Objetivos

Reconhecer a importância desse gênero literário para a nossa sociedade.
Conhecer a intencionalidade desse gênero.
Produzir uma HQ a partir do repertório apresentado.

1ª Etapa: Apresentação do tema

Introduza a aula perguntando se eles já ouviram falar no gênero HQ. Converse com os alunos sobre o gênero:


Vocês gostam?

Com que idade começaram a ler?

Quais são seus personagens favoritos?


Escreva o nome dos personagens na lousa e peça para que, oralmente, descrevam esses personagens. Nesse momento, oriente a descrição dando um exemplo, em que você descreve fisicamente e psicologicamente um personagem. Deixe os alunos falarem à vontade, estimule-os a descrever os personagens, respeitando a opinião de todos e as suas preferências.


Esse primeiro contato é muito importante, pois você terá uma ideia do repertório desses alunos. Há grupos que só citam os personagens de Maurício de Souza, outros também os da Disney, mas poucos grupos vão além. Você já pode estimular a curiosidade dos alunos, citando personagens menos comuns e mostrando a direção que o trabalho irá tomar. Os alunos costumam se interessar muito mais nesse momento. Proponha, então:


Quem conhece a Mafalda? Qual é a sua nacionalidade? Como é seu temperamento? Com o que ela se preocupa? Em que época ela foi criada?


Há alguma mensagem que o autor queria transmitir? 

 

E ninguém conhece, você poderá apresentar algumas tiras e histórias para, na sequência, construir o perfil da Mafalda junto com os alunos.


Solicite que tragam HQs para a sala de aula. A ideia é que eles busquem diferentes autores e personagens para ampliarem seu repertório. Caso os alunos não consigam adquirir os exemplares, é importante que você reúna alguns para disponibilizar na classe. 

2ª Etapa: Leitura das HQs e importância das inferências

Para que o aluno leia e compreenda o texto da HQ, é preciso que conheça antecipadamente os personagens e suas características para que consiga atribuir sentido já que, por ser curta, nem tudo está explícito nas imagens e no texto. Demanda-se do leitor um grande exercício de inferência, ou seja, ele deve completar com outras informações não presentes, imaginar sequências não explícitas, para que construa o sentido da narrativa.  Geralmente as características do personagem e do contexto auxiliam esta construção.  Veja esse exemplo: 

 

 

Para compreender esta tirinha, é preciso saber que o Garfield é um gato gordo, folgado e guloso. O leitor fará a inferência de que Garfield comerá as 40 dúzias de biscoito sozinho e que nada sobrará nada para Jon, seu dono. 

 

Neste caso, os alunos precisam saber que o Cascão nunca toma banho, e por isso tem mau cheiro. Estando na primeira posição do carrinho de rolemã, os colegas desmaiaram por causa de seu cheiro, isso precisa ser inferido pelo leitor.

 

É preciso conversar sobre o contexto, para se ter certeza de que os alunos entenderam o humor, a crítica ou o próprio desenlace do enredo, muitas vezes inusitado.

 

Ao lerem os quadrinhos, os alunos observam muitos detalhes da ilustração e podem discutir as marcas gráficas de passagem do tempo, a relação entre as cores e o estado emocional dos personagens, entre outras coisas. Deixe que compartilhem todas suas descobertas, pois poderão utilizá-las em sua produção. 

3ª Etapa: Levantamento das características da HQs

Nesta etapa, os alunos serão convidados a ler as HQS. Essa atividade pode ser em grupo ou individual.


É importante que, após a exploração e a leitura, os alunos levantem coletivamente as características das HQs.  Com os gibis ou as histórias em quadrinhos em mãos, você pede para observarem e levantarem características. Registre no quadro as observações apresentadas. Devem emergir, explicitados com a linguagem dos alunos, os seguintes elementos:


O espaço da ação é contido no interior de um quadrinho

O tempo da narrativa avança por meio da comparação entre o quadrinho anterior e o seguinte ou é condensado em uma única cena. 

