do artista Leonilson e da geração de 80, bem como um passeio por sua obra, acesse: Enciclopédia Itaú Cultural (acesso em 22.06.2023). No site disponível acima, você, professor(a), irá selecionar algumas obras para mostrar aos estudantes. Abaixo, como sugestão, selecionei algumas que carregam uma temática interessante.

Longo Caminho de um Rapaz Apaixonado

Acesso em: 22 de junho de 2023.

Jogos Perigosos

Acesso em: 22 de junho de 2023.

Os Pensamentos do Coração

Reprodução fotográfica Rômulo Fialdini_Projeto Leonilson

Os Pensamentos do Coração, 1988 Leonilson | Acrílica sobre lona 48,00 cm x 68,00 cm | Coleção Família Bezerra Dias (São Paulo, SP) | (Crédito: Reprodução fotográfica Rômulo Fialdini_Projeto Leonilson)

Acesso em: 22 de junho de 2023.

Seis Chapéus Sobre Fundo Listrado

Acesso em: 22 de junho de 2023.

Divida a turma em grupos, de forma que cada grupo escolherá uma das obras de Leonilson apresentadas por você, professor(a). Em seguida, os alunos farão uma releitura da obra escolhida. Para tanto, disponibilize papel sulfite, lápis de cor, revistas, tesouras, cola, tinta guache e o que mais achar interessante – e viável – para a realização dessa proposta.

Finalizada a proposta, convide a turma a expor suas obras no corredor ou no pátio da escola. Não se esqueça de escolher um nome significativo para a exposição da turma – assim como o da geração de 1980 – “Como vai você, geração 80?”.

Bom trabalho e bons estudos!

Plano de aula elaborado pela professora Letícia Baroni Gallo.

Coordenação Pedagógica: Prof.ª Dr.ª Aline Bitencourt Monge.

Revisão textual: Professora Daniela Leite Nunes.

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