Conteúdos
Este plano de aula aborda o estudo dos tipos de investimentos e suas características.
Objetivos
- Compreender o que são investimentos; e
- Conhecer os tipos de investimentos.
Conteúdos / Objetos do conhecimento:
- Investimentos; e
- Tipos de investimentos.
Palavras-chave:
Investimentos. Tipos de investimentos.
Previsão para aplicação:
3 a 4 aulas (50 min/aula).
Proposta de trabalho:
Professor(a), para a aplicação deste plano de aula sugiro a seguinte distribuição de conteúdos:
Para a etapa 1, pergunte aos alunos se eles sabem o que é um investimento. Depois disso explique a importância de investir. Faça uma discussão em grupos sobre as razões pelas quais as pessoas investem e quais são os objetivos dos investimentos.
Para a etapa 2, discorra sobre os tipos de investimentos existentes, explicando cada um deles. Comece pelos investimentos de renda fixa e suas características. Mostre à turma o que são títulos públicos e privados e quais são as principais diferenças entre eles e CDBs, LCIs e debêntures. Depois disso, explique aos alunos o que é renda variável e quais são suas principais características. Mostre aos alunos o que são ações, fundos imobiliários e ETFs. Ainda nessa etapa, explique o que são fundos de investimento e qual é a sua importância, falando sobre os tipos de fundos.
Façam uma discussão sobre as vantagens e as desvantagens dos tipos de fundos de investimento e, por fim, fale sobre os tipos de investimentos alternativos e suas características.
1ª Etapa: O que é investimento?
Investimento é a aplicação de recursos, geralmente financeiros, em um ativo ou projeto, com a expectativa de obter um retorno ou lucro no futuro. Isso pode incluir ações, imóveis, títulos e fundos de investimento, entre outros. O objetivo é fazer o capital crescer ao longo do tempo, levando em conta fatores como risco, liquidez e prazo.
Recursos:
- Site Investopedia
Acesso em: 9 de outubro de 2024.
2ª Etapa: Tipos de investimen
Nesta etapa, explique aos alunos os tipos de investimentos mais conhecidos:
Investimentos de renda fixa:
- CDB;
- Tesouro direto;
- LCI/LCA; e
- Debêntures.
Os investimentos de renda fixa são aplicações financeiras em que as regras de remuneração (ou seja, os juros ou a forma de cálculo dos rendimentos) são previamente definidas, no momento da aplicação. Nesse tipo de investimento, o investidor sabe, de forma aproximada, quanto vai ganhar ao final do período, embora a rentabilidade exata possa variar conforme o indexador utilizado.
Principais características dos investimentos de renda fixa:
Previsibilidade: A rentabilidade pode ser fixa (pré-fixada) ou atrelada a um índice (pós-fixada), mas o investidor já conhece as condições no momento da aplicação.
Segurança: Geralmente, são menos arriscados do que os investimentos de renda variável, como as ações. Alguns contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que cobre até R$ 250 mil, por instituição e por CPF, em caso de falência do banco.
Diversificação: Podem ter diferentes prazos e características, permitindo ao investidor escolher as opções mais adequadas ao seu perfil.
Tipos comuns de investimentos de renda fixa:
- CDB (Certificado de depósito bancário):
Emitido por bancos para captar recursos. O investidor empresta dinheiro ao banco e recebe uma remuneração por isso, geralmente atrelada ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário). - Tesouro direto:
Programa do governo federal brasileiro que permite a compra de títulos públicos. Pode ser:
– Tesouro Selic: atrelado à taxa Selic, mais seguro e com liquidez diária.
– Tesouro IPCA+: atrelado à inflação (IPCA), garante ganho real acima da inflação.
– Tesouro prefixado: taxa fixa definida no momento da compra. - LCI/LCA (Letras de crédito imobiliário/agronegócio):
Títulos emitidos por bancos para financiar os setores imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA). São isentos de imposto de renda, para pessoas físicas. - Debêntures:
Títulos de dívida emitidos por empresas, para captar recursos. Podem oferecer taxas mais atraentes, mas têm um risco maior, pois não contam com a garantia do FGC. - CRI/CRA (Certificados de recebíveis imobiliários/agronegócio):
Títulos vinculados a recebíveis do setor imobiliário (CRI) ou do agronegócio (CRA). Oferecem rentabilidade maior, mas também possuem mais risco. - Fundos de renda fixa:
Fundos que investem em ativos de renda fixa, geridos por profissionais. Permitem diversificação com baixo investimento inicial, mas têm custos de administração.
Investimentos de renda variável:
- Ações;
- Fundos imobiliários;
- ETF’s (exchange traded funds); e
- BDR’s (brazilian depositary receipts).
Investimentos de renda variável são aqueles em que não há uma previsão exata de retorno, e os rendimentos podem variar de acordo com as condições de mercado. Diferente da renda fixa, em que as regras de rentabilidade são conhecidas desde o início, na renda variável o valor dos ativos flutua conforme oferta, demanda e uma série de fatores econômicos, políticos e setoriais.
