Conteúdos

 Preconceito e violência

Objetivos

Refletir sobre a cultura de paz e a cultura da violência;

Refletir sobre preconceitos permeados na cultura cotidiana;

Debater sobre formação de gangues entre jovens;

Refletir como o cotidiano pode reiterar preconceitos ou pode ser um espaço de transformação; 

Refletir como o ambiente escolar pode promover a cultura de paz e combater a violência;

 

1ª Etapa: Preparação

O filme Deixa Voar é o quarto dos 5 episódios que integram o projeto Cinco Vezes Favela – Agora por Nós Mesmos. Leia no Material de Apoio, o resumo e as principais questões propostas pelo filme. Conheça também os filmes produzidos na primeira versão (veja os links no Parao organizar o seu trabalho e Saber mais) .

 

Assista ao curta Deixa Voar, episódio do filme Cinco vezes Favela – Agora por nós mesmos (disponível em DVD). 

 

2ª Etapa: Apresentação do filme

É importante, antes da exibição se explique a proposta de um projeto coletivo, com participação de centenas de moradores das favelas do Rio de Janeiro, além do histórico do filme homônimo e original produzido em 1962. 

3ª Etapa: Exibição do filme

Por ser um episódio de 17 minutos, pode ser exibido e debatido no tempo de uma aula. Pode ou não ser articulado aos outros episódios do projeto 5 vezes favela – agora por nós mesmos;

4ª Etapa: Debate

O debate pode ser conduzido a partir das seguintes questões e provocações:

– Quais os personagens que demonstram preconceito desde o início do filme? 

– A violência pode estar presente, implicitamente, até em brincadeiras como soltar pipa?

– Como se formam as gangues? 

– Existem dados concretos para os habitantes de um trecho do morro terem medo dos moradores do outro lado do riacho? 

– Há uma sugestão de histórias anteriores de rivalidades entre os bairros? 

– Que outras rivalidades gratuitas os alunos conhecem? Quantos crimes têm origem em rivalidades supérfluas? 

 

Se for o caso, levar essa discussão para a própria realidade da escola.

 

5ª Etapa: Atividades

Língua Portuguesa: produção de texto

Na área de produção textual, o professor pode propor a produção de um texto em que cada aluno relate experiências próprias de atitudes preconceituosas, baseadas no senso comum e que depois puderam ser repensadas.  O disparador do texto pode ser feito a partir da discussão sobre o seguinte trecho do filme: 

 

No início da narrativa de Deixa Voar, o protagonista Flávio demonstra preconceito tanto pelo fato de Alex ser primo de um traficante, como pelo local em que Carol mora (preconceito ou medo?). Esse sentimento negativo é reforçado pela fala de seus colegas, exceção feita a Carol que, além de morar no “território inimigo”, demonstra tolerância em relação a Alex. A intolerância é irmã da ignorância. Flávio só reconsidera sua postura quando tem oportunidade de conhecer Alex e “ser salvo” por ele. Ao final do episódio, Flávio, depois do rito de passagem, aceita ir ao baile com Carol. O (a) professor (a) de Português pode propor 

 

 

Geografia/Sociologia/Filosofia/História: Pesquisa sobre a formação de gangues juvenis

 

O curta metragem Deixa Voar ganha consistência quando nos damos conta que uma situação de conflito bastante crítica foi interrompida porque uma liderança (Alex) conseguiu conter os ânimos dos outros jovens que queriam agredir Flávio. Trata-se de um final feliz, mas o filme mostra que poderia ter um final bem mais violento. 

 

O filme nos mostra que o fenômeno da violência urbana está muito mais próximo do que nos damos conta. A origem da violência está naturalizada em nosso cotidiano, na nossa linguagem, em pequenos atos, em posturas de intolerância. Muitas vezes é a partir da falsa informação que construímos nosso (pré) conceito sobre alguém. Não à toa, é Carol a personagem mais lúcida, porque é entre os meninos que esse fenômeno se dissemina para a formação de gangues. É bem provável que a participação feminina se dê na valorização dos líderes de gangues (ainda que não seja o caso de Carol). O fenômeno das gangues juvenis tem colocado jovens à mercê da violência urbana desde cedo e o adolescente é uma presa fácil pois sente necessidade de pertencer a uma “tribo”.  

