Conteúdos

Este plano de aula trata de uma das características físicas dos seres humanos, que é a cor da pele, e é direcionado ao ensino fundamental I (anos iniciais).

Com o objetivo de reconhecer a diversidade e a importância da valorização, do acolhimento e do respeito às diferenças, este plano traz propostas para a sensibilização acerca desses conceitos no cotidiano.

Objetivos

  • Comparar características físicas entre os colegas;
  • Reconhecer a diversidade e a importância da valorização, do acolhimento e do respeito às diferenças;
  • Compreender que não existe uma única cor de pele na espécie humana;
  • Relacionar a cor de pele à quantidade de melanina; e
  • Refletir sobre a relação entre a cor de pele e o racismo.

Conteúdos / Objetos do conhecimento:

  • Corpo humano;
  • Cor da pele;
  • Respeito à diversidade; e
  • Racismo

Palavras-chave:

Cor de pele. Diversidade. Respeito. Racismo.

Previsão para aplicação:

3 aulas de 50 minutos/cada.

A sugestão é que você realize uma roda de conversa com a turma, inicialmente explicando que será realizada uma atividade com duração de duas aulas.

Em seguida, será possível diagnosticar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre o tema de trabalho proposto neste plano de aula: a “cor de pele”. A depender da diversidade étnico-racial, cultural e social do grupo, poderá haver uma grande distinção de concepções prévias, cabendo ao docente mediar adequada e respeitosamente as discussões emergentes.

Embora trate-se de um plano de aula para estudantes dos anos iniciais, é possível abordar a temática com sensibilidade e empatia, trazendo essa discussão tão pertinente ao contexto escolar.

Em seguida, desenvolva os passos sugeridos nas etapas descritas abaixo.

Bom trabalho. 

1ª Etapa: Existe “cor de pele?” – introdução

Comece a aula com uma pergunta: “Existe ‘cor de pele’?”. Incentive os alunos a compartilharem suas hipóteses e peça à turma que observe as suas próprias peles, identificando se existe um único tom de pele entre eles. Esta etapa corresponde a um momento de sensibilização sobre a temática.

Dependendo da diversidade étnico-racial, cultural e social do grupo, é possível que haja poucas crianças com tons de pele mais escuros. Você pode problematizar essa questão trazendo reflexões relacionadas ao racismo estrutural presente na nossa sociedade. Ao contrário, caso essa diversidade esteja presente, explore como as crianças se identificam quanto a essa característica.

Para enriquecer e aprofundar a discussão, apresente à turma materiais adicionais que tratam do assunto. Abaixo, há uma sugestão de vídeo apropriado para estudantes dos anos iniciais e que pode trazer mais contexto à discussão:

Acesso em: 25 de novembro de 2023.

2ª Etapa: De onde vem a cor da nossa pele?

A partir de agora, com a turma sensibilizada sobre o tema, questione os estudantes sobre a origem da tonalidade da pele humana. Permita que se expressem e, se achar pertinente, registre no quadro as principais ideias que foram apresentadas por eles.

Para ilustrar de onde vem a cor da pele humana, apresente à turma o vídeo a seguir, de divulgação científica, que surge a partir do questionamento proposto por uma criança acerca da cor de sua pele.

Acesso em: 25 de novembro de 2023.

Em seguida, explique para a turma que existe uma razão biológica e científica que justifica as diferentes cores de pele humana. A cor da pele é resultado de um pigmento chamado melanina, produzido por células especiais chamadas melanócitos.

Esse pigmento também é responsável pela cor dos olhos e cabelos e possui uma tonalidade castanha. Quanto maior a concentração de melanina na pele, olhos e cabelos, mais escuras essas estruturas são.

A quantidade de melanina pode ser bastante diferente entre as pessoas, por isso há tantas variações dessas características na população.

Além disso, a melanina é um fator de proteção natural contra os raios ultravioleta do Sol. Dessa forma, quanto mais melanina existe na pele, maior é o seu nível de proteção aos efeitos da radiação solar.

3ª Etapa: Arco-íris de tons de pele

Nesta etapa, o foco será comparar os tons de pele dos estudantes da turma. Vale ressaltar que esta proposta tem o intuito de naturalizar a discussão sobre a cor de pele humana, evidenciando que não existe uma única cor e que há uma explicação científica para tal.

Reforce que é extremamente inadequado utilizar a expressão “cor de pele” quando nos referimos à pele humana, sendo importante valorizar a diversidade de tons que há na nossa população e que todas as pessoas merecem ser tratadas com respeito e dignidade, independentemente de suas características físicas.

Separe as crianças em grupos de aproximadamente 8 estudantes. Em seguida, peça que se organizem em uma escala de cores de pele, de acordo com a quantidade de melanina que possuem, podendo se organizar do tom mais escuro ao mais claro, formando um verdadeiro arco-íris de tons de pele.

Neste momento, auxilie os grupos para que haja uma disposição coerente entre eles com a proposta. Você pode pedir que os estudantes se posicionem lado a lado, estendendo um de seus braços à frente, e então fotografar somente os braços, ressaltando as tonalidades de pele do grupo como nesse exemplo.

Acesso em 25 de novembro de 2023.

4ª Etapa: E agora, qual é a minha cor de pele?

Após tantas discussões, chegou o momento de as crianças refletirem sobre as suas próprias identidades quanto à característica cor da pele. Leve para a sala de aula coleções de lápis, canetinhas e giz de cera com tons de pele variados.

Peça que cada criança construa uma espécie de avatar em papel, por meio de um desenho do tipo autorretrato. Você pode deixar livre o formato dos desenhos ou entregar um molde padrão para cada criança como nesse exemplo. Disponibilizar espelhos para que as crianças possam se ver também contribui com essa proposta.

Acesso em 25 de novembro de 2023.

Em seguida, escolha junto à turma como vocês podem expor esses desenhos, de forma a valorizar a produção dos estudantes e disseminar os conceitos e valores aprendidos.

5ª Etapa: Refletindo sobre a proposta

Esse momento corresponde à reflexão sobre toda a proposta. Pergunte às crianças como se sentiram ao longo do processo e se, eventualmente, mudou algo em sua concepção sobre o conceito “cor de pele”.

Explique para a turma que, na nossa sociedade, historicamente a característica física cor da pele foi (e ainda é) utilizada como forma de preconceito e comportamentos violentos entre a população. Muitas pessoas com menos melanina na pele consideravam-se – e ainda se consideram – superiores àquelas que possuem mais melanina. Quanto mais melanina as pessoas possuem na pele, maiores são as chances de sofrerem preconceito, e isso se chama racismo.

Reforce que a cor da pele é uma característica biológica e, portanto, natural, não devendo ser, em hipótese alguma, motivo de discriminação entre as pessoas. Todos merecem ser tratados com respeito e dignidade. Além disso, a beleza está presente na natureza pela sua exuberante diversidade, e entre as pessoas, também.

Construam um slogan (frase de efeito) coletivo, com uma perspectiva que valorize a diversidade para dar título à exposição dos desenhos realizados pela turma. Exponha a proposta finalizada para outras turmas da escola.

Materiais Relacionados

Você pode se inspirar em alguns materiais adicionais para embasar sua fala com as crianças sobre as questões referentes ao racismo estrutural, a exemplo dos vídeos a seguir:

Acesso em: 25 de novembro de 2023.

Acesso em: 25 de novembro de 2023.

Plano de aula elaborado pela professor Janaina Dutra Gonzalez.

Coordenação Pedagógica: prof.ª dr.ª Aline Bitencourt Monge.

Revisão textual: professora Daniela Leite Nunes.

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