Tipos comuns de investimentos de renda variável:
- Ações:
São pequenas frações de uma empresa. Ao comprar uma ação, você se torna sócio da companhia e participa tanto de seus lucros quanto de seus riscos. Os ganhos com ações podem ser:
a) Valorização: acontece quando você compra uma ação a um preço baixo e vende por um preço maior.
b) Dividendos: algumas empresas distribuem parte dos seus lucros aos acionistas em forma de dividendos, como uma espécie de “renda passiva”.
Risco: elevado, já que o preço das ações pode oscilar muito, influenciado por vários fatores externos, o que pode resultar em grandes ganhos ou perdas.
- Fundos imobiliários (FIIs)
São fundos que investem em imóveis ou em títulos ligados ao setor imobiliário, como escritórios, shopping centers, galpões logísticos etc.
Quando compra uma cota de um fundo imobiliário, você está investindo em um portfólio de imóveis ou títulos imobiliários e passa a receber uma parte dos lucros provenientes de aluguéis ou da venda desses ativos.
Ganhos com FIIs:
a) Rendimentos mensais: muitos fundos pagam rendimentos mensais aos cotistas, oriundos dos aluguéis dos imóveis.
b) Valorização das cotas: se o valor das propriedades do fundo aumentar, o valor das cotas também pode aumentar, permitindo ganho na venda.
Risco: moderado a elevado. O risco envolve vacância dos imóveis, inadimplência, crises no setor imobiliário ou quedas nos preços dos imóveis.
- ETFs (exchange traded funds)
ETFs são fundos que replicam o desempenho de um índice de mercado, como o Ibovespa (índice de ações da bolsa brasileira). Ao comprar uma cota de um ETF você está, indiretamente, investindo em todas as empresas que compõem o índice.
O ETF é negociado na bolsa de valores, como uma ação. Ele busca acompanhar o desempenho de um índice específico, oferecendo uma forma simples e barata de diversificar em várias ações ou ativos ao mesmo tempo.
Ganhos com ETFs:
a) Valorização: O investidor ganha com a valorização do índice replicado pelo ETF.
b) Dividendos: Alguns ETFs pagam dividendos, mas, na maioria dos casos, os dividendos são reinvestidos no próprio fundo.
Risco: moderado a elevado. Embora ofereça diversificação, o risco ainda está atrelado ao desempenho do mercado como um todo. Se o índice replicado cair, o ETF também perde valor.
- BDRs (brazilian depositary receipts)
São certificados de depósito emitidos no Brasil e que representam ações de empresas estrangeiras. Isso significa que, ao investir em BDRs, você está comprando uma fração de uma empresa estrangeira, sem precisar fazer uma remessa internacional.
As BDRs permitem que brasileiros invistam em grandes empresas internacionais, como Apple, Google e Amazon, sem sair da bolsa de valores brasileira (B3).
Ganhos com BDRs:
a) Valorização: o valor das BDRs segue a variação da ação da empresa no exterior, ajustado pela variação cambial (dólar x real).
b) Dividendos: as empresas estrangeiras podem pagar dividendos, que são repassados aos detentores de BDRs.
Risco: moderado a elevado. O risco está ligado à variação do preço das ações no mercado internacional e à oscilação da moeda estrangeira (dólar).
Fundos de investimento:
- Fundos multimercado;
- Fundos de ações;
- Fundos de renda fixa; e
- Fundos cambiais.
- Fundos multimercado
São fundos que investem em diversos tipos de ativos, como ações, títulos de renda fixa, moedas, commodities e derivativos. A flexibilidade é a principal característica desses fundos, que podem adotar diferentes estratégias de investimento.
Os gestores têm liberdade para alocar os recursos em diferentes mercados e classes de ativos, buscando uma maior diversificação e potencial de retorno. A ideia é equilibrar os riscos, aproveitando oportunidades de ganhos em diferentes cenários econômicos.
Risco: moderado a alto, dependendo da estratégia adotada pelo gestor e da combinação de ativos.
- Fundos de ações
São fundos que investem majoritariamente em ações de empresas negociadas na bolsa de valores. O objetivo é buscar ganhos com a valorização das ações ou com os dividendos distribuídos pelas empresas.
O gestor do fundo monta um portfólio de ações, com base em análises de empresas e setores, buscando a melhor combinação para obter retorno ao longo do tempo. A rentabilidade do fundo depende do desempenho dessas ações no mercado.
Risco: alto, já que o mercado de ações é volátil, e os preços podem oscilar bastante no curto prazo.
- Fundos de renda fixa
São fundos que investem principalmente em ativos de renda fixa, como títulos públicos, CDBs, debêntures e outros. Esses fundos são indicados para investidores que buscam maior segurança e previsibilidade dos retornos. O gestor do fundo escolhe títulos que pagam juros ao investidor, podendo optar por estratégias com títulos prefixados (que têm rentabilidade fixa) ou pós-fixados (indexados a indicadores como o CDI ou a inflação).
Risco: baixo a moderado, dependendo do tipo de títulos em que o fundo investe (públicos ou privados) e da estratégia adotada.