 

A sugestão é de pesquisa sobre histórias de gangues juvenis. Os alunos podem ser divididos em grupos e pesquisar origens, histórias diferentes, que tenham sido desencadeadas por motivos diversos com ou sem finais violentos (gangues, torcidas organizadas, etc). Dependendo da realidade do grupo de alunos, se for difícil pesquisar gangues reais, podem ser escolhidos filmes que apresentem – pela ficção – rivalidades extremas. Algumas sugestões de filmes: “Abril Despedaçado”, “Gangues de Nova York”, “A Onda”, “Hooligans”, “Os Selvagens da Noite”, “O Selvagem da Motocicleta”, “8 Mile – Rua das Ilusões”, entre outros. 

 

Ao final, um painel pode ser realizado, para apresentar as histórias (reais ou fictícias) de brigas entre gangues, de intolerância e violência. É importante que se garanta o debate para se buscar as razões pelas quais a juventude sente necessidade de pertencer a uma “tribo” e as possibilidades de se lutar pela paz e harmonia entre os jovens. É importante que o (a) professor (a) permita o livre debate e evite discursos moralizadores (simplistas), uma vez que para alguns jovens é quase “natural” pertencer a uma tribo que seja rival de outra. É preciso fazer prevalecer o conceito de alteridade e respeito à diversidade e, para isto, o ideal é que eles cheguem às soluções por eles mesmos, mesmo que haja a mediação de um adulto. A escola é um cenário que tanto pode favorecer a formação de gangues, como pode ser transformadora no combate à violência cotidiana. 

 

Materiais Relacionados

O filme 5 vezes Favela – Agora por nós mesmos (2010) é uma atualização do filme 5 vezes Favela, produzido em 1962, pelo CPC da UNE. Tanto o primeiro filme, como o atual é composto por 5 histórias independentes protagonizadas por moradores de favela. A diferença (explicitada no título do filme) é que a versão atual é realizada por uma equipe de jovens cineastas, moradores das favelas do Rio de Janeiro. Além da equipe técnica, os roteiros dos episódios foram escolhidos por centenas de moradores das favelas. Para compreender essa proposta, sugerimos a leitura do artigo O CINEMA NOVO E O CPC

 

Assista ao Deixa Voar, quarto episódio do filme Cinco vezes Favela – Agora por nós mesmos (disponível em DVD). Gravado na favela Complexo da Maré, com apoio da ONG Observatório de Favelas;

 

Sobre a primeira versão do filme, Cinco vezes favela, realizada em 1962, você pode saber mais nos links:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinco_Vezes_Favela

http://www.contracampo.com.br/64/cincovezesfavela.htm

 

 

Os curtas, de 1962, podem ser vistos no youtube, em 7 trechos de 15 minutos cada, nos links:

http://www.youtube.com/watch?v=nRsMKAUMwWA&feature=relmfu

http://www.youtube.com/watch?v=F37mXdsUfts&feature=relmfu

http://www.youtube.com/watch?v=ZjRuHoOXjvo&feature=relmfu

http://www.youtube.com/watch?v=C2oK16cv3EA&feature=relmfu

http://www.youtube.com/watch?v=oUkpWH208eY&feature=relmfu

http://www.youtube.com/watch?v=hSjUy0TTPNc&feature=relmfu

http://www.youtube.com/watch?v=sJFKaIRRuEE&feature=relmfu

 
Sobre o processo de realização dos cinco filmes contemporâneos, é possível conhecer mais dados no link:
 
 
Cultura de Paz
 
Existem Organizações Não Governamentais com trabalhos sobre a Cultura de Paz. Uma delas é o Instituto Polis, cujo site é http://convivenciaepaz.org.br/
 
Outra é o Instituto Sou da Paz, que atua com força na campanha do desarmamento e cujo site é: http://www.soudapaz.org/
Há também vários estudos sobre a cultura de paz nas escolas, como o artigo de Leila Dupret, do campo da Psicologia Escolar, disponível em:
 

Arquivos anexados

  1. Deixa Voar – série 5X favela – agora por nós mesmos –

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