Conteúdos
Introdução à Lógica.
Objetivos
Questionar a Arte como forma racional ou sensível.
Compreender a discussão filosófica acerca do papel da razão e dos sentidos para o julgamento estético.
1ª Etapa: Trabalhando a relação entre razão e arte
Retome o conceito de espírito de finura e espírito geométrico de Pascal e discuta como eles podem ser entendidos a partir das obras analisadas (Barber e Pascal). Para finalizar o tema, proponha um trabalho em grupos de pesquisa. Cada grupo poderá pesquisar acerca de um dos seguintes campos das artes: poesia (literatura), música, arquitetura ou pintura/artes plásticas. A questão a ser pesquisada é: qual o papel da razão na arte?
Os grupos poderão apresentar os resultados e debater ou realizar um breve texto acerca dos resultados encontrados.
2ª Etapa: Anexo de citações
Fragmento 3.
“Aqueles acostumados a julgar pelo sentimento nada entendem das coisas do raciocínio, pois desejam chegar a perceber rapidamente, com um golpe de vista, e não cultivam o hábito de buscar os princípios.
Outros, ao contrário, acostumados a raciocinar por princípios, nada entendem das coisas do sentimento, pois buscam nelas princípios e não conseguem vê-las de um golpe”
Parte do fragmento 277.
“O coração tem suas razões, que a razão não conhece: percebe-se isso em mil coisas.”
Parte do fragmento 282.
“Conhecemos a verdade não só pela razão como também pelo coração; é desta última maneira que conhecemos os princípios, e é em vão que o raciocínio, que deles não participa, procura dar-lhes combate“
PASCAL, Blaise. Pensamentos. Coleção “Os Pensadores”, Editora Nova Cultural, 1999.
3ª Etapa: Início de conversa
Se de um lado a Arte pode ser organizada por escolas, períodos históricos, artistas, vertentes finalidades, poéticas etc., será que a obra de arte em sim tem esta mesma característica de ser “racionalizável”? É possível ma abordagem objetiva da obra de arte ou seria sempre uma apreensão subjetiva? O que nos toca em uma obra é sua organização ou o sentimento que ela provoca?
O debate entre razão e sentimentos na estética é o projeto deste plano de aula.
4ª Etapa: Problematizando a razão e os sentidos na estética
Pergunte aos alunos se eles acham possível que tudo o que é sentimento possa ser traduzido em palavras e discursos racionais. Questione acerca da possibilidade de explicar todos os nossos prazeres, dores, medos e amores. Seria possível transformar tudo em um conjunto racional de saberes. Busque exemplos.
Conduza a discussão, então, para o papel da arte como meio para trabalhar esta ponte entre razão e sentimentos.
Introduza a dualidade entre aprender pelos sentimentos e aprender pela razão, que o filósofo Blaise Pascal propõe com os termos “espírito geométrico” e “espírito de finura” citando ou mostrando os trechos presentes no anexo (ao final).
5ª Etapa: Buscando razão em nossos sentimentos
Ouça com os alunos o adágio para cordas, opus 11. de Samuel Barber e peça para, durante a música, anotarem o que sentem, o que vêem e o que imaginam.
Após ouvir a música, discuta suas sensações e discuta acerca de como a obra de arte pode ser um canal para sentidos e sentimentos.
Para finalizar esta etapa, peça para que os alunos façam uma reflexão de dois parágrafos sobre o que sentiram e conseguiram exprimir ouvindo o trecho.
6ª Etapa: Buscando sentimentos em nossas razões
Questione os alunos se eles conhecem alguma relação entre as Artes Visuais e a Matemática.
Veja com eles algumas das obras de M. C. Escher. Comente que Escher buscava na geometria a arte e tente mostrar como a razão matemática pode nos fazer ver alguma beleza no mundo.
Agora, complementando o que foi feito na 2ª etapa, peça aos alunos para que exponham sentimentos que podem ter surgido a partir da obra de Escher.
Materiais Relacionados
Busque e ouça o “Adagio para cordas Opus 11” de Samuel Barber. Há uma versão disponível aqui (Youtube), mas há outras que podem ser utilizadas.
• Busque imagens de M. C. Escher, tais como “Cada vez menor”(1958), “Oito cabeças” (1922), “Céu e água 1” (1938), “Dia e noite” (1938), “Limite Circular IV” (1960), “Répteis” (1943), “Verbum – terra, céu e água” (1942), “Desenvolvimento II” (1939), “Peixes (1946) e “Cobras” (1969). Busque também seus ladrilhamentos e metamorphoses.
• Leia os fragmentos de nºs 3, 282 e 287 da obra “pensamentos” de Pascal, que tratam do espírito de finura e espírito gemométrico.
Indicações de leitura
• Sobre a obra de Pascal, o espírito geométrico e o espírito de finura, clique aqui;
• Leia sobre a obra de M. C. Escher aqui. Para professores que dominem a língua inglesa, informações adicionais podem ser encontradas em http://www.mcescher.com e http://www.mathacademy.com/pr/minitext/escher/