- Fundos cambiais
São fundos que investem em moedas estrangeiras, como o dólar ou o euro, ou em ativos atrelados a essas moedas. Esses fundos são indicados para quem deseja se proteger da variação cambial ou diversificar seus investimentos em ativos globais. O gestor aplica os recursos em moedas estrangeiras ou em ativos que são afetados pela variação do câmbio. O retorno do fundo está diretamente relacionado à valorização ou à desvalorização da moeda estrangeira frente ao real.
Risco: moderado a alto, pois o fundo está exposto às variações de câmbio, que podem ser influenciadas por diversos fatores, como política econômica, inflação e crises globais.
Criptomoedas:
- Bitcoin;
- Ethereum; e
- outras
Investimentos em criptomoedas referem-se à compra e à venda de moedas digitais, que utilizam tecnologias de blockchain para garantir transações descentralizadas e seguras. As criptomoedas, como Bitcoin e Ethereum, são algumas das mais conhecidas, mas existem milhares de outras.
- Bitcoin (BTC)
O Bitcoin foi a primeira criptomoeda criada, em 2009, e é a mais famosa. Ele funciona como uma moeda digital descentralizada, o que significa que não é controlado por um governo ou por uma instituição financeira. Os investidores compram Bitcoin na esperança de que seu valor aumente com o tempo, baseando-se em sua escassez e crescente adoção.
- Ethereum (ETH)
O Ethereum é mais do que apenas uma criptomoeda. Ele também é uma plataforma de blockchain que permite a criação de contratos inteligentes (smart contracts) e aplicativos descentralizados (dApps). A moeda associada à plataforma é chamada de Ether (ETH). Investidores compram Ether não apenas pela sua função como moeda digital, mas também por seu papel de alimentar a rede Ethereum.
Principais riscos:
– Regulamentação: muitos governos ainda não regulamentaram as criptomoedas, o que pode causar incertezas legais no futuro.
– Hacks e golpes: como o mercado de criptomoedas é relativamente novo, há riscos de ataques cibernéticos e golpes em exchanges ou carteiras mal protegidas.
Investimentos alternativos:
- Private equity;
- Venture capital;
- Crowdfunding de investimentos.
Investimentos alternativos são aqueles que não se enquadram nas categorias tradicionais de investimentos, como ações, títulos públicos ou fundos de investimento mais convencionais. Eles oferecem opções diversificadas, com diferentes níveis de risco e de retorno. Entre os investimentos alternativos estão:
- Private equity
O private equity envolve a aquisição de participação em empresas que não têm ações negociadas em bolsa de valores. O objetivo é investir em companhias com alto potencial de crescimento para, posteriormente, vendê-las com lucro, após um período de valorização. Os investidores em private equity geralmente buscam reestruturar ou expandir a empresa antes de uma venda estratégica ou abertura de capital (IPO).
- Venture capital (capital de risco)
O venture capital é um tipo de investimento focado em startups ou empresas em estágios iniciais, com grande potencial de crescimento, mas também com um nível elevado de risco. Os investidores oferecem capital em troca de uma participação acionária, buscando lucros quando a empresa cresce ou é adquirida.
- Crowdfunding de investimentos
O crowdfunding de investimentos é um modelo em que diversas pessoas (investidores) contribuem com pequenas quantias para financiar uma empresa, projeto ou imóvel. Em troca, eles recebem uma participação nos lucros ou ações da empresa, dependendo da plataforma e do modelo de negócio. Esse formato cresceu com a digitalização e plataformas on-line.
Diferente de doações ou financiamento coletivo tradicional, no crowdfunding de investimentos o foco é o retorno financeiro. É uma forma mais acessível para pequenos investidores que desejam diversificar.
3ª Etapa: Materiais relacionados
- Criptomoedas: Um guia para dar os primeiros passos com as moedas digitais – Infomoney
Acesso em: 23 de setembro de 2024. - Entenda como funciona o mercado de ações e a bolsa de valores – Infomoney
Acesso em: 23 de setembro de 2024. - Tudo o que você precisa saber sobre o Tesouro – Tesouro Direto
Acesso em: 23 de setembro de 2024. - AINDA VALE A PENA INVESTIR NO TESOURO DIRETO? | ESPECIAL TESOURO – C6 Bank
Acesso em: 23 de setembro de 2024. - Fundos Imobiliários: tudo o que você precisa saber pra começar a investir! – Inteligência Financeira
Acesso em: 23 de setembro de 2024. - LCI E LCA – Guia completo para começar a investir – Banco Daycoval
Acesso em: 23 de setembro de 2024. - Quais são os TIPOS e CLASSIFICAÇÕES de investimentos? – Ramiro Responde #33 – Clube do Valor
Acesso em: 23 de setembro de 2024.
Plano de aula elaborado pela Professora Gabriela Ribeiro do Prado.
Coordenação Pedagógica: Prof.ª Dr.ª Aline Bitencourt Monge.
Revisão textual: Professora Daniela Leite Nunes.
Crédito da imagem: Richard Drury – Getty Images