O personagem pode ser visualizado e o que ele fala é lido em balões, em  discurso direto.

É um texto curto, construído com um ou mais quadrinhos, com presença de personagens fixos ou não, que cria uma narrativa com desfecho inesperado no final. 

Há predomínio de sequências narrativas.

Em muitos casos, a temática é atrelada ao humor.

Valorização dos desenhos em que aparecem as expressões fisionômicas das personagens.

Utilização de onomatopeias e símbolos (coração para amor, estrela para soco, raios e caveiras para xingamentos).

Diferenciação do corpo das letras para indicar entonação (cochichar: letra pequena/gritar: letra grande)


Sistematize os conhecimentos. Pode-se registrá-los no caderno ou você pode preparar um cartaz para o mural da sala. Os alunos devem poder consultar a lista nas aulas subsequentes.

 

4ª Etapa: Uso das onomatopeias

Nesta etapa você deve explorar o uso das onomatopeias. Selecione uma série de onomatopeias (tosse, barulho de buzina, motor, espirro, etc). A partir dessas imagens, pergunte ao aluno como podemos representá-los oralmente.

Convide seus alunos a criarem outras onomatopeias.

 

Os alunos costumam gostar muito dessa atividade, onde têm liberdade para expressarem graficamente ruídos, sons inusitados e até situações engraçadas. Exponha no mural da sala as onomatopeias criadas pelos alunos para que, quando forem criar suas histórias, possam pesquisar este repertório. 

 

5ª Etapa: Produção de sua própria história

Os alunos irão criar sua própria história em quadrinhos.


Organize a turma em duplas ou em trios. Cada grupo deve decidir que personagens ou “turma” irá utilizar. Como o processo de criação é bastante intenso, é mais produtivo que façam uma história utilizando personagens já conhecidos, como os que foram explorados e analisados até então. 


Organize um roteiro de criação em que os alunos tenham que escrever sobre um episódio que pretendem contar. Eles devem decidir quais personagens aparecem, qual cenário, qual fato ou acontecimento ocorrerá e qual desenlace. Somente depois de definir a história é que começam a desenhar os personagens e os quadrinhos propriamente ditos.  


Estimule-os a desenhar sem se prenderem à qualidade dos desenhos. Deixe-os livres para desenhar, recortar e colar. O importante é que percebam que a história tem uma sequência e uma lógica. Estimule-os a usarem e abusarem dos recursos e elementos estudados.

Materiais Relacionados

 1. Por que trabalhar com HQ na escola? Leia o texto em http://maurobandeiras.blogspot.com.br/2009/03/por-que-trabalhar-com-quadrinhos-em.html

Para conhecer melhor a história das HQs, os personagens antigos, e a trajetória desta linguagem acesse.  

2. http://www.historiaimagem.com.br/edicao5setembro2007/06-historia-hq-jarcem.pdf .

3. http://quadrinhosantigos.blogspot.com.br/
Eles trazem informações que auxiliam você a ampliar seu repertório sobre personagens antigos, relacionando características psicológicas e sua importância para a sociedade da época.
Para conhecer autores importantes do gênero e sua produção acesse os lins abaixo. Esses sites não são adequados para a pesquisa direta dos alunos, mas ampliam nosso conhecimento sobre a cultura relacionada com essa forma de representação artística.

4. Mauricio de Souza –  http://www.algosobre.com.br/biografias/mauricio-de-sousa.html 

5. Quino – http://www.mibuenosairesquerido.com/Personagens04.htm

6. Dik Browne http://www.guiadosquadrinhos.com/artistabio.aspx?cod_art=1613

7. Bill Watterson http://depositodocalvin.blogspot.com.br/2009/04/biografia-de-bill-watterson.html

8. Para saber mais sobre uma personagem muito interessante que será explorada nas aulas: Mafalda http://pstu.org.br/cultura_materia.asp?id=9110&ida=36

 

Arquivos anexados

  1. História em quadrinhos: Conhecer e Produzir

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